A maioria das bolsas mundiais e os índices futuros dos EUA estão operando em baixa, nesta manhã de segunda-feira (09), como consequência do terceiro dia de conflito entre o grupo Hamas e Israel. Analistas temem que a escalada do conflito possa trazer impactos nas finanças globais. Por essa razão, os mercados mundiais acionaram o modo alerta, com os investidores acompanhando atentamente os desdobramentos dos acontecimentos.
Dado o protagonismo do Oriente Médio na produção de petróleo, responsável por quase um terço da oferta global, o conflito fez disparar os preços das commodities. Esta manhã, o petróleo tipo Brent chegou a subir mais de 5%, acima dos US$ 88 por barril, enquanto o WTI ultrapassou os US$ 87 no momento de maior pressão. Aos novos riscos geopolíticos somam-se os cortes da oferta da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais aliados) e o receio de que os preços elevados, além de prejudicarem a demanda, respinguem na inflação e forcem a novas altas do juros.
Por ora, os analistas acreditam que o conflito, que teve início após o ataque surpresa do Hamas a Israel, deixando, até o momento, mais de mil mortos, não representará uma ameaça imediata aos fluxos de petróleo. No entanto, uma escalada poderia provocar um conflito mais amplo que envolva Teerã e, possivelmente, os Estados Unidos.
O Irã é um grande produtor de petróleo e apoiador do Hamas, movimento islamista palestino. Qualquer retaliação contra Teerã pode colocar em risco a passagem de navios pelo Estreito de Ormuz, um canal vital que o Irã já ameaçou fechar anteriormente.
O Banco de Israel disse que venderá até US$ 30 bilhões em moeda estrangeira e estenderá até US$ 15 bilhões por meio de instrumentos de swap para apoiar os mercados. A moeda do país, o shekel, caiu para o nível mais baixo em sete anos. O ataque lança uma sombra sobre as perspectivas das empresas que obtêm parte de sua receita do país.
A semana passada foi marcada por dados do mercado de trabalho dos EUA (payroll) muito mais fortes que o esperado, avançando 336 mil vagas ante 170 mil de projeção do consenso Refinitiv. Ainda assim, analistas esperam que, como o dado trouxe salários mais baixos, seja possível aguardar mais informações, como a da inflação, para especular qual caminho será escolhido pelo Fed (Federal Reserve) a respeito dos juros na próxima reunião, em novembro.
Hoje, nos EUA, será celebrado o Columbus Day, mas as bolsas funcionarão normalmente. O mercado de títulos, porém, estará fechado.
Para a semana, são esperadas as divulgações do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), na quarta-feira (11); do CPI (índice de preços ao consumidor), referente ao mês de setembro, na quinta feira (12); e na sexta (13), há o início da temporada de balanços trimestrais de bancos americanos, com JP Morgan, Wells Fargo e Citigroup reportando seus resultados.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (6) em alta de 0,78%, aos 114.169 pontos. Mas, no saldo semanal, o principal índice da bolsa brasileira acumula baixa de 2,06%.
A bolsa brasileira acompanhou o movimento externo, que viveu um dia de oscilações com a divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos (payroll). O documento apontou a abertura de 336 mil postos de trabalho em setembro no país, bem acima dos 175 mil previstos por analistas para o período.
O resultado mostra que o mercado de trabalho estadunidense continua aquecido, o que deve impactar nas próximas decisões do Fed (Federal Reserve) sobre os juros.
O dólar terminou a sessão a R$ 5,1622, com queda de 0,14%. Porém, a moeda americana acumula alta de 2,69% nos últimos cinco dias.
Europa
As bolsas da Europa iniciaram o dia em queda, com investidores avaliando os impactos nos mercados globais do conflito entre Israel e o Hamas.
O índice Stoxx 600 caía 0,4% no início da sessão, puxado por ações do setor químico e de viagem. Por sua vez, os papéis de petróleo e óleo subiam, puxado pelo aumento de preços da commodity.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,2%
DAX (Alemanha), -0,62%
CAC 40 (França), -0,59%
FTSE MIB (Itália), -0,52%
STOXX 600, -0,16%
Estados Unidos
Os índices futuros dos Estados Unidos operam em queda nesta manhã, após as notícias da escalada do confronto entre Israel e Hamas no fim de semana. O temor de analistas é a respeito da duração do conflito e seus possíveis impactos na saúde financeira global, que já está bastante fragilizada.
Os mercados de títulos hoje permanecem fechados, em razão do feriado Columbus Day, mas as bolsas operarão normalmente durante toda a semana.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,41%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,50%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,61%
Ásia-Pacífico
As bolsas asiáticas encerram o dia mistas, com avanços do índice ASX 200, da Austrália, que cresceu 0,23% e do Hang Seng Index (HSI), que avançou 0,18%.
Na China continental, o primeiro dia de negociações após a Semana Dourado foi marcado por queda de 0,44%. As bolsas do Japão e da Coreia do Sul permaneceram fechadas por feriados locais.
Shanghai SE (China), -0,44%
Nikkei (Japão), fechado por feriado
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,18%
Kospi (Coreia do Sul), fechado por feriado
ASX 200 (Austrália), +0,23%
Petróleo
Os preços do petróleo iniciam o dia em alta de 4%, reagindo a escalada do conflito entre Israel e Hamas visto no final de semana.
Petróleo WTI, +3,06%, a US$ 85,32 o barril
Petróleo Brent, +2,83%, a US$ 86,97 o barril
Agenda
Hoje, nos EUA, será celebrado o Columbus Day, e a agenda de indicadores está esvaziada. Para a semana, são esperadas as divulgações do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), na quarta-feira (11); do CPI (índice de preços ao consumidor), referente ao mês de setembro, na quinta feira (12); e na sexta (13), há o início da temporada de balanços trimestrais de bancos americanos, com JP Morgan, Wells Fargo e Citigroup reportando seus resultados.
Por aqui, no Brasil, no campo político, a combinação entre o aumento do volume exportado e os preços de commodities elevados vai fazer com que o Brasil colha mais um resultado recorde na balança comercial neste ano. Nas contas de bancos e consultorias, o superávit deste ano deve superar U$S 80 bilhões e pode chegar ao patamar de US$ 90 bilhões. A força da balança comercial se transformou na grande notícia positiva da economia neste ano. As projeções para o superávit têm sido revisadas com frequência e revelaram uma conjuntura bem mais positiva do que a esperada. No meio deste ano, a expectativa era de US$ 70 bilhões. Na seara econômica, será divulgado o Boletim Focus, com projeções econômicas do mercado financeiro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg