O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE cedeu 0,4 ponto em setembro, para 91,0 pontos e, após três meses de quedas, atinge o pior nível desde julho de 2020 (89,8 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,0 ponto, para 91,4 pontos.
“A confiança da indústria fecha o terceiro trimestre em queda, resultado das dificuldades enfrentadas pelo setor durante o ano de 2023. A elevada taxa de juros, forte endividamento nas famílias, alto nível de estoques dada a redução da demanda interna, principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo, vêm limitando o crescimento do setor. Apesar de uma melhora da percepção dos empresários com relação a situação atual, influenciada pela demanda externa de setores relacionados à produção de bens intermediários, isso ainda é insuficiente para que a confiança melhore no curto prazo.” comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Em setembro, houve queda da confiança da indústria em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela Sondagem. O resultado reflete melhores avaliações sobre a situação atual, apesar de piora nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) subiu 1,2 ponto, para 89,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 2,0 pontos para 92,4 pontos, pior resultado desde fevereiro de 2023 (91,4 pontos).
Percepção dos empresários influenciou positivamente Índice de Confiança da Indústria
Entre os quesitos que integram o ISA, o único que influenciou positivamente foi o que mede a percepção dos empresários sobre a situação atual dos negócios ao avançar 4,8 pontos, para 93,7 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (94,6 pontos). O indicador que mede o nível atual de demanda se manteve estável, ao variar 0,1 ponto para 91,6 pontos. Já o nível de estoques , voltou a piorar com aumento de 1,6 ponto para 115,2 pontos, pior resultado desde junho de 2020 (118,6 pontos), período que a indústria ainda sofria os efeitos do lockdown. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável).
Com relação as expectativas, houve piora das perspectivas sobre a produção e para as contratações nos próximos três meses seguintes, e no horizonte de seis meses uma acomodação no indicador que mede a tendência dos negócios. O indicador que mensura o ímpeto sobre as contratações recuou 4,0 pontos, para 97,0 pontos, pior resultado desde abril de 2023 (96,5 pontos) e o que mede a produção prevista caiu 2,7 pontos para 92,0 pontos, pior resultado desde novembro de 2022 (91,1 pontos). No sentido contrário, a tendência dos negócios para os próximos seis meses, subiu 0,5 ponto, para 88,4 pontos, permanecendo abaixo dos 100,0 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria subiu 0,9 ponto percentual no mês, para 81,7%.