Bolsas mundiais e índices futuros em baixa, repercutindo problemas imobiliários da China e mercado de petróleo

A agenda da semana é marcada por uma série de indicadores importantes, como a leitura do PIB do segundo trimestre dos EUA, na quinta-feira (28), e o PCE na sexta-feira (29). Por aqui, sai a ata do Copom amanhã (26).
25 de setembro de 2023

As bolsas mundiais e os índices futuros dos Estados Unidos estão em trajetória negativa, nesta manhã de segunda-feira (25), com grande parte dos investidores preocupada com os problemas imobiliários da China e as oscilações do mercado de petróleo.

A China Evergrande Group cancelou inesperadamente hoje reuniões com credores, avisando que deveria rever seu plano de reestruturação e as ações da empresa despencaram 22%.

Além disso, os investidores também estão de olho nas falas de membros do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) ao longo da semana, após a autoridade monetária norte-americana sugerir que o fim dos juros altos ainda está distante.

A agenda econômica também traz dados econômicos importantes. Na quinta-feira (28), as atenções estarão voltadas à divulgação da leitura final do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre nos Estados Unidos. A segunda estimativa registrou crescimento de 2,0% ante o trimestre anterior (em termos anualizados e dessazonalizados).

Na sexta-feira (29), sai o índice de preços ao consumidor da zona do euro referente a setembro e a inflação medida pelo núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos relativa a agosto. Este indicador pode dar mais clareza sobre os próximos passos do Fed após ter mantido as taxas de juros inalteradas na semana passada.

No Brasil, o destaque da agenda semanal é para a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), nesta terça-feira (26). Na última reunião, a autoridade monetária brasileira reduziu a taxa Selic para 12,75% ao ano. A minuta deve elencar com clareza os próximos passos da política monetária no Brasil.

Ainda amanhã, será divulgado o IPCA-15 de setembro. A expectativa de analistas é de aceleração para 0,34% (de 0,28% em agosto).

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (22) em queda, marcada pelas decisões monetárias do Federal Reserve e do Banco Central brasileiro. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,12%, aos 116.008 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores continuam repercutindo as decisões sobre juros, principalmente do Brasil e dos Estados Unidos.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar fechou praticamente estável, com queda de 0,06%, a R$ 4,932 na compra e a R$ 4,933 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam no vermelho nesta manhã, com os investidores digerindo uma série de decisões de política monetária na semana passada e à espera de taxas de juros mais elevadas por mais tempo.

Enquanto o Banco de Inglaterra e o Banco Nacional Suíço optaram por interromper os seus ciclos de subida das taxas de juro na semana passada, o Banco Central Europeu optou por um ajuste para cima de 0,25 ponto percentual.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,81%
DAX (Alemanha), -0,89%
CAC 40 (França), -0,83%
FTSE MIB (Itália), -0,95%
STOXX 600, -0,76%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA amanhecem no campo negativo, com investidores à espera de falas do presidente do Fed, Jerome Powell, e dados de atividade econômica e inflação, que podem dar pistas adicionais sobre a condução da política monetária adiante.

No campo político, o Congresso norte-americano continua em um impasse para a votação do orçamento federal, com os parlamentares republicanos se recusando a ceder em novos cortes de gastos. As atuais leis de gastos expiram em 30 de setembro.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,17%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,17%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,18%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia fecharam sem direção definida, com investidores montando posições antes da divulgação de dados de inflação de toda a região esta semana, e repercutindo os problemas imobiliários da China.

As ações da chinesa Evergrande caíram cerca de 20% depois que a empresa disse no fim de semana que adiaria uma reunião de reestruturação de dívida marcada para segunda-feira.

Shanghai SE (China), -0,54%
Nikkei (Japão), +0,85%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,82%
Kospi (Coreia do Sul), -0,49%
ASX 200 (Austrália), +0,11%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com alta, à medida que investidores estão concentrados numa perspetiva de oferta mais restritiva, depois de Moscou ter emitido uma proibição temporária às exportações de combustíveis.

Petróleo WTI, +0,42%, a US$ 90,40 o barril
Petróleo Brent, +0,53%, a US$ 93,76 o barril

Agenda

Na agenda internacional, a semana é marcada por discursos de dirigentes do Fed (Federal Reserve) e do BCE (Banco Central Europeu), que podem dar sinais sobre o futuro da política monetária nessas regiões. Na quinta-feira, as atenções estarão voltadas à divulgação da leitura final do PIB do segundo trimestre nos Estados Unidos. A segunda estimativa registrou crescimento de 2,0% ante o trimestre anterior (em termos anualizados e dessazonalizados).

O destaque desta segunda-feira é para o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o STF (Supremo Tribunal Federal) pode definir na quarta-feira (27) a tese final do julgamento que derrubou o marco temporal para demarcação de terras indígenas. Entre os pontos que serão discutidos está a possibilidade de indenização a particulares que adquiriram terras de boa-fé e se o pagamento seria condicionado à saída dos agricultores das áreas indígenas. Na agenda econômica do dia, serão divulgados o IPC-S, sondagem do consumidor de setembro e Boletim Focus do Banco Central.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney e Bloomberg

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