Os índices futuros dos Estados Unidos ampliam as perdas da véspera, nesta quinta-feira (11), com os investidores repercutindo ainda a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acima do esperado, o que jogou sombra no futuro da política monetária norte-americana.
A ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), também divulgada ontem (10), mostrou que algumas autoridades continuam preocupadas com a trajetória da inflação em direção à meta de 2% ao ano.
Diante desse cenário, os traders de renda fixa estão se preparando para os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos ultrapassarem os 5%, à medida que o cenário de nenhum corte nas taxas pelo Fed este ano parece cada vez mais provável.
Para hoje, os investidores aguardam a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês).
Na Europa, investidores estão atentos à decisão de política monetária da zona do euro, com expectativa de manutenção da taxa de juros em 4,5% ao ano.
Logo após o anúncio do BCE (Banco Central Europeu), a presidente da instituição, Christine Lagarde, participa de coletiva de imprensa
Por aqui, os investidores começam a respirar aliviados com a provável manutenção de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras, após uma semana tensa.
Ontem, as ações da Petrobras (PETR4) subiram mais 2% com Prates se “segurando” como CEO, segundo relatos de fontes próximas ao governo.
Na seara de indicadores, saem hoje as vendas no varejo de fevereiro, com consenso LSEG prevendo baixa mensal de 1,0%, mas alta anual de 3,30%.
Brasil
Os mercados mundiais sentiram, ontem (10), o baque da inflação dos Estados Unidos acima da expectativa de analistas. Nem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mais baixo que o esperado por aqui, nem a alta das ações da Petrobras ajudaram a salvar o dia do Ibovespa.
O principal indicador da bolsa brasileira fechou em baixa de 1,41%, aos 128.053 pontos, com o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA marcando alta de 0,4% em março, levemente acima do avanço de 0,3% esperado.
Por sua vez, o dólar zerou as perdas da semana e terminou o dia a R$ 5,0784, com alta de 1,41% no mercado à vista.
Europa
As bolsas da Europa operam sem direção única, com investidores globais ainda repercutindo os dados de inflação ao consumidor dos EUA acima do esperado e à espera da decisão de política monetária do BCE.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,10%
DAX (Alemanha): -0,40%
CAC 40 (França): +0,01%
FTSE MIB (Itália): -0,52%
STOXX 600: -0,24%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA ampliam as perdas da véspera, em dia de inflação ao produtor nos EUA e da divulgação de mais balanços, com resultados da CarMax, Fastenal e Constellation Brands antes da abertura. Já os lucros dos grandes bancos JPMorgan, Wells Fargo e Citigroup serão divulgados nesta sexta-feira (12).
Dow Jones Futuro: -0,24%
S&P 500 Futuro: -0,24%
Nasdaq Futuro: -0,20%
Ásia
Por sua vez, as bolsas asiáticas fecharam mistas, sendo parte delas pressionadas pela perspectiva de juros altos nos Estados Unidos por mais tempo.
Das notícias da região, o CPI chinês está em desaceleração. A taxa anual de inflação diminuiu para 0,1% em março, ante 0,7% em fevereiro, vindo abaixo do consenso de 0,4%. Já o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) teve queda de 2,8%, em linha com as expectativas.
Shanghai SE (China), +0,23%
Nikkei (Japão): -0,35%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,26%
Kospi (Coreia do Sul): +0,07%
ASX 200 (Austrália): -0,44%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com ganhos, devido às preocupações acerca de um agravamento da crise no Oriente Médio, potencialmente envolvendo o Irã, o terceiro maior produtor de petróleo da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Petróleo WTI, +0,20%, a US$ 86,38 o barril
Petróleo Brent, +0,22%, a US$ 90,69 o barril
Agenda
A agenda de hoje tem como destaque a decisão de juros do BCE (Banco Central Europeu), além de dados de inflação ao produtor americano.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o Banco Mundial melhorou novamente a sua projeção para a economia brasileira neste ano, mas ainda aponta desaceleração à frente. O organismo espera que o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresça 1,7% em 2024, acima da sua última projeção, que apontava alta de 1,5%. No ano passado, a economia brasileira avançou 2,9%. Na seara de indicadores, saem hoje as vendas no varejo de fevereiro, com o consenso LSEG prevendo baixa mensal de 1,0%, mas alta anual de 3,30%.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg