As bolsas europeias e os índices futuros dos Estados Unidos operam com ligeira alta, nesta manhã de sexta-feira (6), dia de divulgação de mais dados do mercado de trabalho nos EUA, o payroll. Este é um dos principais indicadores usados pelo Fed (Federal Reserve) para definir a política monetária norte-americana.
O consenso Refinitiv projeta que o payroll trará a criação de 170 mil vagas e taxa de desemprego de 3,7%. Em agosto, foram 187 mil vagas, ou seja, se a projeção for confirmada, essa é uma notícia boa, pois significa menos pressão sobre a inflação e, consequentemente, necessidade menor de subir os juros.
“Com este dado em mãos, os investidores devem recalibrar suas apostas para os próximos passos do Fed. Se for reportado uma criação de empregos robusta no mês de setembro, isso pode reforçar a ideia de mais altas de juros nos EUA nas próximas reuniões e/ou juros elevados por mais tempo. Para os mercados, isso pode desencadear em novas rodadas de risk-off [quando os principais investidores não estão dispostos a tomar riscos]”, avalia a Ágora, conforme publicado pela Bloomberg.
Na avaliação de analistas, mais empregos do que o previsto no mercado de trabalho dos Estados Unidos podem desencadear outra onda de compra de dólares e venda de títulos.
Ainda nos Estados Unidos, os indicadores de emprego no início desta semana deram uma narrativa contraditória: a abertura de postos de trabalho superou as estimativas, enquanto o indicador de emprego privado da ADP foi mais fraco do que o previsto.
Dados de ontem sobre o seguro-desemprego apontaram um ligeiro aumento dos pedidos na semana, embora continuem em mínimos históricos, uma mostra da resiliência do mercado norte-americano.
Na Europa, as bolsas abriram em alta, acompanhando as expectativas dos dados de folha de pagamento dos EUA, enquanto os mercados asiáticos repercutiram a desaceleração do rendimento dos títulos dos Estados Unidos (Treasuries yields) e encerraram o dia com leves altas, com exceção da Nikkei.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de ontem (5) com queda de 0,28%, aos 113.284 pontos, revertendo o ganho da véspera.
Devido à agenda de indicadores esvaziada no Brasil, os investidores repercutiram por aqui a ansiedade dos mercados internacionais, que estão à espera dos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos (payroll), nesta sexta-feira (6), um dos termômetros para medir a saúde da economia americana e que pode mexer com o futuro da política monetária.
Nas negociações do dia, o dólar encerrou a R$ 5,1692, com avanço de 0,31%.
Europa
As bolsas da Europa iniciaram o dia em alta, acompanhando as expectativas para os dados de payroll nos EUA. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,5%, puxado pelas ações de seguradoras, que avançavam 1,2% nesta manhã.
Depois da alta no início da sessão de ontem (5), os papéis do setor de alimentos e bebidas caiam mais de 1,6% durante a manhã.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,26%
DAX (Alemanha), +0,52%
CAC 40 (França), +0,37%
FTSE MIB (Itália), +0,76%
STOXX 600, +0,4%
Estados Unidos
Os índices futuros dos Estados Unidos operam com leve alta nesta manhã, com a antena dos investidores direcionada para a divulgação dos dados do mercado de trabalho norte-americano.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,1%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,06%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,09%
Ásia-Pacífico
As bolsas asiáticas encerraram o dia em alta, exceto o Nikkei, do Japão, que perdeu 0,26%.
A diminuição da pressão causada pelos títulos dos Estados Unidos (Treasuries yields) ao longo da semana e as expectativas para payroll puxaram os índices ligeiramente para cima.
Na Índia, o banco central elevou o tom de seu discurso. Manteve em 6,5% sua taxa de juros, mas afirmou que a inflação continua “desconfortavelmente alta” e que, para remediá-la, poderá tomar medidas para enxugar o excesso de dinheiro no mercado.
A surpresa veio com o anúncio de que a autoridade monetária considera vender títulos para absorver esse dinheiro extra.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão), -0,26%
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,58%
Kospi (Coreia do Sul), +0.21%
ASX 200 (Austrália), +0,41%
Petróleo
Os preços do petróleo iniciam o dia em lenta recuperação após fortes recuos nas últimas sessões e em caminho de uma expressiva desvalorização na semana, com os temores sobre a demanda sendo o grande vetor para baixa nas últimas sessões.
Petróleo WTI, +0,21%, a US$ 82,49 o barril
Petróleo Brent, +0,17%, a US$ 84,23 o barril
Agenda
Hoje, todas as atenções estão voltadas para a divulgação dos dados do payroll nos EUA. As projeções do consenso Refinitiv é de criação de 170 mil novas vagas e 3,7% de taxa de desemprego.
Por aqui, no Brasil, no campo político, lideranças de seis frentes parlamentares se uniram numa mobilização para que o Judiciário seja alcançado pela proposta de reforma administrativa. Em jantar na quarta-feira passada (4), as frentes avisaram que vão apoiar uma reformulação da máquina pública que envolva os três poderes. A aposta é de que a proposta ganhe tração no Congresso com o apoio da sociedade. Na seara econômica, é aguardada a divulgação do IGP-DI (índice geral de preços – disponibilidade interna), mensal e anual. Projeções indicam avanço de 0,16% e 5,6%, respectivamente.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg