Enquanto as principais bolsas mundiais operam mistas, nesta manhã de quinta-feira (1º), os índices futuros dos Estados Unidos se movimentam no campo positivo, revertendo parte das perdas da véspera. Hoje, o ânimo dos investidores está mais assentado depois da decisão do Fed (Federal Reserve) de manter as taxas de juros inalteradas, na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Muito mais do que a decisão em si, que já era esperada por analistas, o que pegou de surpresa os agentes foi a sinalização dada tanto pelo comunicado da autoridade monetária dos EUA quanto pelo presidente do Fed, Jerome Powell, na coletiva de imprensa após o anúncio da decisão, foi de que cortes nas taxas a partir de março não estão no radar.
Isso preocupa porque as taxas de juros dos Estados Unidos estão no nível mais alto em 22 anos. E, apesar da política contracionista, as pressões inflacionárias permanecem. Os últimos dados macroeconômicos dos EUA mostram uma economia ainda bastante resiliente.
Amanhã (2), será divulgado o relatório de folha de pagamentos, o payroll, um importante termômetro do mercado de trabalho norte-americano.
Na Europa, as bolsas operam majoritariamente em baixa após os dados de inflação da zona euro mostrarem desaceleração. Também sai hoje a decisão sobre juros do Banco da Inglaterra. A expectativa é de manutenção dos juros.
Uma enxurrada de resultados corporativos também move os mercados, com destaque para Apple, Amazon, Meta, Merck, Roche, Shell, Honeywell, Sanofi, entre outros.
Por aqui, saem os dados de inflação ao produtor e do Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial, além da balança comercial.
Brasil
O Ibovespa terminou a “Super Quarta” (31) com alta de 0,28%, aos 127.752 pontos. Porém, o principal indicador da bolsa brasileira acumula queda de 4,79% no mês de janeiro, após encerrar 2023 com mais de 20% de ganhos. Ou seja, a bolsa brasileira começou mal 2024.
No exterior, a notícia mais aguardada era a decisão do Federal Reserve (o banco central dos EUA), que, para a surpresa de ninguém, manteve os juros inalterados na faixa de 5,25% e 5,5% ao ano, o mais alto patamar em 22 anos.
A bolsa fechou antes de o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciar redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, para 11,25% ao ano.
Voltando aos Estados Unidos, embora a decisão do Fed fosse esperada por analistas, o comunicado indicou que o banco central norte-americano “ainda não está pronto para cortar os juros” a partir da reunião de março.
Já o dólar fechou a sessão a R$ 4,9374, com baixa de 0,16%. No mês, a moeda norte-americana avançou 1,73%.
Estados Unidos
Os índices futuros operam no azul hoje, revertendo parte das perdas da véspera depois do anúncio de manutenção das taxas de juros no maior patamar em 22 anos nos Estados Unidos.
Depois da fala do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, os futuros do Fed reduziram a probabilidade de uma redução em março para 34%, de 60% pouco antes do anúncio.
Dow Jones Futuro: +0,11%
S&P 500 Futuro: +0,29%
Nasdaq Futuro: +0,60%
Europa
As bolsas da Europa operam com perdas em sua maioria, com investidores de olho na decisão de política monetária do Banco da Inglaterra e repercutindo os dados de inflação da zona do euro.
A expectativa é que o BC inglês mantenha as taxas de juro estáveis em 5,25%, mas agentes do mercado estarão atentos aos padrões da votação, às projeções e à linguagem em busca de pistas sobre futuros cortes nas taxas de juros.
A inflação da zona do euro desacelerou conforme o esperado no mês passado. O indicador anual ao consumidor nos 20 países que usam o euro caiu para 2,8% em janeiro, ante 2,9% em dezembro, em linha com as expectativas e aproximando-se da meta de 2% do próprio BCE.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,21%
DAX (Alemanha): -0,20%
CAC 40 (França): -0,62%
FTSE MIB (Itália): -0,05%
STOXX 600: -0,05%
Ásia
Já as bolsas da Ásia fecharam sem direção definida nesta quinta-feira, depois da decisão do Fed dos EUA manter as taxas de juros inalteradas.
Além disso, novos dados de atividade manufatureira da China não aliviaram preocupações sobre a segunda maior economia do mundo.
Nikkei (Japão): -0,76%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,52%
Kospi (Coreia do Sul): +1,82%
ASX 200 (Austrália): -1,20%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem após abertura negativa. A commodity registrou em janeiro o primeiro ganho mensal desde setembro, com os EUA e o Irã à beira de um confronto mais direto no Oriente Médio.
Petróleo WTI, +0,50%, a US$ 76,23 o barril
Petróleo Brent, +0,42%, a US$ 80,89 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, saem os pedidos de seguro-desemprego semanal, o PMI industrial e o PMI ISM industrial.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil decidiu novamente cortar em 0,50 ponto percentual a Selic, a taxa de juros básicos da economia, e manteve a sinalização de que não deve cortar os juros em março. Na seara de indicadores, saem os dados do índice de preços ao produtor e o PMI industrial.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg