Entrevista de Powell a canal de TV repercute mal e derruba índices futuros dos EUA nesta 2ª feira

Em entrevista à rede de TV CBS ontem à noite (4), o presidente do Fed (o banco central dos EUA), Jerome Powell, disse que a autoridade monetária cortará os juros em ritmo mais lento do que o mercado espera.
5 de fevereiro de 2024

Os índices futuros dos EUA operam no campo negativo, nesta segunda-feira (5), repercutindo uma entrevista concedida pelo presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, ontem à noite (4), na qual ele sinalizou que as taxas de juros do país não vão cair no curto prazo, como esperava o mercado.

Em entrevista à rede de TV CBS, Powell disse que o Fed provavelmente agirá em um ritmo consideravelmente mais lento do que o mercado espera, pois o banco central aguarda mais dados econômicos para confirmar a tendência de queda da inflação para a meta de 2%.

Ao canal, ele destacou “o perigo de agir prematuramente” antes de completar o trabalho e aconselhou prudência, indicando sua inclinação por esperar mais tempo.

Depois da entrevista, houve uma venda acelerada de títulos do Tesouro, o que levou a um aumento dos prêmios para carregar os títulos do Tesouro de 2 e 10 anos. Neste último caso, o yield subiu seis pontos-base, depois de saltar 14 pontos-base na sexta-feira passada, quando foi divulgado o relatório payroll, mostrando que o mercado de trabalho estadunidense está mais aquecido que o esperado.

Em outra frente, o mercado também aguarda mais balanços empresariais do quarto trimestre de 2023. Até agora, os balanços nos Estados Unidos têm superado confortavelmente as expectativas do mercado, com 230 empresas do S&P 500 divulgando uma média de ganho por ação +5,4% maior, contra projeções de +1,5%.

Por aqui, saem dados das transações correntes dezembro e o Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços de janeiro. No campo político, após recesso, Congresso Nacional realiza hoje sessão de abertura do ano legislativo.

Brasil

O Ibovespa encerra a semana em queda de 1,38%. Especificamente na sexta-feira (2), o principal indicador da bolsa brasileira foi contaminado pela cautela que tomou conta do mercado externo, e caiu 1,01%, aos 127.182 pontos.

Na sexta, os mercados repercutiram o relatório de folha de pagamentos dos Estados Unidos, o payroll, que mostra um mercado de trabalho mais aquecido que o esperado.

Em janeiro, o mercado de trabalho estadunidense criou 353 mil vagas. A estimativa dos analistas, de acordo com consenso LSEG, era de criação de 180 mil vagas no mês.

A taxa de desemprego ficou em 3,7% pelo terceiro mês seguido, ante estimativa de 3,8% pelo consenso de analistas.

Já o dólar ganhou força e terminou o dia cotado a R$ 4,9683, com alta de 1,07%. Nos últimos cinco pregões, a moeda norte-americana acumula avanço de 1,17%.

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no campo negativo, com os agentes repercutindo a entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, na qual ele jogou um balde de água fria em quem esperava cortes de juros no curto prazo.

Além disso, o mercado aguarda mais resultados corporativos de peso, incluindo o McDonald’s, nesta segunda-feira, e a Ford, na terça-feira (6).

Dow Jones Futuro: -0,18%

S&P 500 Futuro: -0,15%

Nasdaq Futuro: -0,09%

Europa

Já as bolsas da Europa operam no campo positivo, com os investidores repercutindo por lá resultados de grandes empresas na região.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,37%

DAX (Alemanha): +0,05%

CAC 40 (França): +0,01%

FTSE MIB (Itália): +0,97%

STOXX 600: +0,15%

Ásia

Na Ásia, a maioria dos mercados fechou no vermelho, exceto o índice Nikkei, do Japão. As bolsas chinesas prosseguiram com o movimento de baixa da semana passada, apesar de dados apontarem expansão no setor de serviços.

O movimento ocorre em meio a persistentes dúvidas sobre a capacidade de recuperação da segunda maior economia do mundo, ainda que Pequim tenha anunciado recentes medidas de estímulos, incluindo um corte na taxa de compulsório bancário que entrou em vigor hoje.

Nikkei (Japão): +0,54%

Hang Seng Index (Hong Kong): -0,15%

Kospi (Coreia do Sul): -0,92%

ASX 200 (Austrália): -0,95%

Xangai Composto (China): -1,02%

Petróleo

O preço do petróleo opera no vermelho, após quedas acentuadas na semana passada, em meio a tentativas contínuas de alcançar um cessar-fogo em Gaza, mesmo quando os EUA planeavam novos ataques contra grupos apoiados pelo Irã.

Petróleo WTI, -0,22%, a US$ 72,12 o barril

Petróleo Brent, -0,08%, a US$ 77,27 o barril

Agenda

Nos EUA, saem hoje o PMI de serviços de janeiro e o ISM de serviços de janeiro.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, pela segunda semana consecutiva, o Banco Central divulgará com atraso o Relatório Focus, com projeções econômicas do mercado financeiro, devido à operação-padrão de servidores da autarquia. O documento, que sempre é divulgado nas manhãs de segunda-feira, será publicado amanhã (6), no horário normal de 8h30. Embora o governo tenha autorizado a realização do primeiro concurso para o BC desde 2013, com 100 vagas, os servidores desejam uma reestruturação da carreira. Na seara econômica, saem os dados das transações correntes de dezembro, com o consenso LSEG prevendo déficit de US$ 7,428 bilhões; e o PMI de serviços de janeiro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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