Em semana marcada por dados de inflação nos EUA e na zona do euro, bolsas mundiais amanhecem em baixa nesta 2ª feira

No Brasil, a agenda tem como destaque a divulgação, nesta terça-feira (28), do IPCA-15 de novembro.
27 de novembro de 2023

As bolsas mundiais e os índices futuros dos Estados Unidos operam, em sua maioria, no campo negativo, nesta manhã de segunda-feira (27), com os investidores à espera de dados de inflação e do mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Ainda nos EUA, o principal indicador econômico da semana será divulgado na quinta-feira (30), o PCE, índice de preços de gastos com consumo. Esse é o indicador de inflação favorito do Fed (Federal Reserve) para definir a sua política de juros. O consenso LSEG projeta alta de 0,2% na comparação mensal.

No mercado externo, os investidores também estarão de olho na inflação da zona do euro, nos dados de atividade na China, na reunião da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais a Rússia) e em um pronunciamento do presidente do Fed, Jerome Powell.

Na Ásia, os lucros industriais na China aumentaram apenas +2,7% em outubro frente ao ano anterior, bem abaixo dos +11,9% de setembro. Os investidores agora aguardam o PMI industrial do país que será conhecido na quarta-feira (29).

Em relação ao mercado de petróleo, os preços da commodity recuam ante as incertezas sobre possíveis cortes de produção.

Já os preços do alumínio subiam após o Goldman Sachs prever uma crescente escassez em 2024, devido às restrições chinesas, que devem levar o preço do produto a US$ 2.600 por tonelada em 12 meses. O contrato do metal com entrega em três meses era negociado em torno de US$ 2.226 nesta segunda-feira.

No Brasil, a agenda tem como destaque a divulgação, nesta terça-feira (28), do IPCA-15 de novembro. O dado tem previsão de 0,35% de aumento na comparação mensal pelo Bradesco enquanto o Itaú considera que a alta poderá ser de 0,29%, com queda da taxa anual para 4,8% dos 5,0% observados em outubro.

Brasil

Em dia de pregão mais curto em Wall Street, devido ao feriado de Ação de Graças, o Ibovespa encerrou a sexta-feira (24) em baixa de 0,84%, aos 125.517 pontos. Mas, na semana, o principal indicador da bolsa brasileira acumulou alta de 0,6%, na quinta semana consecutiva de ganhos.

Basicamente, os investidores repercutiram, com mais cautela, o veto total do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia.

A medida estava em vigor desde 2011 e, pelo projeto de lei aprovado no Congresso, a prorrogação dos incentivos fiscais se estenderia até 2027.

O veto de Lula colocou, de um lado, parlamentares e empresariado, contrários à decisão; e, de outro, economistas, para quem a medida não surtiu os efeitos esperados, como geração de emprego e renda.

Nas negociações do dia, o dólar terminou o pregão a R$ 4,8984, com recuo de 0,17% no mercado à vista. Na semana, a moeda norte-americana acumulou baixa de 0,15%.

Europa

As bolsas da Europa operam majoritariamente em baixa hoje, dias após o índice Stoxx 600 da região ter atingido o seu nível mais alto desde 20 de setembro.

As ações de petróleo e gás caíram 0,7% com os futuros do petróleo negociado em baixa antes da reunião adiada da OPEP+, agora marcada para ser realizada virtualmente na quinta-feira (30).

FTSE 100 (Reino Unido), -0,11%
DAX (Alemanha), -0,03%
CAC 40 (França), +0,05%
FTSE MIB (Itália), -0,11%
STOXX 600, -0,01%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa, com os investores à espera de dados de inflação do consumo e falas de membros do Federal Reserve, o banco central dos EUA.

Por lá, os investidores ainda monitoram o início da temporada de compras natalinas após a Black Friday. Dados fracos sobre despesas podem sugerir que os aumentos das taxas do Fed estão finalmente pesando no bolso do consumidor.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,12%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,16%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,17%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia fecharam no negativo, impactadas pelos dados do mercado imobiliário da China, enquanto a inflação de serviços do Japão atingiu o maior nível em 45 meses.

Os dados mostraram que o PPI de serviços do Japão subiu 2,3% em outubro, para seu nível mais alto desde janeiro de 2020 e mais do que a leitura do mês anterior de 2%.

Por sua vez, na China, os lucros industriais continuaram a diminuir em novembro no ritmo mais lento em quase um ano, de acordo com dados divulgados pelo governo.

Shanghai SE (China), -0,30%
Nikkei (Japão), -0,53%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,20%
Kospi (Coreia do Sul), -0,04%
ASX 200 (Austrália), -0,76%

Petróleo

Os preços do petróleo operam em queda, enquanto os investidores aguardam a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) no final desta semana para um acordo para reduzir a oferta até 2024.

Petróleo WTI, -0,66%, a US$ 75,04 o barril
Petróleo Brent, -0,52%, a US$ 80,16 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, saem os dados de novas moradias de outubro.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a desoneração da folha de pagamento, durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band, na noite de domingo (26). Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto de desoneração da folha de 17 setores da economia a pedido de sua equipe econômica. Pacheco afirmou que o sentimento é de justiça tributária quando se fala na desoneração da folha. Quando questionado sobre uma proposta em substituição que será apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Pacheco disse que não tomou conhecimento do teor da proposta. “Se for apresentada, sentaremos e vamos avaliar a substituição. O importante é que seja até 31 de dezembro”, disse o presidente do Senado. Na seara econômica, saem o INCC-M de novembro, sondagem da construção de novembro, Boletim Focus semanal e dívida pública de outubro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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