Índices futuros e bolsas da Europa começam dezembro no campo positivo, em dia de discurso de Jerome Powell

No Brasil, saem dados da produção industrial de outubro, PMI da indústria de novembro e a balança comercial de novembro.
1 de dezembro de 2023

Os índices futuros dos EUA e as bolsas da Europa estão operando no positivo, nesta manhã de sexta-feira (1º), depois que encerraram novembro com forte alta. Hoje, os investidores estarão atentos à fala do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, que poderá dar mais sinais dos próximos passos da política monetária.

Falas recentes de dirigentes da autoridade monetária dos Estados Unidos deram indícios de que a taxa de juro do país tenha atingido o seu pico, o que significa que o ciclo de alta para controlar a inflação chegou ao seu fim. As impressões foram reforçadas pelos recentes dados econômicos, que mostraram uma inflação mais dentro da banda projetada pelo Fed.

Ontem, foi divulgado por lá um importante indicador, o favorito do Fed para balizar a política monetária. O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, o qual exclui as variações dos preços dos alimentos e energia, subiu 0,2% em outubro ante setembro, e 3,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Ao incluir esses preços, a inflação cheia de consumo americana ficou estável (0,0%) na base mensal e subiu 3,0% na anual em outubro.

Os mercados estão agora avaliando uma chance de 46% do Fed cortar as taxas em março, segundo a ferramenta CME FedWatch. Uma semana antes, a probabilidade era de 27%.

Na Ásia-Pacífico, os mercados da Ásia-Pacífico fecharam majoritariamente em baixa, com a bolsa de Tóquio registrando perda modesta, enquanto a de Xangai subiu, bem próxima da estabilidade e após ter chegado a cair em parte da sessão.

No Brasil, saem dados da produção industrial de outubro, PMI da indústria de novembro e a balança comercial de novembro.

Brasil

O Ibovespa encerrou o pregão de quinta-feira (30), último dia do mês, com alta de 0,92%, aos 127.331 pontos. As negociações por aqui foram impulsionadas, principalmente, pelo apetite maior ao risco no exterior, após dados de inflação dos EUA e da zona do euro.

Em novembro, o saldo do principal indicador da bolsa brasileira foi positivo, com alta de 12,54%, o maior nível desde novembro de 2020. Além disso, dos 20 pregões operados, o Ibovespa ficou em baixa em apenas oito.

O embalo otimista da B3 foi impulsionado pelo mercado externo ao longo do mês. O principal tema no radar foi a perspectiva de que os juros nos Estados Unidos já chegaram ao seu pico, o que significa que o ciclo de aperto monetário na maior economia do mundo chegou ao fim.

O dólar fechou a R$ 4,9152, com avanço de 0,56%, no mercado à vista. No mês, a moeda norte-americana recuou 2,5%, o maior queda mensal desde junho.

Europa

As bolsas da Europa iniciaram dezembro em alta, depois de fecharem o seu melhor mês desde janeiro, em meio a uma recuperação global de ações e títulos.

O Stoxx 600, que ganhou 6,45% em novembro, avança com as ações de mineração liderando os ganhos depois que o setor manufatureiro da China registrou uma expansão inesperada.

Por lá, os investidores estão otimistas depois de dados preliminares estimarem que a inflação na zona euro caiu para 2,4%, abaixo dos 2,9% em outubro e significativamente abaixo do previsto, o que indica que o ciclo de alta dos juros definida pelo BCE (Banco Central Europeu) pode estar próximo do fim.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,76%
DAX (Alemanha), +0,58%
CAC 40 (França), +0,42%
FTSE MIB (Itália), +0,28%
STOXX 600, +0,47%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com ganhos na primeira sessão de dezembro, com todos os holofotes voltados para o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, hoje.

As ações negociadas nos mercados norte-americanos encerraram a sessão de ontem com alta recorde, quebrando uma sequência de três meses de quedas.

No mês, o S&P e o Nasdaq avançaram 8,9% e 10,7%, respectivamente, registrando os melhores desempenhos mensais desde julho de 2022. O Dow Jones, por sua vez, subiu 8,8%, o seu melhor mês desde outubro de 2022.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,24%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,13%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,04%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia fecharam majoritamente em baixo, com Tóquio registrando perda modesta, e Xangai subindo bem próxima da estabilidade e após ter chegado a cair em parte da sessão.

A Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,06%, em 3.031,64 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 0,25%, a 1.975,11 pontos. Os investidores repercutiram o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China, que subiu de 49,5 em outubro a 50,7 em novembro, na máxima em três meses, segundo a S&P Global e a Caixin.

O resultado superou a previsão de 49,8 para o PMI industrial, dos analistas ouvidos pela FactSet, e vem um dia depois que o PMI oficial da indústria do país recuou em novembro (de 49,5 no mês anterior a 49,4).

Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,17%, a 33.431,51 pontos, depois do recuo das ações do Rakuten Group (-4,4%) e M3 (-3,6%).

Shanghai SE (China), +0,06%
Nikkei (Japão), -0,17%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,25%
Kospi (Coreia do Sul), -1,19%
ASX 200 (Austrália), -0,20%

Petróleo

Os preços do petróleo caem e ampliam as perdas da véspera, quando os membros da OPEP+ concordaram com cortes voluntários na produção de petróleo para o primeiro trimestre do próximo ano, que ficaram aquém das expectativas do mercado.

Petróleo WTI, -0,21%, a US$ 75,80 o barril
Petróleo Brent, -0,43%, a US$ 80,63 o barril

Agenda

Nos EUA, saem o PMI da indústria de novembro, gastos com construção de outubro e o ISM de indústria de novembro. Mas o evento mais aguardado é o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o STF (Supremo Tribunal Federal) finalizou ontem (30) o julgamento virtual sobre a validade do atual regime de pagamento de precatórios, títulos de dívidas do governo federal reconhecidas definitivamente pela Justiça. Por 9 votos a 1, os ministros do Supremo autorizaram o governo federal a solicitar a abertura de crédito extraordinário para o pagamento do estoque das dívidas judiciais. O valor estimado para pagamento em 2023 é de R$ 95 bilhões. Os recursos não entrarão no cálculo das atuais metas fiscais. Na seara econômica, saem os dados da produção industrial de outubro, com o consenso LSEG prevendo alta mensal de 0,3% e de 1,3% na comparação anual; e o PMI da indústria de novembro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.