Discursos de membros do Fed sobre a inflação reduzem tensão dos mercados. Índices futuros e bolsas operam em alta

Falas de membros do Fed indicam "proceder com cuidado" após o recente aumento nos prêmios de risco do Tesouro. A alta das taxas de longo prazo dos títulos pode significar uma menor necessidade de novos apertos nos juros.
10 de outubro de 2023

Os índices futuros e as bolsas da Europa operam em trajetória de alta, nesta manhã de terça-feira (10), acompanhando o fechamento de ontem (9). A tensão nos mercados com a escalada do conflito entre o Hamas e Israel no Oriente Médio foi amenizada por falas de membros do Fed (Federal Reserve) de que o núcleo da inflação norte-americana deve seguir desacelerando, com efeitos sobre as próximas decisões sobre os juros.

Mas o vaivém dos mercados também dependerá do desenlace do conflito entre Israel e o grupo militante Hamas, que entrou em seu quarto dia e já provocou 1.500 mortes.

Ontem, o vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, disse que os responsáveis pelas decisões de política monetária poderiam “proceder com cuidado” após o recente aumento nos prêmios de risco do Tesouro. Já a dirigente do Fed de Dallas, Lorie Logan, afirmou que a alta das taxas de longo prazo pode significar uma menor necessidade de novos apertos.

Para esta terça-feira, estão previstos discursos de outros membros do Fed, o que pode ajudar os investidores a compor o cenário para o custo do dinheiro.

Apesar dos discursos mais amenos, o FMI (Fundo Monetário Internacional) elevou sua previsão de inflação global para o próximo ano e pediu aos bancos centrais que mantenham as políticas rígidas até que haja uma diminuição duradoura das pressões sobre os preços.

O organismo internacional subiu para 5,8% sua projeção para o ritmo de alta dos preços ao consumidor em todo o mundo no próximo ano, frente aos 5,2% projetados há três meses. O pedido de vigilância no relatório World Economic Outlook, divulgado hoje (10), ocorre no momento em que o FMI também reduz a previsão de crescimento econômico para 2024.

Sobre o conflito entre o grupo Hamas e Israel, os investidores levantaram preocupações sobre a forma como sanções mais duras ao Irã, importante produtor de petróleo e um dos principais apoiadores do Hamas, poderiam afetar o fornecimento global de petróleo.

Ontem, o petróleo disparou 4% em meio às expectativas de impactos na oferta da commodity, a depender de quanto tempo dure o conflito no Oriente Médio.

Brasil

Com a disparada do petróleo no mercado internacional, devido à escalada do conflito entre o grupo Hamas e Israel, o Ibovespa terminou o pregão de ontem (9) em alta de 0,86%, aos 115.156 pontos.

O conflito chega ao seu terceiro dia com mais de mil mortos. A possibilidade de espraiamento geopolítico do conflito, principalmente se envolver países produtores de petróleo, como o Irã, deixou os investidores receosos nas primeiras horas de ontem.

Ao longo do dia, o petróleo disparou 4% em meio às expectativas de impactos na oferta da commodity, já reduzida por cortes voluntários da Rússia e da Arábia Saudita.

Nas negociações do dia, o dólar fechou a R$ 5,1300, com queda de 0,62%.

Europa

As bolsas da Europa operam com alta nesta manhã, em meio à tensão geopolítica e seus impactos na já frágil economia global.

FTSE 100 (Reino Unido), +1,54%
DAX (Alemanha), +1,62%
CAC 40 (França), +1,41%
FTSE MIB (Itália), +1,74%
STOXX 600, +1,51%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã, com os investidores repercutindo as falas de membros do Fed, indicando um possível arrefecimento na política de juros. Para hoje, estão previstos mais discursos de membros da autoridade monetária.

Amanhã (11), será divulgada a ata da reunião de política monetária de setembro.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,16%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,15%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,20%

Ásia-Pacífico

Os mercados asiáticos fecharam mistos hoje, com os investidores avaliando o impacto no mercado do ataque a Israel pelo grupo militante palestiniano Hamas.

Na China, o maior promotor imobiliário privado do país, Country Garden , afirmou que poderá não ser capaz de cumprir todas as suas obrigações de pagamento offshore no vencimento ou dentro dos períodos de carência relevantes.

Shanghai SE (China), -0,70%
Nikkei (Japão), +2,43%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,84%
Kospi (Coreia do Sul), -0,26%
ASX 200 (Austrália), +1,01%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com leve baixa hoje, depois de terem subido mais de 4% na véspera, enquanto os mercados avaliam o potencial de interrupções no fornecimento à medida que o conflito entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas continua.

Petróleo WTI, +0,01%, a US$ 86,39 o barril
Petróleo Brent, +0,05%, a US$ 88,19 o barril

Agenda

A agenda desta terça-feira traz os dados de vendas no atacado dos Estados Unidos, além de mais falas de autoridades do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano).

Na Europa, também está previsto o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE (Banco Central Europeu).

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a área técnica do TCU (Tribunal de Contas da União) foi a favor da posição do Ministério da Fazenda e afirmou em parecer que os pisos constitucionais de Saúde e Educação não precisam ser aplicados em 2023, apenas a partir do próximo ano. A avaliação foi dada em resposta à consulta pública apresentada pela equipe econômica ao órgão, em que a Fazenda defendeu ser “razoável” do ponto de vista “lógico e jurídico” que os mínimos só devam ser aplicados a partir de 2024. O tema, que é relatado pelo ministro Augusto Nardes, ainda precisa ser votado no plenário do TCU, mas a expectativa é de que isso aconteça em breve. Na seara econômica, saem o IPC-S e o IGP-M de outubro (1ª prévia).

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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