Bolsas mundiais e índices futuros operam sem direção única após decisão da Opep de reduzir produção de petróleo

Organização dos Países Exportadores de Petróleo fez anúncio surpresa de que vai reduzir a produção da commodity em 1,16 milhão de barris por dia, o que trouxe temores de volta da inflação
3 de abril de 2023

As bolsas mundiais e os índices futuros dos Estados Unidos operam mistas nesta manhã de segunda-feira (3), com os investidores repercutindo o aumento dos preços do petróleo após a decisão da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de reduzir a produção da commodity em 1,16 milhão de barris por dia.

O anúncio da medida, ocorrida após a decisão da Rússia de reduzir a sua própria produção de petróleo em 500 mil barris por dia, reavivou no mercado os temores de volta da inflação e, consequentemente, de mais aperto monetário por parte dos bancos centrais, justamente em um momento em que o Fed (Federal Reserve), dos EUA, dava sinais de arrefecimento na condução da política monetária após as crises recentes envolvendo instituições financeiras.

A expectativa de agentes do mercado é de alta de até 20% nos preços do petróleo, para US$ 95 o barril, após anúncio surpreendente da Opep.

Fora isso, a agenda de indicadores está esvaziada nesta semana mais curta no Brasil, devido ao feriado da Sexta-feira Santa, enquanto no exterior há dados econômicos importantes.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (31) em forte queda com mercado questionando o novo arcabouço fiscal anunciado ontem pelo governo federal. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 1,77%, aos 101.882 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, o Ibovespa passou o dia focado em movimentos internos. Os investidores ainda repercutem os detalhes do novo arcabouço fiscal brasileiro. A nova regra foi bem recebida pelo mercado, porém muitas dúvidas foram levantadas – o que acabou influenciando o movimento da Bolsa nesta sexta-feira.

Nas negociações do dia, o dólar recuou 0,55%, cotado a R$ 5,06.

Europa

As bolsas da Europa operam em alta hoje, com os mercados repercutindo a decisão da Opep. As ações de petróleo e gás lideram os ganhos, enquanto os papéis de viagens e lazer registram perdas.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,77%
DAX (Alemanha), +0,12%
CAC 40 (França), +0,41%
FTSE MIB (Itália), +0,58%
STOXX 600, +0,18%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam mistos nesta manhã, primeiro dia de pregão do segundo trimestre, após fecharem o período anterior no campo positivo. O Nasdaq liderou o trimestre passado com alta de 16,8%, com as ações de tecnologia se recuperando de uma forte queda no ano passado.

Enquanto isso, o S&P 500 subiu 7% nos primeiros três meses do ano em seu segundo trimestre positivo consecutivo. Por sua vez, o Dow Jones ficou para trás, mas ainda conseguiu subir 0,4%.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,32%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,13%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,69%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com alta em sua maioria hoje, repercutindo dados de atividade econômica de vários países da região e, principalmente, a disparada nos preços do petróleo.

Na China, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de manufatura Caixin/Markit para março foi de 50, abaixo das estimativas de 51,7 de analistas.

No Japão, a atividade fabril mostrou contração mais fraca em cinco meses. O índice de gerentes de compras de manufatura subiu para 49,2% em março, acima dos 47,7% de fevereiro.

Já o PMI da Coreia do Sul caiu para 47,6 em março, em comparação com 48,5 em fevereiro, a maior contração em seis meses.

Shanghai SE (China), +0,72%
Nikkei (Japão), +0,52%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,04%
Kospi (Coreia do Sul), -0,18%
ASX 200 (Austrália), +0,63%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com alta nesta segunda-feira, após o corte de produção de petróleo anunciado pela Opep. Os cortes voluntários começarão em maio e vão até o fim deste ano. O argumento dado pela Arábia Saudita, um dos países integrantes da organização, é de que se trata de uma “medida de precaução” para estabilizar o mercado de petróleo, depois que a própria Rússia anunciou redução na produção da commodity.

Petróleo WTI, +5,66%, a US$ 79,95 o barril
Petróleo Brent, +5,58%, a US$ 84,35 o barril

Agenda

Nesta segunda-feira, a agenda de dados econômicos está esvaziada, mas há dados importantes do mercado de trabalho a serem divulgados ao longo desta semana, como o payroll de março nos EUA, a ser divulgado na sexta-feira (7). O consenso Refinitiv projeta abertura de 238 mil vagas, uma desaceleração em relação às 311 mil de fevereiro. A taxa de desemprego deve se manter estável em 3,6%, enquanto os salários devem apresentar crescimento mensal de 0,3%, na média, e de 4,3% na comparação anual.

Além de dados do mercado de trabalho, serão divulgados também uma série de indicadores de atividade (PMIs) ao longo da semana nos Estados Unidos.

Por aqui, no Brasil, no campo político, a expectativa agora é do envio ao Congresso, ainda esta semana, do projeto do novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos. No âmbito econômico, hoje sai a balança comercial do mês de março. A expectativa do mercado é de que sejá registrado superávit de US$ 9,5 bilhões, ante os US$ 4,7 bilhões de fevereiro e os US$ 6,4 bilhões de março do ano passado. Também sai o Boletim Focus.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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