O fundo soberano da Noruega, que administra US$ 1,5 trilhão em ativos, se prepara para anos de pressões inflacionárias. Na avaliação do CEO do fundo, Nicolai Tangen, que ontem (15) participou do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, “há mais pressão inflacionária subjacente” nos próximos anos.
“Isso vai durar mais tempo, e eu acredito que os bancos centrais internacionais serão muito cuidadosos ao reduzir as taxas muito rapidamente, porque eles foram muito lentos em elevá-las”, complementou, segundo informações da Bloomberg Línea.
O fundo foi criado na década de 1990 para investir as receitas com exploração de petróleo e gás natural no exterior. Também chamado de Norges Bank Investment Management, o fundo é o maior proprietário único de ações do mundo.
Hoje, o Norges detém participações em mais de 9 mil empresas, o que corresponde a 1,5% de todas as ações das companhias listadas no mundo, além de ativos em renda fixa, imóveis e infraestrutura renovável.
No mesmo evento, mais cedo, o vice-presidente do BlackRock, Philipp Hildebrand, disse que o crescimento mais lento dos preços ao consumidor está passando aos mercados financeiros uma falsa sensação de que os indicadores estão sob controle, quando podem não estar.
Fórum Econômico: Holzmann alerta que BCE não deve cortar juros em 2024
A indicação nesse sentido veio de Robert Holzmann, membro do Conselho Governante do BCE (Banco Central Europeu). No evento, ele disse que a autoridade monetária do bloco europeu deve enfrentar dificuldade para reduzir as taxas de juros. “Não devemos contar com uma descida das taxas de juro para 2024”, disse ontem.
Holzmann disse ainda que uma recessão europeia não pode ser ainda afastada e chama a atenção para a inflação que não tem baixado tanto quanto desejado.
Numa entrevista no Fórum Econômico, ele ainda disse que os dados econômicos da zona euro foram considerados desapontantes e alertou que os conflitos geopolíticos, incluindo o do Médio Oriente, condiciona as cadeias de abastecimento e os mercados de energia, pressionando os preços.
“A ameça geopolítica aumentou porque o que estamos a ver com os Houthis, não acho que esteja a acabar, pode ser o início de algo muito maior, que vai ter impacto no Canal do Suez e fazer aumentar os preços. Não devemos contar com uma descida das taxas de juro para 2024”, afirmou.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e Bloomberg Línea