O programa de incentivo para a venda de carro popular do governo federal já consumiu R$ 300 milhões ou 60% do teto disponível (R$ 500 milhões). O montante representa os recursos solicitados pelas montadoras para aderiram à iniciativa. Os dados foram publicados pela Folha de S.Paulo.
Conforme a reportagem do jornal, a marca foi alcançada no sábado passado (17), e um novo balanço com dados atualizados sobre o programa deverá ser divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
No site do MDIC é informado que, até a sexta-feira passada (16), 266 versões haviam sido incluídas pelas montadoras no programa de incentivos da venda de carro popular, lançado pelo governo federal em 5 de junho. Essas versões correspondem a 32 modelos de nove montadoras.
Na página do ministério, também é informado que, até aquela data, o MDIC havia autorizado R$ 170 milhões em créditos tributários, assim divididos: FCA Fiat Chrysler e Volks (R$ 30 milhões cada); GM, Peugeot Citroen, Hyundai e Renault (R$ 20 milhões cada); Honda, Nissan e Toyota (R$ 10 milhões cada).
Os recursos devem ser convertidos em descontos ao consumidor na hora da venda do veículo. A página do MDIC também traz a tabela atualizada com os valores dos descontos.
Diante da alta procura, a expectativa é que o programa dure cerca de um mês, ou seja, bem menos do que os quatro meses previstos para o programa de venda de carro popular, que dá descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil para automóveis de passeio; e R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil para ônibus e caminhões.
A medida conjuntural, elaborada pelo MDIC em parceria com o Ministério da Fazenda, tem o objetivo de atenuar a crise em um setor que responde por 20% do PIB (Produto Interno Bruto) da indústria de transformação e está com 50% de sua capacidade instalada ociosa. Quando os recursos disponíveis se esgotarem (R$ 1,5 bilhão), o programa acaba.
Os critérios para determinar o valor do desconto foram menor preço, eficiência energética e conteúdo nacional (índice de produção local). Quanto maior a pontuação nesses quesitos, maior o desconto aplicável.
Prorrogação de incentivo para a venda de carro popular não está nos planos do governo
De acordo com a Folha de S.Paulo, na reunião ministerial de quinta-feira passada (15), o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin (PSB), teria apresentado os resultados do programa de redução tributária o setor automotivo.
Segundo relatos de participantes apurados pelo jornal, Lula teria brincado com o vice-presidente, pedindo para ele já ir avisando Fernando Haddad (Fazenda) que “a gente vai querer prorrogar o incentivo”, porque está um sucesso.
Oficialmente, no entanto, o governo nega as intenções de prorrogar a medida. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou à imprensa após o encontro que a prorrogação não está nos planos do governo.
“Ele fez uma brincadeira, quando foi feito o relato pelo Alckmin de que o programa estava tendo um sucesso absoluto. Ele fez uma brincadeira, mas não está no planejamento do governo”, disse Costa.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Folha de S.Paulo