As bolsas da Europa operam no campo positivo, nesta manhã de sexta-feira (8), enquanto os índices futuros dos Estados Unidos se movimentam de forma mista, com investidores à espera da divulgação do relatório de empregos (payroll) de novembro, o mais importante dado sobre o mercado de trabalho do país e um dos termômetros usados pelo Fed (Federal Reserve) para tomar decisões sobre a política de juros.
De acordo com as projeções do consenso LSEG, no período foram criadas 180 mil vagas, enquanto o percentual de desempregados deverá ficar em 3,9%.
O conjunto de indicadores recentes mostra que o mercado de trabalho segue em baixa, impactando para a redução da inflação. Se o payroll seguir nessa direção, isso seria um indicativo de que a autoridade monetária dos Estados Unidos pode iniciar a trajetória de cortes nos juros em 2024.
Por exemplo, os dados sobre as folhas de pagamento privadas, divulgados esta semana, mostraram que os empregadores criaram menos cargos do que os economistas previam.
Para hoje, também é aguardada a divulgação dos dados preliminares sobre o sentimento do consumidor da Universidade de Michigan para dezembro.
Na Europa, as bolsas seguem positivas, repercutindo a inflação ao consumidor da Alemanha, que desacelerou pelo quinto mês seguido.
Já as bolsas asiáticas fecharam sem direção definida, uma vez que o PIB (Produto Interno Bruto) do Japão no terceiro trimestre foi revisto para baixo, em movimento surpreendente.
No Brasil, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mobiliza esforços para aprovar MP das subvenções ainda em 2023, uma das medidas mais importantes da equipe econômica para elevar a arrecadação federal.
A expectativa do governo é que o texto seja votado no colegiado ainda na semana que vem e vá aos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado a partir de 18 de dezembro, na reta final dos trabalhos antes do recesso parlamentar.
Brasil
O Ibovespa encerrou o pregão de quinta-feira (7) com avanço de 0,31%, aos 126.009 pontos. O principal indicador da bolsa brasileira foi impulsionado pelo tom positivo do mercado externo, mas foi também ajudado por empresas brasileiras, como a Vale.
Os papéis da mineradora foram embalados pelo preço do minério de ferro no mercado internacional, devido ao aumento das exportações da China.
Mas os investidores brasileiros também ficaram de olho na movimentação em Brasília. Entre os destaques esteve a inclusão de mudanças nos juros sobre capital próprio (JCP) na medida provisória que trata da subvenção do ICMS, sugerida pelo Ministério da Fazenda.
Por sua vez, o dólar fechou a R$ 4,9090, com alta de 0,13% no mercado à vista.
Europa
As bolsas europeias operam no campo positivo, impulsionadas pelas ações de luxo e energia, e também com a divulgação dos dados da inflação da Alemanha, que desacelerou pelo quinto mês seguido.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha, saiu de 3,8% anualizados em outubro para 3,2% em novembro, informou nesta sexta-feira (8) o Destatis, o serviço federal de estatísticas. No mês, a inflação alemã recuou 0,4%.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,18%
DAX (Alemanha), +0,18%
CAC 40 (França), +0,62%
FTSE MIB (Itália), +0,15%
STOXX 600, +0,29%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam mistos hoje, com o foco dos investidores voltado para o relatório payroll, do Departamento do Trabalho dos EUA, que será divulgado hoje.
Se o resultado for positivo, isso pode ser uma boa notícia para a política monetária dos Estados Unidos, uma vez que tira a pressão sobre o Fed (Federal Reserve) para manter as taxas de juros mais altas para controlar a inflação.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,03%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,01%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,08%
Ásia-Pacífico
Por sua vez, as bolsas da Ásia fecharam sem direção única, com os investidores repercutindo principalmente as especulações sobre eventual aperto adiante na política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).
O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou em queda de 1,68%, em 32.307,86 pontos. O fortalecimento do iene penalizou ações de exportadoras japonesas.
Além disso, dado oficial mostrou que a contração econômica do país foi maior que a estimada anteriormente para o terceiro trimestre, com baixa anualizada de 2,9%. Entre ações mais pressionadas, Toyota Industries caiu 5,4%, Toyota Tsusho recuou 4,9% e Ajinomoto, 4.8%.
Na ponta positiva, a Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,11%, em 2.969,56 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,13%, a 1.932,99 pontos.
Shanghai SE (China), +0,11%
Nikkei (Japão), -1,68%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,07%
Kospi (Coreia do Sul), +1,03%
ASX 200 (Austrália), +0,30%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem nesta sexta-feira, mas estão a caminho de cair 6% na somatória da semana, se aproximando das mínimas em seis meses, com os investidores preocupados com a fraca demanda por energia na Ásia, combinada com a alta produção de petróleo nos EUA.
Petróleo WTI, +2,42%, a US$ 71,02 o barril
Petróleo Brent, +2,44%, a US$ 75,86 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, saem os dados de folha de pagamento (payroll), que serão apresentados juntamente com a taxa de desemprego de novembro. Para criação de vagas, o consenso LSEG estima 180 mil, enquanto o percentual de desempregados deverá ficar em 3,9%. Será divulgado também hoje o índice de confiança do consumidor de dezembro.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou ontem (7) que o Executivo mantém a interpretação sobre o novo marco fiscal defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que limita a R$ 23 bilhões o contingenciamento máximo para o Orçamento de 2024. As declarações foram dadas em entrevista coletiva concedida logo após o relator do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), afirmar que não acatou emenda do senador explicitando tal entendimento sobre as normas do novo arcabouço fiscal. Agenda de indicadores esvaziada hoje.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg