O mercado financeiro sabe lançar mão de seus artifícios para pressionar quando ele quer, mas, como não tem ninguém bobo a ponto de querer perder dinheiro, também corre atrás para fazer o freio de arrumação quando necessário. Depois de botar pressão sobre o governo ontem (21) por causa do adiamento do anúncio de corte de gastos, os agentes ajustaram a rota nesta sexta-feira (22).
O Ibovespa teve alta robusta hoje, de 1,74%, aos 129.125,51 pontos, máxima do dia, com um ganho amplo de 2.203,40 pontos. O avanço ajudou o indicador a encerrar a semana no positivo, com +1,04%, depois de quatro semanas no vermelho.
A grande ajuda veio da Petrobras, que pôs fim à novela dos dividendos extraordinários, anunciando que vai pagar R$ 20 bilhões extras aos acionistas, e anunciou o plano estratégico de investimentos para o período de 2025 a 2029.
O plano e o pagamento de dividendos foi aprovado pelo Conselho de Administração da petroleira ontem, e, segundo a presidente da companhia, Magda Chambriard, é “extremamente factível, realista e relativamente fácil de entregar”.
Depois, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) ajudou a acalmar os ânimos ao afirmar que o pacote de corte de gastos sai na próxima semana. “Na segunda pela manhã, nós vamos bater a redação dos atos que foram minutados pela Casa Civil. Vamos bater com ele [presidente Lula] a redação de um ou outro detalhe, inclusive o acordo que foi feito com a Defesa, que ele soube só informalmente por mim hoje. [Daí], nós estaremos prontos para divulgar. A decisão se faremos isso na própria segunda ou na terça é uma decisão que a comunicação vai tomar, mas os atos já estão minutados”, disse.
Ele também anunciou que o Orçamento de 2024 terá um novo bloqueio em torno de R$ 5 bilhões. Neste caso, o anúncio foi feito ontem após o fechamento do mercado. “Talvez [o bloqueio] seja um pouquinho menos, um pouquinho mais que isso, mas na casa dos R$ 5 bilhões. É bloqueio porque a receita está correspondendo às expectativas nossas e o ponto de vista do cumprimento de meta, conforme a LDO”, ressaltou.
No âmbito corporativo, a Vale (VALE3) também subiu 0,97%, mesmo com minério de ferro recuando diante de um sentimento de aversão ao risco.
Dólar
O dólar comercial, porém, fechou mesmo estável, com leve alta de 0,05%, a R$ 5,81, enquanto os DIs (juros futuros) encerraram com altas por toda a curva.
Mercado externo
Os ativos de Nova York fecharam o dia e a semana em alta, com os investidores trocando a exposição a ações de tecnologia para nomes economicamente mais sensíveis do mercado. Isso explica por que os setores industrial e de consumo discricionário lideraram o S&P 500, enquanto a tecnologia da informação e os serviços de comunicação tiveram os piores desempenhos.
O Dow Jones subiu 0,97% no dia e 1,96% na semana; o S&P 500, +0,35% e 1,67%, respectivamente; e o Nasdaq também teve alta respectiva de 0,16% e 1,62%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias