Os contratos futuros do petróleo tiveram uma alta robusta, nesta manhã de segunda-feira (9), como consequência da escalada do conflito entre o grupo Hamas e Israel, e o temor de que a guerra posso afetar o fornecimento da commodity. Os futuros do petróleo negociados nos Estados Unidos (WTI) subiram até 5,4% hoje em Nova York, chegando a atingir os US$ 87 por barril.
Às 7h55 (horário de Brasília) desta segunda-feira, o contrato futuro do WTI para entrega em novembro subia 3,82%, a US$ 85,95 o barril, enquanto o Brent (referência mundial) para dezembro avançava 3,69%, a US$ 87,70.
O temor do mercado é de que o conflito possa envolver futuramente Estados Unidos e Irã. Este último país é um apoiador do Hamas e, ao mesmo tempo, tem atuado como importante fonte de petróleo extra este ano, aliviando o aperto dos mercados. O Irã é o oitavo maior produtor de petróleo do mundo, com produção de 3,62 milhões de barris por dia.
Dados da AIE (Agência Internacional de Energia) apontam que a produção de petróleo bruto do Irã aumentou quase 0,5 mb/d ano após ano em agosto de 2023. Com a possibilidade de tensões regionais mais amplas aumentarem como resultado do conflito em Gaza, a expectativa agora é de redução dessa produção.
Caso o Irã se envolva no conflito, que já matou mais de 1.100 pessoas em três dias, um possível aumento da aplicação de sanções americanas ao país poderia restringir os embarques do produto, afetando o abastecimento.
Retaliações contra o Irã pode afetar a passagem de navios pelo Estreito de Ormuz, um canal vital que o país já ameaçou fechar anteriormente.
Segundo informações do Wall Street Journal, autoridades de segurança iranianas teriam ajudado o Hamas a planejar o ataque, citando membros do grupo militante e do Hezbollah, informação que o Irã nega.
De seu lado, os Estados Unidos já disseram que estão transferindo porta-aviões para o Mediterrâneo oriental e que também vão aumentar os seus esquadrões de caça na região.
Ainda segundo o WSJ, tarde de sexta-feira passada – portanto, antes dos ataques do Hamas a Israel – “a Arábia Saudita disse à Casa Branca que estaria disposta a aumentar a produção de petróleo no início do próximo ano se os preços do petróleo estivessem elevados”.
Impacto do conflito ocorre em um momento em que mercado de petróleo já está bastante volátil
No fim de setembro passado, o Brent estava próximo de subir para US$ 100 por barril, devido aos cortes anunciados por Arábia Saudita e Rússia. Mas, diante do conflito e da manifestação anterior da Arábia Saudita, há expectativa de que os cortes anunciados sejam revistos, a fim de não afetar o abastecimento mundial.
Os principais indicadores do mercado de petróleo subiram na abertura de segunda-feira, indicando preocupações crescentes com a oferta restrita. A diferença entre os dois contratos de dezembro mais próximos do Brent aumentou em US$ 1,60 por barril em relação ao fechamento de sexta-feira passada, um movimento significativo.
Analistas do Citigroup Inc., Ed Morse e Eric Lee, conforme publicado pelo InfoMoney, disseram que as hostilidades reduzem as expectativas de que a Arábia Saudita corte ou elimine seu 1 milhão de barris por dia de restrições à produção.
Por outro lado, analistas do Morgan Stanley disseram que o impacto do conflito seria limitado. Por enquanto, não esperam repercussões em outros países, o que significa que haverá um impacto fraco a longo prazo sobre os preços do petróleo bruto.
Em nota no fim de semana, o Goldman Sachs ressaltou que, reconhecendo o elevado grau de incerteza e nesta fase inicial do conflito, nota-se que não houve qualquer impacto na atual produção mundial de petróleo e que considera improvável qualquer grande efeito imediato no equilíbrio entre a oferta e a procura e nos estoques a curto prazo.
“Continuamos, assim, prevendo que o preço do petróleo Brent suba de US$ 85 por barril na sexta-feira para US$ 100 em junho de 2024”, disse.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e InfoMoney