Os mercados mundiais amanhecem majoritariamente no campo negativo, nesta manhã de quinta-feira (21), com os investidores repercutindo os números da Nvidia, empresa líder em tecnologia de IA (Inteligência Artificial). A empresa divulgou resultados para o terceiro trimestre acima da expectativa de mercado, mas o problema é a perspectiva futura.
A gigante da inteligência artificial anunciou uma receita de US$ 35,08 bilhões (R$ 202,51 bilhões) no terceiro trimestre, montante 17% superior ao período de três meses anterior e 94% acima da mesma base do ano passado. O resultado ficou acima do esperado (US$ 33,16 bilhões). Os ganhos por ação foram de US$ 0,81.
Para o último trimestre do ano, em curso neste momento, a companhia projeta receitas de US$ 37,5 bilhões, com uma margem de 2% para cima ou para baixo.
Ainda assim, o resultado não agradou, pois as projeções dos investidores chegavam a até US$ 41 bilhões.
Na leitura dos agentes, a perspectiva sugere que o entusiasmo em torno da IA pode estar se antecipando à realidade. Os investidores da Nvidia elevaram as ações em quase 200% em 2024, tornando-a a empresa mais valiosa do mundo. No entanto, a fabricante de chips teve dificuldades para acompanhar a demanda por seus produtos e enfrentou problemas de produção este ano.
As ações da Nvidia caíram cerca de 5% nas negociações após o horário regular, depois do anúncio do resultado. A projeção da Nvidia pesa sobre seus fornecedores e os mercados em geral, dada a posição central da companhia no ecossistema da IA.
Com a agenda de indicadores macroeconômicos esvaziada hoje, os investidores aguardam dados de pedidos de seguro-desemprego semanal, um dos principais termômetros da saúde da economia norte-americana.
Por aqui, no retorno do feriado da Consciência Negra ocorrido ontem (20), a agenda do mercado brasileiro está esvaziada hoje.
As atenções se voltam, então, às discussões do pacote de corte de gastos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá hoje de manhã com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e deve analisar as contribuições do Ministério da Defesa ao pacote.
Brasil
Na véspera do feriado da Consciência Negra, ocorrido ontem (20), o Ibovespa fechou com alta de 0,34%, aos 128.197,25 pontos, após dias de instabilidade. É a maior alta desde 4 de novembro, quando o índice ficou com mais 1,87%.
Em dia de agenda de indicadores fraca aqui e lá fora, algumas empresas ajudaram o principal indicador da Bolsa a subir.
As ações da Vale (VALE3), peso-pesado do indicador, tiveram alta de 0,23%, acompanhando a valorização do minério de ferro na China. Os grandes bancos, como o BB (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) também subiram hoje.
O dólar comercial fechou com avanço de 0,34%, cotado a R$ 5,767.
Europa
As bolsas europeias operam majoritariamente em queda, com os investidores também repercutindo os dados da Nvidia, enquanto aguardam os dados da confiança do consumidor da zona do euro de novembro.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,15%
DAX (Alemanha): -0,15%
CAC 40 (França): -0,39%
FTSE MIB (Itália): -0,62%
STOXX 600: -0,21%
Estados Unidos
Os índices futuros operam no campo negativo, com os traders avaliando os dados da Nvidia ao mesmo tempo em que monitoram a composição que está sendo formada no futuro governo de Donald Trump.
Dow Jones Futuro: -0,15%
S&P 500 Futuro: -0,31%
Nasdaq Futuro: -0,40%
Ásia
Os mercados asiáticos também fecharam em baixa, em sua maioria, com investidores repercutindo os dados da Nvida, que impactam bastante as bolsas asiáticas.
Além disso, o conglomerado indiano Adani Group ficou sob os holofotes depois que seu presidente, Gautam Adani, foi indiciado em Nova York por suspeita de envolvimento em um esquema de suborno de US$ 265 milhões, de acordo com promotores dos EUA.
Shanghai SE (China), +0,07%
Nikkei (Japão): -0,85%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,53%
Kospi (Coreia do Sul): -0,07%
ASX 200 (Austrália): -0,04%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem devido a preocupações com o fornecimento desencadeadas pelas crescentes tensões geopolíticas em meio à guerra em andamento entre a Rússia e a Ucrânia.
Petróleo WTI, +1,09%, a US$ 69,50 o barril
Petróleo Brent, +0,98%, a US$ 73,53 o barril
Agenda
Na Europa, saem os dados da confiança do consumidor de novembro da zona do euro.
Nos Estados Unidos, os pedidos por seguro-desemprego semanal e vendas de casas usadas.
No Japão, será divulgado o PMI Industrial e do Setor de Serviços, ambos de novembro.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o Ministério da Defesa fechou acordo com a equipe econômica para cortar gastos na previdência dos militares, dentro do pacote que a Fazenda prepara para controlar a trajetória da dívida pública. Entre as quatro medidas, está a criação da idade mínima de 55 anos para reserva remunerada, com período de transição. Hoje, o critério para aposentadoria é pelo tempo de serviço – ao menos 35 anos. Também haverá o fim da morte ficta, a chamada “morte fictícia”, quando militares expulsos das Forças por crimes ou mau comportamento têm garantido, às suas famílias, o direito a receber pensão. Agora, a família do militar passará a ter direito a auxílio-reclusão, tal como previsto na Lei 8.112/90, para os servidores públicos. Agenda de indicadores esvaziada nesta quinta-feira.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e Bloomberg