Enquanto os índices futuros de Nova York amanhecem no campo positivo, nesta segunda-feira (18), as bolsas europeias operam mistas, na última semana do ano em que serão divulgados indicadores importantes, como o indicador de inflação PCE.
Os três principais índices de Nova York registraram sete semanas consecutivas de alta. A sequência de ganhos do S&P 500 marcou a mais longa sequência de alta semanais desde 2017. O índice subiu 3,3% no mês, enquanto o Dow Jones e o Nasdaq subiram 3,8% e 4,1%, respectivamente.
Além do indicador de inflação PCE, que reflete o consumo pessoal dos lares norte-americanos e está programado para sair na sexta-feira (22), esta semana o mercado olha atento à política monetária do Japão.
Embora tenha crescido a especulação de que o banco central japonês encerrará em breve o último bastião de taxas negativas do mundo, os economistas veem abril como o momento mais provável para uma virada.
Segundo pesquisa da Bloomberg, somente 15% de 50 economistas consultados esperam que Kazuo Ueda, presidente do BC japonês, encerre em janeiro a era das taxas abaixo de zero.
Voltando aos EUA, depois do otimismo que tomou conta do mercado depois da indicação do Fed (Federal Reserve) de que as taxas de juros devem começar a ser cortadas no ano que vem, coube a membros da autoridade monetária norte-americana acalmar o ânimo dos investidores.
O presidente da unidade da instituição de Atlanta, Raphael Bostic, disse, em entrevista à Reuters, que espera dois cortes nas taxas em 2024, mas não antes do terceiro trimestre. Austan Goolsbee (Fed/Chicago) afirmou ser um exagero considerar cortes nos juros até que as autoridades estejam convencidas de que a inflação caminha para sua meta.
Na Europa ocorreu o mesmo, depois que o BCE (Banco Central Europeu) manteve as taxas inalteradas na semana passada. Joachim Nagel, membro da instituição, acha que é muito cedo para reduzir o custo dos empréstimos.
Por aqui, o principal dado que será divulgado nesta semana será a Ata do Copom, que deverá reforçar os pontos apresentados no comunicado que acompanhou a decisão desta semana. Há expectativa de que o documento, que será divulgado nesta terça-feira (19), também traga mais indicações sobre o cenário que o BC considera para os próximos passos da política monetária brasileira.
Brasil
O Ibovespa terminou o pregão de sexta-feira (15) com baixa de 0,49%, aos 130.197 pontos. Mas, no fechamento da semana, o principal índice da bolsa brasileira avançou 2,44%.
Na sexta-feira, o Ibovespa desacelerou o ritmo acompanhando o mercado externo, com o recuo do petróleo e o tom um pouquinho mais pessimista que tomou conta de Wall Street após fala do presidente da unidade do Fed (Federal Reserve) de Atlanta, Raphael Bostic, que afirmou que o banco central norte-americano deve começar a reduzir os juros em “algum momento do terceiro trimestre” de 2024, se a inflação desacelerar conforme o esperado.
Ao longo do dia, o Ibovespa acelerou o ritmo de ganhos, renovando a máxima histórica intraday na abertura das negociações — aos 131.464,22 pontos. Mas, no fim do dia, desacelerou.
Já o dólar fechou a R$ 4,9372, com alta de 0,45% no mercado à vista. Na semana, a moeda norte-americana registrou ganho de 0,16%.
Europa
As bolsas da Europa operam majoritariamente em baixa, revertendo parte dos ganhos registrados na semana passada, depois das decisões dos bancos centrais sobre os juros, que trouxeram otimismo aos mercados.
Para esta segunda-feira, são aguardados discursos de membros votantes do BCE (Banco Central Europeu).
O BCE manteve as taxas na semana passada, ao revisar em baixa suas previsões de crescimento e inflação e anunciar planos para acelerar a redução de seu balanço patrimonial.
A presidente Christine Lagarde também resistiu às expectativas do mercado de cortes substanciais nas taxas em 2024.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,33%
DAX (Alemanha), -0,20%
CAC 40 (França), -0,36%
FTSE MIB (Itália), -0,21%
STOXX 600, -0,09%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de segunda-feira, com otimismo em torno do início de flexibilização monetária no próximo ano, enquanto investidores se preparam para dados de inflação PCE dos Estados Unidos.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,12%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,19%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,11%
Ásia-Pacífico
As bolsas da Ásia fecharam em baixa, em sua maioria, puxadas pelos mercados de Xangai e Tóquio.
A Bolsa de Xangai teve queda de 0,40%, para 2.930,80 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 1,25%, a 1.805,44 pontos, puxadas pelos papéis da indústria de semicondutores e empresas de telecomunicação.
Por sua vez, em Tóquio, o índice Nikkei fechou em queda de 0,64%, em 32.758,98 pontos. Por lá, os negócios foram influenciados negativamente pelas ações ligadas ao consumo e do setor financeiro.
No Japão, investidores aguardam decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), para esta terça-feira.
Shanghai SE (China), -0,40%
Nikkei (Japão), -0,64%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,97%
Kospi (Coreia do Sul), +0,13%
ASX 200 (Austrália), -0,22%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com perdas após abertura positiva, com investidores de olho na redução das exportações da Rússia e porque os ataques dos Houthis a navios no Mar Vermelho levantaram preocupações sobre a interrupção do fornecimento de petróleo.
Petróleo WTI, -0,57%, a US$ 71,02 o barril
Petróleo Brent, -0,43%, a US$ 76,17 o barril
Agenda
Nos EUA, será divulgado hoje o índice NAHB do mercado imobiliário.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o foco segue sendo a tramitação da pauta econômica no Congresso esta semana, a última antes do recesso parlamentar de fim de ano. O Congresso fará sessões para votar os projetos da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2024 até quinta-feira (21). No caso da LOA, ainda será necessária a votação na CMO (Comissão Mista de Orçamento). Também caberá ao Congresso, presidido pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), promulgar a reforma tributária. No Senado, a previsão é votar a medida provisória 1.185, ou MP das subvenções, que trata de incentivos fiscais, uma das prioridades da equipe econômica para garantir déficit fiscal zero em 2024. Na seara de indicadores, para hoje está prevista somente a divulgação do Boletim Focus.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg