A semana começa quente nos mercados, com as decisões sobre os juros nos Estados Unidos, no Brasil e, também, no Japão, no radar dos investidores. As expectativas já começam a balizar os índices futuros e as bolsas ao redor do mundo, que começam a semana no campo positivo.
No Brasil e nos EUA, mais do que a decisão em si, investidores estarão de olho nos comunicados que podem indicar os próximos passos na condução da política monetária. Já no Japão, o país pode finalmente abandonar as taxas de juros negativas.
Por aqui, o consenso do mercado é de corte de 0,50 ponto percentual (p.p.), enquanto nos EUA a aposta é na manutenção dos juros entre 5,25% e 5,50%.
Ainda nos Estados Unidos, o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA está se aproximando de um nível que poderia interromper o rali das ações, segundo estrategistas do Morgan Stanley.
Na Ásia, o crescimento econômico da China foi impulsionado pela força na produção industrial e no investimento no início do ano, enquanto uma recuperação no consumo continua a mostrar progresso mais moderado. Os dados acrescentam provas de que a segunda maior economia do mundo está ganhando mais tração.
No Brasil, o presidente Lula convocou a primeira reunião ministerial do ano para cobrar da equipe o andamento de programas e ações no momento em que pesquisas indicam a queda de sua popularidade.
Na frente de dados, investidores aguardam pela divulgação do IBC-Br, considerado o termômetro do PIB, às 9h de hoje.
Brasil
A forte queda das commodities e das bolsas de Wall Street ajudaram a puxar o Ibovespa para baixo na sexta-feira (15). O principal indicador da bolsa brasileira fechou em queda de 0,74%, aos 126.741,81 pontos. Na semana, o índice acumulou queda de 0,26%.
Os investidores também repercutiram os dados de emprego, medidos pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, e os do setor de serviços, que vieram acima do esperado.
O dólar segue forte e fechou o dia cotado a R$ 4,9980, com alta de 0,22% no mercado à vista. A moeda norte-americana acumula avanço de 0,51% nos últimos cinco pregões.
Europa
As bolsas da Europa operam no campo positivo, enquanto investidores aguardam o início da reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), amanhã (19). A decisão será divulgada na quarta-feira (20).
FTSE 100 (Reino Unido): +0,12%
DAX (Alemanha): +0,41%
CAC 40 (França): +0,20%
FTSE MIB (Itália): +0,47%
STOXX 600: +0,11%
Estados Unidos
Os índices futuros começam a semana no campo positivo, com os investidores focados no início da reunião do Fed amanhã.
De acordo com a ferramenta CME FedWatch, os Fed funds estão atualmente precificando uma probabilidade de 99% de que o BC americano deixe as taxas de juros inalteradas esta semana. A expectativa de um corte em junho caiu nos últimos dias para cerca de 55%.
Dow Jones Futuro: +0,01%
S&P 500 Futuro: +0,34%
Nasdaq Futuro: +0,65%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam com alta, após dados econômicos melhores do que o esperado da China e à espera da decisão de juros do Banco do Japão (BoJ). A expectativa é de que a autoridade monetária japonesa anuncie, na madrugada desta terça-feira (19), o encerramento de sua política de juros negativos, em vigor há mais de oito anos.
Na China continental, o Xangai Composto subiu 0,99%, a 3.084,93 pontos, após dados oficiais mostrarem que a produção industrial, as vendas no varejo e os investimentos em ativos fixos na segunda maior economia do mundo aumentaram mais do que o previsto nos primeiros dois meses do ano. Contudo, o combalido setor imobiliário chinês ainda preocupa.
Shanghai SE (China), +0,99%
Nikkei (Japão): +2,67%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,10%
Kospi (Coreia do Sul): +0,71%
ASX 200 (Austrália): +0,07%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com alta nesta segunda-feira, ampliando os ganhos da semana passada, quando os preços subiram quase 4% devido à visão de que a oferta estava diminuindo.
Petróleo WTI, +0,80%, a US$ 81,69 o barril
Petróleo Brent, +0,77%, a US$ 86,00 o barril
Agenda
A agenda da semana tem como destaque as decisões sobre juros no Brasil e nos EUA. A expectativa é de corte nas taxas de juros aqui, em 0,50 ponto percentual, enquanto por lá, a projeção é de manutenção.
Por aqui, no Brasil, no campo político, a Confederação Nacional dos Municípios considera “sem sentido” e “descartada” a contraproposta do Ministério da Fazenda para a desoneração da folha de pagamento das prefeituras. Como mostrou o jornal O Estado de S.Paulo, o governo propôs limitar o benefício a cidades com até 50 mil habitantes – uma redução em relação ao escopo original do projeto, que beneficia municípios de até 156 mil habitantes. Na seara de indicadores, saem hoje o IGP-10 de março e IBC-Br de janeiro.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg