Análise do FMI (Fundo Monetário Internacional) mostra que a inteligência artificial deve afetar quase 40% dos empregos globais, sendo que os países desenvolvidos serão mais afetados do que as nações emergentes e as de renda mais baixa.
Nas economias mais avançadas, cerca de 60% dos empregos serão afetados, mais do que os países emergentes e de baixo rendimento.
“Na maioria dos cenários, a IA irá provavelmente agravar a desigualdade geral, uma tendência preocupante que os formuladores de políticas devem abordar proativamente para evitar que a tecnologia alimente ainda mais as tensões sociais”, disse a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, numa publicação sobre o estudo.
Segundo a publicação, o impacto da desigualdade de renda provocada pela inteligência artificial dependerá em grande medida do quanto a tecnologia complementa os que ganham mais. Esse e outros temas estão na agenda de discussões do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que começou nesta segunda-feira (15).
Kristalina apontou que uma maior produtividade dos trabalhadores e das empresas com rendimentos elevados aumentaria os retornos de capital, aumentando a disparidade de riqueza.
Ela defendeu que os países forneçam “redes de segurança social abrangentes” e programas de reciclagem para trabalhadores vulneráveis.
Cenário mais provável é que inteligência artificial complemente o trabalho humano. Brasil tem PL sobre o tema tramitando no Senado
Há, sim, a possibilidade de a inteligência artificial substituir totalmente alguns empregos. Mas, de acordo com a análise do FMI, é mais provável que a IA complemente o trabalho humano. Algumas empresas têm investido em IA e demitido mão de obra humana.
Segundo reportagem de O Globo, a Buzzfeed Inc. anunciou planos de usar IA para ajudar na criação de conteúdo e fechou seu principal departamento de notícias, demitindo mais de 100 funcionários.
A União Europeia chegou a um acordo provisório em dezembro sobre a legislação que estabelece salvaguardas para a IA, enquanto os EUA ainda ponderam a sua posição regulamentar federal.
Não Brasil, está tramitando no Senado o Projeto de Lei n° 2338, de 2023, de autoria do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), que pretende instituir um marco legal a Inteligência Artificial no país.
O Senado instituiu, no ano passado, uma Comissão Interna Temporária em funcionamento, estabelecida por ordem de Pacheco, com o objetivo de discutir a criação de um marco regulatório para a IA.
A comissão tem avaliado argumentos de juristas que estudam o tema, em um processo muito semelhante ao que aconteceu com o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965 de 2014) e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei nº 13.709 de 2018.
Ambas foram o resultado de extensos debates no Legislativo com a participação da sociedade.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e de O Globo