Com os casos de Covid se espalhando com grande velocidade em Xangai, a China aumentou as medidas restritivas. As consequências têm sido bolsas asiáticas em queda, congestionamento no Porto de Xangai e corrida aos mercados para garantir suprimentos.
As autoridades de Xangai, que lutam contra um surto de Covid-19, ergueram cercas do lado de fora de prédios residenciais, provocando novos protestos públicos contra o lockdown que está forçando grande parte dos 25 milhões de habitantes da maior cidade da China a ficar dentro de casa.
Foram registradas imagens de trabalhadores em trajes de proteção brancos selando entradas de conjuntos habitacionais e fechando ruas inteiras com cercas verdes de dois metros de altura.
Muitas das cercas foram erguidas em torno de conjuntos designados como “áreas vedadas” (edifícios onde pelo menos uma pessoa testou positivo para Covid-19, o que significa que os moradores estão proibidos de sair de suas residências).
O confinamento ao qual a cidade está submetida dificulta a chegada dos caminhões para levar as mercadorias a outros locais ou distribuí-las às fábricas próximas. Muitas indústrias, como a Volkswagen e a Tesla, tiveram que interromper suas atividades.
E, mesmo após semanas de restrições à mobilidade, as autoridades não têm conseguido controlar o surto conforme o esperado. Em Pequim, os casos também se espalham e é crescente a preocupação com possíveis lockdowns na capital chinesa, o que promoveu uma forte corrida por suprimentos.
O maior distrito de Pequim, Chaoyang, que tem cerca de 3,45 milhões de habitantes, vai exigir que todos os que moram ou trabalham na área façam três testes de Covid-19 nesta semana e isolou mais de uma dúzia de prédios após a cidade registrar 22 novos casos no sábado (23).
Porto de Xangai
O que também tem afetado a economia da China com reflexos para todo o mundo é a carência de trabalhadores portuários para processar os documentos necessários para que os navios desembarquem suas mercadorias ou façam a inspeção de saída.
Agora os barcos também estão se acumulando na costa e nos canais ao redor do porto esperando o sinal verde para atracar.
Outro problema é que milhares de contêineres estão se acumulando no porto, colocando mais uma vez a cadeia de suprimentos global em xeque, justamente quando os analistas estavam confiantes em sua recuperação após a pandemia.
Os principais produtos exportados por Xangai incluem máquinas de lavar, aspiradores, painéis solares, componentes eletrônicos e têxteis.
As consequências globais são cadeias de suprimentos tensas, fluxo lento de importações e aumento da inflação, inclusive com consequências para a América Latina.
Bolsas asiáticas
Com isso, as bolsas asiáticas fecharam em forte queda nesta segunda-feira (25). Vale lembrar que o governo chinês adota uma política de “Covid zero”, que envolve testagem em massa e lockdowns pesados quando poucos casos são registrados, o que pode comprometer a cadeia de suprimentos e causar uma desaceleração da economia global. Houve queda em:
-Shanghai SE (China): -5,13%
-Nikkei (Japão): -1,90%
-Hang Seng Index (Hong Kong): -3,73%
-Kospi (Coreia do Sul): -1,76%
Também o preço do petróleo e do minério de ferro desabarem nesta segunda (25):
-Petróleo WTI: -4,58%, a US$ 97,39 o barril
-Petróleo Brent: -4,61%, a US$ 101,73 o barril
-Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian: -10,73%, a 794,5 iuanes (US$ 121,10)
Banco Central da China
O banco central da China anunciou nesta segunda-feira que irá reduzir o volume de moeda estrangeira que os bancos precisam manter como reserva, -movimento que busca desacelerar a depreciação do iuan, atualmente nos níveis mais fracos em um ano.
Vai reduzir a taxa de compulsório de 9% para 8%, a partir de 15 de maio, para “melhorar a capacidade das instituições financeiras de usar fundos em moeda estrangeira”, de acordo com comunicado online.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias.