O mercado financeiro reduziu de 4,65% para 4,63% a projeção de inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de acordo com a edição do Boletim Focus, publicada nesta manhã de segunda-feira (30) pelo Banco Central.
Por outro lado, os representantes das mais de 100 instituições ouvidos para a publicação na semana passada elevaram de 3,87% para 3,90% a estimativa de inflação de 2024.
A estimativa de inflação deste ano mantém o indicador abaixo do teto da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). O centro da meta determinado pelo colegiado para este ano é de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%.
No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
O recuo na estimativa de inflação do mercado para este ano ocorreu após a divulgação do resultado da inflação oficial de setembro, que ficou em 0,26%, percentual abaixo das projeções dos analistas.
Se a projeção do mercado financeiro se confirmar, será interrompida uma sequência de dois anos de descumprimento da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%. E, em 2022, a inflação somou 5,79%.
Mercado reduz crescimento do PIB este ano para 2,89%, segundo o Boletim Focus
Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) de 2023, o mercado financeiro reduziu a previsão de crescimento de 2,90% para 2,89%. Já para 2024, a previsão de crescimento da economia permaneceu inalterada em 1,50%.
Na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 0,9%, oitavo resultado positivo consecutivo do indicador nessa comparação. O resultado é menor do que o registrado no primeiro trimestre (1,8%).
O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, totalizou R$ 2,651 trilhões em valores correntes no trimestre encerrado em junho.
O Banco Central elevou de 2% para 2,9% a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano, conforme Relatório de Inflação do terceiro trimestre, divulgado no fim de setembro. Por sua vez, para a inflação oficial medida pelo IPCA, a autarquia manteve sua estimativa para 2023 em 5%.
Em relação à taxa básica de juros (Selic), os analistas mantiveram a estimativa da edição anterior do relatório para este ano, mas elevou para o próximo.
Para 2023, o mercado financeiro manteve a projeção para a taxa Selic em 11,75% ao ano. Já para 2024, a estimativa subiu de 9% para 9,25% ao ano. Com isso, os analistas passaram a prever um corte de juros menor em 2024.
Atualmente, a taxa Selic está em 12,75% ao ano, após duas reduções seguidas promovidas pelo Banco Central.
Na próxima quarta-feira (1º), o Copom (Comitê de Política Monetária) anunciará a decisão sobre os juros, e a expectativa é de que haja novo corte de 0,50 ponto percentual.
Em relação à taxa de câmbio, a projeção do mercado para o fim de 2023 ficou estável em R$ 5. Para o fim de 2024, a estimativa se manteve em R$ 5,05.
A projeção de superávit para a balança comercial (exportações menos as importações) subiu de R$ 74,4 bilhões para US$ 75 bilhões em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo recuou de US$ 61,8 bilhões para US$ 60,6 bilhões.
Quanto ao ingresso de investimento estrangeiro direto este ano, os analistas reduziram o montante de US$ 79,4 bilhões para US$ 72 bilhões. Para 2024, a estimativa de ingresso ficou estável em US$ 80 bilhões.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias