‘Pnad Contínua mostra caracterização de um duplo mercado de trabalho no Brasil’, diz economista Karina Fernandes

A professora foi a convidada da edição de ontem do ICL Mercado e Investimentos, programa diário conduzido pelos economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli, para falar sobre a Pnad Contínua, do IBGE..
1 de março de 2024

A economista e professora da Unip (Universidade Estadual Paulista) Karina Fernandes celebra o resultado da Pnad Contínua, divulgada ontem (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas, ao mesmo tempo, joga lupa nos números, os quais, na opinião dela, revelam a “caracterização de um duplo mercado de trabalho no Brasil”.

A pesquisa mostrou que, no trimestre encerrado em novembro, a taxa de desocupação do país chegou a 7,5%, com variação de -0,2 ponto percentual (p.p.) na comparação com os três meses anteriores. O número de pessoas ocupadas foi estimado em 100,5 milhões, o que equivale a um crescimento de 0,9% no mesmo período. Esse contingente atingiu novamente o maior patamar da série histórica do levantamento.

“A Pnad Contínua mostra que, de cada dez brasileiros, quatro estão no mercado informal de trabalho. Então, temos a caracterização de um duplo mercado de trabalho no Brasil: a população que consegue acessar o mercado de trabalho formal e todos os direitos envolvidos, e [aquela que acessa] o informal, o que tem muita relação com a qualidade do trabalho”, observou Karina, em entrevista ontem ao ICL Mercado e Investimentos, programa diário conduzido pelos economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli.

Se, por um lado, ela aponta como positivo o fato de terem sido criadas 1,5 milhão de vagas formas no país, majoritariamente na juventude (faixa de 18 a 24 anos) e com grau de instrução de ensino médio completo, “o que é muito positivo”; por outro, “a gente tem uma aceleração maior do mercado informal”.

“Se a gente for pegar o mapa do Brasil, a informalidade é maior no Norte e no Nordeste do país. No Maranhão, por exemplo, mais de 55% dos trabalhadores estão na informalidade”, observou. “Temos que pensar na qualidade do trabalho, que é o rendimento básico do brasileiro”, completou.

Assista à entrevista completa no vídeo abaixo:

 

Redação ICL Economia
Com informações do ICL Mercado e Investimentos

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