Em semana marcada pelo simpósio anual de Jackson Hole, índices futuros e bolsas da Europa operam em alta

Enquanto isso, os mercados asiáticos estão em trajetória mista, com os investidores repercutindo a decisão da China a respeito das taxas de empréstimos.
21 de agosto de 2023

Em semana marcada pelo simpósio anual de bancos centrais de Jackson Hole, no Wyoming (EUA), os índices futuros e as bolsas da Europa iniciam esta segunda-feira (21) operando no campo positivo. Enquanto isso, os mercados asiáticos estão em trajetória mista, com os investidores repercutindo a decisão da China a respeito das taxas de empréstimos.

O ponto alto de Jackson Hole será o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na sexta-feira (25), no qual ele poderá dar os possíveis próximos passos da condução da política monetária dos Estados Unidos.

Na semana passada, a autoridade monetária norte-americana divulgou a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), realizada em 25 e 26 de julho. O documento indica que poderá ser adotado um aperto monetário mais prolongado.

De acordo com informações da Bloomberg, dois terços dos entrevistados na última pesquisa Markets Live Pulse da própria agência acreditam que o Fed ainda não venceu a inflação e 50% deles esperam uma desaceleração da economia nos próximos 12 meses. Além disso, mesmo sem novos aumentos de juros, o aperto que o BCE (Banco Central Europeu) já promoveu pode levar a economia da zona do euro a uma recessão em 2024, segundo 80% dos entrevistados.

Na Ásia, os bancos chineses mantiveram a taxa básica de cinco anos, que orienta as hipotecas, em 4,2%, um movimento que confunde os investidores sobre a abordagem do país para conter a crise imobiliária, já que o mercado esperava uma redução de 15 pontos-base. No caso da taxa de referência de um ano, a redução ficou abaixo do previsto e passou de 3,55% para 3,45%.

Os economistas esperavam um corte de 15 pontos-base em ambas devido aos riscos de inadimplência no setor imobiliário em apuros, e levantaram questões sobre se a China conseguirá uma recuperação econômica impulsionada por estímulos.

No Brasil, a expectativa da semana gira em torno da votação do arcabouço fiscal, cuja tramitação pode avançar na Câmara.

Na seara de indicadores, a inflação será o grande destaque, com a divulgação do IPCA-15 de agosto na sexta-feira. A expectativa do mercado é de aceleração para 0,19% (de -0,07% em julho), com pressões altistas vindas de veículos (com o fim do programa de descontos do governo) e gasolina (devido ao retorno integral do PIS/Cofins federais sobre o combustível).

Brasil

Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (18) em alta, interrompendo uma sequência histórica de 13 quedas consecutivas. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,37%, aos 115.409 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores continuaram monitorando o rumo dos juros nos Estados Unidos, após o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) indicar que pode realizar novos aumentos nas taxas. Os investidores seguem também de olho na situação da China, que dá sinais de desaceleração econômica.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar subiu 0,27% frente ao real, cotado a R$ 4,967 na compra e a R$ 4,968 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam em alta generaliza nesta segunda-feira, depois que fecharam na sexta-feira em uma mínima de seis semanas. Todos os setores registram ganhos, liderados por petróleo e gás, com alta de 0,85%.

Na seara de indicadores, a agenda da semana será marcada por prévias dos PMIs (índices de gerentes de compras) de Reino Unido, Alemanha e zona do euro.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,46%
DAX (Alemanha), +0,66%
CAC 40 (França), +1,04%
FTSE MIB (Itália), +1,40%
STOXX 600, +0,67%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com alta na manhã de hoje, após fechar a semana passada no vermelho. Por lá, os investidores estão na expectativa do simpósio anual de bancos centrais em Jackson Hole, Wyoming.

Na semana passada, o Nasdaq Composite fechou em queda de cerca de 2,6%, caindo pela terceira semana consecutiva pela primeira vez desde dezembro, enquanto o Dow Jones fechou a semana em queda de 2,2%, sua pior sequência desde março. E o S&P 500 caiu 2,1% e registrou sua terceira semana consecutiva de perdas, o que não acontecia desde fevereiro.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,27%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,40%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,60%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam mistas, com a China cortando a taxa básica de empréstimo (LPR) de 1 ano, mas deixando a taxa de 5 anos inalterada, abaixo do esperado.

Shanghai SE (China), -1,24%
Nikkei (Japão), +0,37%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,82%
Kospi (Coreia do Sul), +0,17%
ASX 200 (Austrália), -0,46%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com alta na sessão de hoje, à medida que investidores avaliam o aperto na oferta impulsionado pelos cortes da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados) com preocupações persistentes sobre o crescimento da demanda global em meio às altas taxas de juros.

Petróleo WTI, +0,52%, a US$ 81,67 o barril
Petróleo Brent, +0,42%, a US$ 85,16 o barril

Agenda

Com a agenda desta segunda-feira esvaziada, o radar dos investidores se volta para o 46º simpósio anual de Jackson Hole, que acontece no Wyoming (EUA) entre os dias 24 e 26. O encontro é organizado pelo Federal Reserve de Kansas City e reúne banqueiros centrais ou seus representantes de todo o mundo, além de acadêmicos e outros pensadores econômicos influentes.

Na Europa, os investidores aguardam  para a divulgação dos índices PMIs compostos no Reino Unido, Alemanha e Zona do euro pela S&P Global, na quarta-feira (23).

Por aqui, no Brasil, no campo político, a viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Johanesburgo (África do Sul) para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) preocupa integrantes da equipe econômica, diante da tensão com o Legislativo que vem travando a pauta de propostas importantes para a economia, como o arcabouço fiscal. Na seara econômica, os destaques desta segunda-feira (21) são o Boletim Focus e a segunda prévia de agosto do IGP-M.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Bloomberg

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