Pelo terceiro dia seguido, o Ibovespa fecha em baixa, ainda que as bolsas de Nova York tenham fechado em alta. O principal indicador da bolsa brasileiro terminou o pregão, desta quinta-feira (18), em baixa de 0,94%, aos 127.315 pontos.
Com a agenda de indicadores esvaziada por aqui e o adiamento da divulgação do IBC-Br, considerado uma prévia do PIB oficial, para amanhã (19), os investidores repercutiram uma série de acontecimentos paralelos.
A notícia mais importante do dia no Brasil foi que o Ministério da Fazenda divulgou documento em defesa da reoneração da folha de pagamentos de setores econômico, sob o argumento de que a desoneração não deu os resultados esperados, como geração de empregos. As negociações entre o governo e o Congresso Nacional continuam.
Nos Estados Unidos, foram divulgados os dados do mercado imobiliário e o tradicional relatório semanal sobre pedidos de auxílio-desemprego. Ambos vieram mais fortes que o esperado, o que pressionou os índices de Wall Street na abertura e impulsionou o avanço dos Treasurys.
O alívio no debate em torno da política monetária estadunidense veio com as declarações do presidente do Fed (Federal Reserve) de Atlanta, Raphael Bostic. Ele disse que o primeiro corte dos juros deve vir “em algum momento” do terceiro trimestre deste ano, mas quer ter mais evidências de que a inflação está caminhando para a meta definida pela autoridade monetária dos EUA, de 2% ao ano.
Além disso, o Senado dos EUA aprovou o projeto de lei que estende o financiamento do governo até março, a fim de evitar o shutdown (paralisação de algumas atividades do governo).
Na Europa, os índices fecharam em alta após a ata da mais recente reunião do BCE (Banco Central Europeu) indicar que a inflação segue em desaceleração, enquanto na Ásia os investidores recuperaram parcialmente as perdas das sessões anteriores.
O dólar terminou o dia próximo da estabilidade a R$ 4,9311, com leve avanço de 0,02% no mercado à vista.
Destaques do Ibovespa
Entre os destaques positivos do Ibovespa estão a PetroReconcavo (RECV3) e a 3R Petroleum (RRRP3), que lideraram os ganhos desde a abertura dos negócios com a potencial fusão, por iniciativa de uma acionista. A Maha Energy alcançou uma participação de 5% na 3R e enviou à administração da petroleira uma proposta para combinar seus ativos em terra (onshore) com a PetroReconcavo. As ações das duas empresas fecharam, respectivamente, com altas de 11,70% e 7,62%.
As companhias de mineração e siderurgia também avançaram na esteira do minério de ferro. Outra notícia do setor foi que o governo convocou uma reunião na próxima semana com representantes da indústria siderúrgica para debater reivindicações do setor, como o aumento da taxação do aço importado, segundo fontes disseram ao Broadcast.
Os papéis da Usiminas (USIM5) subiram 2,77% e os da CSN (CSNA3), +2,28%.
Na ponta negativa, as perdas foram lideradas pela Hapvida, companhia de saúde que é alvo de investigação pelo Ministério Público do Estado de São Paulo por descumprir decisões judiciais favoráveis a beneficiários do plano. As ações da empresa caíram 6,98%.
A Vale (VALE3), empresa de mais peso no Ibovespa, até começou o dia bem, mas, com o espraiamento da notícia de que o governo Lula quer emplacar Guido Mantega no comando da mineradora, fez com que as ações da empresa fechassem com queda de 0,65%, a mínima do dia.
As varejistas também tiveram um dia difícil, com destaque para o Magazine Luiza (MGLU3), que terminou com baixa de 6,98%, no limite de perder o patamar dos R$ 2
Mercado de ações
As bolsas de Nova York encerraram o pregão em alta. Por lá, os investidores repercutiram os dados recentes, a fala do presidente do Fed de Atlanta e, principalmente, a recuperação de ações de tecnologia.
O S&P 500 fechou com alta de 0,88%, aos 4.780,94 pontos; o Dow Jones, +0,54%, aos 37.468,61 pontos; e a Nasdaq, +1,35%, aos 15.055,65 pontos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias