Mais de 2 milhões de nomes “sujos” com dívidas de até R$ 100 foram retirados de cadastros de negativados nos primeiros três dias do Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal. A informação é da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) e foi repassada ao Ministério da Fazenda.
Agora, essas pessoas estão aptas a fecharem contratos de aluguel e a voltarem ao mercado de consumo, contribuindo para fazer a roda da economia brasileira girar novamente.
A desnegativação das dívidas de até R$ 100 é uma contrapartida à participação dos bancos no programa. Contudo, a medida não significa que a dívida está perdoada. Além disso, esse número de desnegativados significa que essas pessoas não possuíam dívidas de outras naturezas.
Essa primeira fase do Desenrola Brasil, que começou na segunda-feira passada (17), inclui somente dívidas bancárias, incluindo aqueles com débitos de até R$ 100 e pessoas da chamada faixa 2, com renda mensal de até R$ 20 mil.
A expectativa do governo, depois da adesão do Nubank, é de que 2,5 milhões de pessoas com dívidas de até R$ 100 tenham seus nomes limpos. Os descontos oferecidos para pelos bancos para aqueles que quitam suas dívidas à vista chegou a 96%.
Nesta sexta-feira (21), a Caixa Econômica Federal abriu suas agências uma hora mais cedo para poder atender à demanda de pessoas que queriam renegociar seus débitos.
O banco público informou que já renegociou mais de R$ 10 milhões em dívidas nos três primeiros dias do programa, com 22 mil adesões. Ainda há espaço para aumentar o número de renegociações uma vez que a Caixa informa que tem 13 milhões de clientes com dívidas.
Bancos alertam para os golpes cibernéticos dentro do programa Desenrola Brasil
Mal começou, e o Desenrola Brasil já tem sido alvo de crimes cibernéticos. Golpistas começaram a espalhar centenas de links fraudulentos nas redes sociais para tentarem “roubar” dados pessoais e obter pagamentos de endividados.
Na maioria das vezes, os criminosos se oferecem para intermediar a negociação com os bancos, pedindo o pagamento de valores. Por isso, as instituições financeiras têm alertado que não enviam nenhum tipo de comunicado ou link para os devedores. Ou seja, quem possui débitos deve procurar a instituição bancária para negociar e não o contrário.
Nessa fase, o Desenrola está negociando dívidas adquiridas de 1º de janeiro de 2019 a até 31 de dezembro de 2022, e que estejam negativadas. Em nenhum caso há perdão das dívidas.
Segundo o Ministério da Fazenda, a cada real de desconto que o banco oferecer na renegociação, a instituição financeira vai poder apurar R$ 1 de crédito presumido — uma espécie de compensação tributária.
Com esse incentivo, a expectativa é que o volume de créditos disponível nessa fase chegue a R$ 50 bilhões.
No caso da faixa 1, as renegociações devem começar a partir de setembro.
A faixa 1 será voltada a pessoas físicas com renda mensal de até 2 salários mínimos ou que estejam inscritas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal), com dívidas de até R$ 5 mil, negativadas entre 2019 e 2022.
Esse grupo poderá renegociar dívidas bancárias e não bancárias, ou seja, com companhias de água, luz e telefone, por exemplo.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, do G1 e da Agência Brasil