O número de unidades comercializadas pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida cresceu 36,5%, percentual acima da média de imóveis novos vendidos no Brasil (+29,2%), no período de janeiro a novembro de 2023. Isso mostra que o programa ajudou a impulsionar o mercado de imóveis no país, tanto em unidades vendidas quanto em número de novos lançamentos.
Os dados são da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), e foram divulgados pela Globonews. O levantamento da Abrainc considerou o desempenho de 20 grandes incorporadoras no país.
No período analisado, as vendas totais de imóveis no país, incluindo os de médio e alto padrão, alcançaram o valor de R$ 42,3 bilhões, com 144.854 unidades comercializadas. Desses, 103.171 unidades foram negociadas no âmbito do Minha Casa Minha Vida, o equivalente a 71% do total.
Os imóveis vendidos pelo programa habitacional do governo respondem ainda por mais da metade do valor total de vendas de novos imóveis no Brasil: 53,6%, o equivalente a R$ 22,7 bilhões.
À reportagem da Globonews, a Abrainc atribuiu o bom desempenho do Minha Casa Minha Vida – uma das principais bandeiras do governo Lula – aos recentes ajustes feitos no programa, com juros menores e parcelas mais administráveis pelos compradores, medidas essas que permitiram a ampliação do acesso ao programa, principalmente às famílias de menor renda.
“A continuidade do processo de redução da taxa Selic em 2024 contribuirá enormemente para o desenvolvimento de um dos setores mais importantes da economia, responsável pela geração de aproximadamente 11% dos empregos formais do país”, disse o presidente da Abrainc, Luiz França.
Veja o que mudou nas regras do Minha Casa, Minha Vida
A nova versão do programa trouxe condições diferentes, como o aumento do limite máximo de renda para a Faixa 1 em áreas urbanas, de R$ 1.800,00 para até R$ 2.640,00, ou renda anual de até R$ 31.680,00, em áreas rurais.
O redesenho do programa apresentou, também, taxas de juros mais baixas e aumento do subsídio. Já os beneficiários das Faixas 2 e 3 passaram a contar com a oferta de unidades habitacionais financiadas, em imóveis com valores de até R$ 350 mil.
Podem participar do programa famílias com renda mensal bruta de até R$ 8 mil, em áreas urbanas, e renda anual bruta de até R$ 96 mil, em áreas rurais. Para se qualificar no programa, as famílias devem atender a requisitos de renda e não possuir nenhum imóvel registrado em seu nome.
O programa se divide em três faixas:
- Faixa 1: podem participar famílias com renda bruta de até R$ 2.640,00 mensais, em áreas urbanas, e de até R$ R$ 31.680,00 por ano, em áreas rurais.
- Faixa 2: destinada àqueles que recebem de R$ 2.640,01 a R$ 4.400,00 mensais, em áreas urbanas, e de R$ 31.608,01 a R$ 52.800,00 por ano, em áreas rurais.
- Faixa 3: contempla os que ganham entre R$ 4.400,01 e R$ 8.000,00 por mês, para áreas urbanas, e de R$ 52.800,01 a R$ 96.000,00, para áreas rurais.
O cálculo do valor de renda bruta familiar não considera benefícios temporários de natureza indenizatória, assistenciais ou previdenciários, como auxílio-doença, auxílio-acidente, seguro-desemprego, BPC (Benefício de Prestação Continuada) e Bolsa Família.
Outra inovação do programa é que os beneficiários da Faixa 1 que recebem BPC ou que sejam participantes do Bolsa Família estão isentos de prestações. Para essas famílias, o imóvel é 100% gratuito.
Imóveis de médio e alto padrão
No ano passado, o segmento de imóveis de médio e alto padrão também registrou alta de 16,5% em volume de vendas, com 39.626 unidades comercializadas, e 18,8% de crescimento no valor total negociado, que chegou a R$ 19,1 bilhões.
Contudo, houve redução de 8,6% nos lançamentos nessa categoria, ou R$ 15 bilhões em valor total. O número de unidades lançadas também diminuiu 39,9%, para 22.241 unidades.
Segundo o levantamento da Abrainc/Fipe, essa é uma readequação gradual de mercado, por conta dos atuais níveis de estoque. No início do ano passado, a duração média de uma oferta de imóvel de médio e alto padrão era de 24 meses. Esse tempo reduziu e atualmente está em 15 meses.
De modo geral, representantes do mercado imobiliário brasileiro esperam estabilidade ou crescimento modesto este ano na comparação com 2023. A projeção do setor é de que os bons ventos da economia brasileira, com juros em queda, inflação controlada e desemprego baixo ajudem o segmento.
Além disso, o Minha Casa, Minha Vida deve continuar liderando os lançamentos este ano.
Redação ICL Economia
Com informações do g1