Um dia depois de o Fed (Federal Reserve) aumentar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, a uma taxa de referência de 4,5% a 4,75% ao ano, os índices futuros dos EUA e a maioria das bolsas mundiais operam em alta nesta manhã de quinta-feira (23).
A decisão do Fed foi dentro daquilo que os mercados esperavam diante da turbulência vivida nos mercados nos últimos dias, depois da falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, e os problemas envolvendo o Credit Suisse.
Diante do cenário, o banco central dos Estados Unidos mudou trecho do comunicado anterior, no qual indicava que seguiria com “aumentos contínuos” para controlar a inflação ainda resiliente. Mas, depois das crises dos bancos, o novo comunicado sinaliza que o aperto monetário no combate à inflação pode estar chegando ao fim, com a remoção do trecho.
O presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, concedeu coletiva após o anúncio da decisão, ocasião em que voltou a falar sobre preocupações com a inflação. Ele disse que o Fed notou “alguma suavização” nos preços e que a desinflação está, definitivamente, acontecendo. E apontou que o banco central norte-americano está preparado para fazer novas altas, caso seja necessário.
Na Europa, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) anuncia hoje a sua decisão monetária e, ao que tudo indica, deve seguir na linha do aumento da taxa de juros, principalmente depois dos últimos dados inflacionários divulgados, que vieram acima do esperado.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (22) em queda, com os investidores de olho na decisão de juros nos Estados Unidos e no Brasil. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,77% aos 100.221 pontos. A cotação renova o menor patamar de fechamento desde julho.
Segundo analistas do mercado financeiro, a decisão do Federal Reserve (Fed), Banco Central dos EUA, de ter aumentado as taxas de juros do país para uma faixa de 4,75% a 5% — uma alta de 0,25 ponto percentual – mexeu com os indicadores.
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar caiu 0,17% frente ao real, cotado a R$ 5,236 na compra e a R$ 5,237 na venda.
Europa
As bolsas da Europa operam com baixa, com investidores digerindo a decisão sobre juros do BC americano e à espera do anúncio do Banco da Inglaterra, que deve aumentar a taxa de juros a 0,25 ponto percentual, a exemplo do que fez o Fed.
O Reino Unido divulgou dados mostrando que a inflação subiu inesperadamente em fevereiro. Por essa razão, o aumento na taxa de juros é esperado.
Na Suíça, que enfrentou recentemente problemas com o Credit Suisse, o banco central elevou sua taxa básica de juros em 50 pontos-base, a 1,5% ao ano. A inflação do país está em 3,4%, para sua meta de 0% a 2%.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,47%
DAX (Alemanha), +0,03%
CAC 40 (França), +0,01%
FTSE MIB (Itália), +0,22%
STOXX 600, -0,30%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em alta nesta manhã de quinta-feira (23), um dia após o Fed promover uma nova alta de juros e o comunicado da autoridade monetária indicar que o ciclo de aperto monetário deve diminuir.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,51%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,76%
Nasdaq Futuro (EUA), +1,11%
Ásia
As bolsas da Ásia, por sua vez, fecharam mistas, também repercutindo o aumento de juros nos Estados Unidos.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, liderou os ganhos na Ásia, subindo 2,11%, e o índice Hang Seng Tech subiu 4,41%, principalmente devido aos ganhos da gigante tecnológica Tencent, que subiram 5,3%.
Shanghai SE (China), +0,64%
Nikkei (Japão), -0,17%
Hang Seng Index (Hong Kong), +2,34%
Kospi (Coreia do Sul), +0,31%
ASX 200 (Austrália), -0,67%
Petróleo
As cotações do petróleo operam com baixa, com investidores avaliando os comentários do presidente do Fed e o aumento das taxas de juros nos EUA.
Petróleo WTI, -0,25%, a US$ 70,72 o barril
Petróleo Brent, -0,09%, a US$ 76,62 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, após o Fed elevar a taxa de juros, investidores aguardam por novos dados semanais de pedidos de seguro-desemprego. Hoje, sai os números dos pedidos de seguro-desemprego semanal, enquanto o consenso prevê 197 mil solicitações, e os dados de vendas de casas novas de fevereiro.
Na Europa, O Banco da Inglaterra divulga sua decisão sobre os juros, e a zona do euro divulga os dados da confiança do consumidor de março.
Por aqui, no Brasil, com a agenda econômica esvaziada, os investidores repercutem a decisão, dentro do esperado, de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária). O destaque foi o tom duro do comunicado, muito focado na deterioração das expectativas de inflação para este ano e os próximos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências e do InfoMoney