Os gastos com o cartão corporativo do governo caíram 35,23% em relação a 2022, para R$ 273,93 milhões, no primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dados são do Portal da Transparência e foram divulgados ontem (26).
No último ano da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), às vésperas das eleições, o governo gastou R$ 422,92 milhões. Sob Lula, o valor diminuiu R$ 149 milhões.
Além da queda do valor gasto, o número de portadores do cartão também diminuiu, de 6.567 em 2022 para 5.937 em 2023.
A propósito, o último ano da gestão Bolsonaro foi marcado pelo segundo maior gasto na década com o cartão corporativo, perdendo somente de 2017, período da gestão de Michel Temer (MDB). Sob o emedebista, a cifra chegou a R$ 453 milhões no período.
O cartão corporativo é usado em compras que, em tese, não precisam de licitação. Os gastos envolvem despesas emergenciais acerca das atividades do presidente da República e de funcionários do alto escalão, como aqueles considerados sigilosos e na preparação de viagens presidenciais.
Criado na gestão FHC, cartão corporativo virou instrumento de farra eleitoral nas mãos de Bolsonaro
Bolsonaro fez uma verdadeira farra durante a campanha eleitoral no ano passado, usando o cartão corporativo para pagar lanches para a comitiva, picanha, camarão, leite condensado e até Rivotril com o dinheiro do povo brasileiro.
Criado na gestão de Fernando Henrique Cardoso, o cartão também serve para custear a compra de materiais funcionais, como itens de escritório, computadores e impressoras, bem como serviços relacionados à atividade, incluindo reparos em imóveis públicos e contratação de transporte. Também são custeados alguns produtos de uso pessoal, como remédios e alimentos.
Essas compras incluem ainda os gastos com o Cartão de Pagamento de Defesa Civil, voltado para o custeio de ações emergenciais para os estados e municípios, antecipando compras de urgência em situações de calamidade.
Entre 2013 e 2023, a média anual de recursos gastos com o cartão corporativo foi de R$ 326 milhões.
Quando se considera apenas os gastos do governo federal, entre 2013 e 2023, a média anual foi de R$ 61,4 milhões. O maior gasto foi registrado em 2022, ultrapassando os R$ 90 milhões. Em 2023, até o momento, o montante registrado foi de R$ 79,6 milhões.
Neste ano, o órgão que mais utilizou recursos do cartão corporativo, descontando-se os gastos com defesa civil, foi a Presidência da República. Foram despendidos R$ 22 milhões, equivalente a 28,42% da despesa.
Vale lembrar que o presidente Lula visitou 24 países em 15 viagens internacionais e cumpriu outras tantas agendas nacionais para lançamento de programas e estreitamente de laços com parceiros comerciais.
Depois da Presidência da República, o Ministério da Justiça foi o que mais gastou com o cartão corporativo, com a parcela de 26,33%, pouco mais de R$ 20 milhões.
Os ministérios do Planejamento, Educação e Defesa ocupam as posições seguintes, com 10,28%, 9,09% e 7,82% dos gastos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do Portal da Transparência