As bolsas mundiais e os índices futuros dos Estados Unidos operam com baixa, nesta manhã de sexta-feira (13), após a divulgação do índice de preços ao consumidor americano (CPI) apontar para a possibilidade de uma última alta nos juros pelo Fed (Federal Reserve) e aumentar as apostas de uma taxa alta por mais tempo.
A inflação ao consumidor nos EUA subiu 0,4% em setembro ante agosto, acima do esperado pelo consenso Refinitiv, que projetava alta de 0,3% na leitura mensal e inflação de 3,6% na base anual – esta última acabou ficando em 3,7%/ano. Isso significa que a inflação do país mostra-se resiliente, apesar da políticia monetária mais restritiva.
Após a divulgação desses dados, os contratos de swap passaram a sinalizar mais chances de outro aumento dos juros de um quarto de ponto pelo Fed. Na quarta-feira (11), apontavam para uma probabilidade de 30% e, agora, em torno de 40%. Com isso, o sentimento geral entre os operadores é o de que o primeiro corte na taxa de juros do Fed não ocorrerá tão cedo.
Além disso, o aumento das tensões no Oriente Médio e o enfraquecimento contínuo da economia chinesa contribuem para azedar o humor do mercado financeiro.
Israel exigiu a evacuação de todos os civis da Faixa de Gaza e deu à ONU (Organização das Nações Unidas) 24 horas para retirar sua equipe das áreas próximas, indicando que uma operação terrestre poderia ocorrer em breve. Uma escalada mais acentuada da guerra contra o Hamas poderia levar Israel a um conflito direto com o Irã, um fornecedor de armas e dinheiro para o Hamas, que os EUA e a União Europeia designam como um grupo terrorista.
Ainda nos Estados Unidos, investidores também se preparam para o início da temporada de resultados do terceiro trimestre de 2023 das empresas americanas, com grandes bancos divulgando seus balanços a partir desta manhã. JP Morgan, Wells Fargo e Citigroup divulgarão seus números antes da abertura do mercado.
Por aqui, agenda esvaziada devido ao feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida, celebrado ontem (12).
Brasil
Devido ao feriado de Nossa Senhora Aparecida ontem (12), a B3 permaneceu fechada, retornando hoje (13). Na quarta-feira (11), o Ibovespa fechou o pregão em alta de 0,27%, aos 117.051 pontos.
Os investidores brasileiros repercutiram a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que subiu 0,26% em setembro na comparação com agosto, com impulso dos preços da gasolina. O indicador ficou abaixo das projeções de avanço de 0,32%.
Com esse resultado, permanecem as apostas de continuidade do ritmo de corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.
Nas negociações do dia, o dólar fechou a R$ 5,0498, em baixa de 0,13%.
Europa
As bolsas da Europa operam com baixa, com os investidores repercutindo os dados da inflação ao consumidor dos EUA, que vieram acima do esperado, indicando que mais aperto monetário está no horizonte.
Por outro lado, as ações tiveram um forte desempenho esta semana, com o Stoxx 600 devendo encerrar sua melhor semana desde julho.
Os ganhos globais foram puxados nos últimos dias por falas mais brandas a respeito dos juros de membros do Fed, o banco central dos Estados Unidos. No entanto, as leituras recentes de inflação jogaram um balde de água fria nas expectativas.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,19%
DAX (Alemanha), -0,42%
CAC 40 (França), -0,37%
FTSE MIB (Itália), -0,27%
STOXX 600, -0,48%
Estados Unidos
Os índices futuros dos Estados Unidos operam no negativo hoje, com investidores repercutindo os dados da inflação ao consumidor e se preparando para a temporada de balanços de grandes bancos, com JP Morgan, Wells Fargo, Citigroup e BlackRock abrindo os trabalhos.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,04%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,12%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,16%
Ásia-Pacífico
Os mercados asiáticos fecharam no vermelho com os investidores repercutindo a inflação ao consumidor nos EUA e dados econômicos da China.
O índice de preços ao consumidor da China para setembro ficou estável, abaixo do aumento de 0,2% esperado por analistas consultados pela Reuters. O gigante asiático também reportou queda de 2,5% no seu índice de preços ao produtor, em comparação com as estimativas da Reuters de uma queda de 2,4%.
As exportações chinesas caíram 6,2% no mês passado em relação ao ano anterior, percentual menor do que o esperado por analistas, que previam queda de 7,6%. Da mesma forma, as importações também caíram 6,2% em termos de dólares americanos em setembro, ante o ano anterior, percentual acima dos 6% esperados.
As exportações da China caíram ano a ano todos os meses deste ano, começando em maio. A última impressão positiva das importações na comparação anual foi em setembro do ano passado.
Shanghai SE (China), -0,64%
Nikkei (Japão), -0,55%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,33%
Kospi (Coreia do Sul), -0,95%
ASX 200 (Austrália), -0,56
Petróleo
Os preços do petróleo operam com forte alta nesta manhã de sexta-feira, depois que os EUA endureceram seu programa de sanções contra as exportações russas de petróleo, aumentando as preocupações com a oferta em um mercado já apertado, e com a previsão de que os estoques globais diminuam durante o quarto trimestre.
Petróleo WTI, +2,70%, a US$ 85,15 o barril
Petróleo Brent, +2,56%, a US$ 88,20 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, a semana termina com a divulgação da confiança do consumidor Michigan nos Estados Unidos e falas do membro do Fed, Patrick Harker.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a presidente do banco dos Brics, o NBD (Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla em inglês), Dilma Rousseff, concederá um empréstimo de US$ 1 bilhão ao Brasil. O contrato foi assinado ontem (12) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ambos estavam em Marrakech, no Marrocos, durante reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional). O NBD é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Agenda de indicadores esvaziada nesta sexta-feira.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg