Os mercados mundiais operam mistos, nesta manhã de sexta-feira (8), dia em que a atenção dos investidores está voltada à divulgação do payroll de fevereiro, o principal relatório de empregos e folha de pagamentos nos Estados Unidos.
Estimativa de economistas consultados pela Bloomberg aponta para a criação de 200 mil novas vagas no mês passado, bem abaixo dos 353 mil de janeiro. O crescimento dos salários por hora também deve desacelerar. Já para a taxa de desemprego, o consenso LSEG estimada em 3,7%.
Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) anunciou ontem, pela quarta vez consecutiva, a manutenção das taxas de juros inalteradas, à medida que uma perspectiva mais suave para a inflação e o crescimento econômico reforçaram as expectativas de cortes a partir de junho.
Muito em função dessa decisão, as bolsas europeias negociavam hoje perto das máximas históricas, os títulos globais subiam e o ouro ampliava sua alta em meio à convicção de que as taxas de juros nos Estados Unidos e na zona do euro cairão nos próximos meses.
Nos Estados Unidos, o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Jerome Powell, sugeriu que a autoridade monetária está se aproximando da confiança necessária para começar a reduzir as taxas de juros. “Quando alcançarmos essa confiança – e não estamos longe disso – será apropriado começar a reduzir o nível de restrição”, disse ele ontem, enquanto respondia a perguntas do Comitê Bancário do Senado. No dia anterior, ele falou à Câmara dos Representantes.
Por aqui, a grande notícia de ontem foi a divulgação do balanço da Petrobras após o fechamento do mercado. A empresa registrou lucro líquido de R$ 31 bilhões no quarto trimestre de 2023, queda de 28,4% na comparação anual.
O Conselho de Administração fará uma Assembleia Geral Ordinária (AGO) para aprovar a distribuição de dividendos no valor de R$ 14,2 bilhões. Não foram aprovados, contudo, dividendos extraordinários, o que decepcionou investidores.
Depois da divulgação do resultado, o EWZ, iShares MSCI Brazil, ETF que representa os recibos de ADRs das ações de empresas listadas na bolsa de Nova York, opera com baixa nesta manhã com a decisão da Petrobras (PETR3;PETR4) de não pagar dividendos extraordinários aos acionistas.
Brasil
Apesar do aumento de cerca de 1,80% no preço do minério de ferro e do crescimento das bolsas de Nova York, o Ibovespa encerrou a quinta-feira (7) em baixa de 0,43%, atingindo os 129.339 pontos.
As ações da Petrobras (PETR4) registraram queda de 1,10%, influenciadas pela baixa do preço do petróleo no mercado internacional. Além disso, os investidores aguardam o relatório financeiro da empresa, que foi divulgado após o encerramento das operações na B3, especialmente em relação à distribuição de dividendos.
O dólar registrou queda em relação ao real. A taxa de câmbio do dólar norte-americano fechou com uma redução de 0,23%, sendo vendido a R$ 4,9347
Europa
As bolsas da Europa operam sem direção única, com investidores digerindo a previsão de inflação atualizada do BCE (Banco Central Europeu) e aguardando novos dados de emprego nos EUA.
Os investidores ficaram animados na véspera depois do BCE ter revisto sua previsão para a inflação em 2024 de 2,7% para 2,3%, mesmo mantendo as taxas de juro estáveis.
Ontem, o BCE (Banco Central Europeu) manteve a taxa de juros inalterada pela quarta reunião consecutiva, mas os agentes já precificaram cortes nas taxas a partir de junho.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,12%
DAX (Alemanha): -0,12%
CAC 40 (França): +0,13%
FTSE MIB (Itália): +0,07%
STOXX 600: +0,21%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York operam majoritariamente em alta hoje. O S&P 500 apontou ganho de 0,4% até quinta-feira, enquanto o Dow Jones caiu quase 0,8%. Já o Nasdaq apresentou ligeira queda na semana até o momento, com baixa de 0,01%.
Na véspera, o S&P 500 renovou máximas de fechamento diante impulso das techs, após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ter fornecido mais pistas de que a queda nos juros acontecerá neste ano.
Dow Jones Futuro: -0,12%
S&P 500 Futuro: +0,15%
Nasdaq Futuro: +0,10%
Ásia
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam em alta generalizada hoje, após Wall Street reagir com ganhos ontem a novas indicações de que os EUA estão mais próximos de cortar seus juros básicos.
Na China, ações de tecnologia e telecomunicações tiveram forte desempenho após o ministro chinês do setor prometer consolidar e aperfeiçoar as vantagens competitivas do país na área, durante a reunião anual do Congresso Nacional do Povo, segundo a mídia estatal.
Shanghai SE (China), +0,61%
Nikkei (Japão): +0,23%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,76%
Kospi (Coreia do Sul): +1,24%
ASX 200 (Austrália): +1,07%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem impulsionados pela crescente procura nos Estados Unidos e na China, os maiores consumidores de petróleo do mundo, e enquanto o Banco Central dos EUA dá sinais sobre a possibilidade de cortes nos juros neste ano.
Petróleo WTI, +1,22%, a US$ 79,89 o barril
Petróleo Brent, +0,94%, a US$ 83,74 o barril
Agenda
A semana termina com a divulgação do payroll (relatório de emprego e de folha de pagamento) e a taxa de desemprego, estimada em 3,7% pelo consenso LSEG. Para criação de vagas, a expectativa é de 200 mil.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o governo estuda usar o fundo garantidor que abastece programas como o Desenrola, de renegociação de dívidas, e o Pronampe, de apoio a micro e pequenas empresas, para socorrer as companhias aéreas, afirmou ao Estadão/Broadcast o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Por já ter recursos em caixa, o uso do Fundo Garantidor de Operações (FGO), a princípio, não teria impacto fiscal sobre as contas públicas – uma exigência da Fazenda. Não há indicadores previstos na agenda brasileira.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg