Após terem fechado em baixa ontem (17), os índices futuros dos Estados Unidos operam no campo negativo, nesta manhã de quinta-feira (18). As ações avançam junto com os Treasuries hoje, enquanto os mercados globais tentam se estabilizar à medida que os investidores precificam quando os juros vão, de fato, começar a baixar nos Estados Unidos.
Para hoje, os investidores monitoram os números de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA e falas de membros de bancos centrais, ao mesmo tempo em que aguardam a divulgação de mais dados corporativos do primeiro trimestre, incluindo os da Netflix.
Das notícias que envolvem o Brasil, fundos estrangeiros estão aumentando suas apostas contra o real, o transformando na moeda de pior desempenho entre as principais do mundo, em meio a uma perspectiva de paralisação dos cortes da taxa básica de juros, a Selic, e uma grande reprecificação das perspectivas para as taxas de juros globais.
Ontem (17), foi divulgado o Livro Bege do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), que mostra que a economia norte-americana “expandiu ligeiramente” desde o final de fevereiro e as empresas relataram maior dificuldade em repassar custos mais altos.
Por aqui, o governo de São Paulo finalizou os detalhes do modelo para o follow-on (oferta de ações) e a definição do acionista estratégico para a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo). O novo modelo de venda baseia-se na premissa de que os investidores escolherão a melhor empresa para administrar a Sabesp, e não apenas o preço.
Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que o BC não fará intervenção no câmbio e sinalizou que o Copom (Comitê de Política Monetária), diante da piora do cenário global, pode rever o guidance de corte da taxa Selic, de 0,5 ponto percentual, de maio.
Na agenda de dados domésticos, saem os números da segunda prévia do IGP-M de abril.
Brasil
O Ibovespa terminou a quarta-feira (18) em queda de 0,17%, aos 124.171 pontos, com os investidores precificando o fato de as projeções indicarem uma taxa Selic mais alta do que o previsto este ano e as incertezas em relação à política monetária nos Estados Unidos.
Ontem (17), alguns assuntos chamaram a atenção do mercado. Do lado positivo, houve forte avanço do minério de ferro no mercado internacional e a divulgação do IBC-Br, considerado o termômetro do PIB (Produto Interno Bruto), que mostrou avanço de 0,40% em fevereiro.
Do lado negativo, Nova York falou mais alto, arrastando o Ibovespa. Isso porque a sinalização de juros mais altos por lá e taxa Selic por aqui pode ocasionar uma revoada de recursos do mercado brasileiro rumo aos Estados Unidos.
O dólar corrigiu as altas recentes e fechou a R$ 5,2439, um recuo de 0,47% no mercado à vista.
Europa
As bolsas europeias se movimentam majoritariamente em alta hoje, com uma série de fortes resultados corporativos compensando as notícias de que as vendas de carros elétricos em toda a União Europeia caíram mais de 11% no mês passado.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,24%
DAX (Alemanha): -0,01%
CAC 40 (França): +0,40%
FTSE MIB (Itália): +0,01%
STOXX 600: +0,14%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam com leve alta hoje, após o fechamento em baixa ontem, enquanto os investidores aguardam por mais resultados corporativos do primeiro trimestre do ano.
Dow Jones Futuro: +0,08%
S&P 500 Futuro: +0,14%
Nasdaq Futuro: +0,22%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam no campo positivo, com algumas delas interrompendo uma sequência de perdas recentes.
Liderando ganhos na região, o índice sul-coreano Kospi avançou 1,95% em Seul, a 2.634,70 pontos, depois de acumular perdas por quatro sessões consecutivas.
Shanghai SE (China), +0,09%
Nikkei (Japão): +0,31%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,82%
Kospi (Coreia do Sul): +1,95%
ASX 200 (Austrália): +0,48%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com baixa, ampliando as perdas da sessão anterior, depois que os Estados Unidos disseram que restabeleceriam as sanções petrolíferas à Venezuela, enquanto a União Europeia falava em novas restrições ao Irã.
Petróleo WTI, -0,75%, a US$ 82,07 o barril
Petróleo Brent, -0,64%, a US$ 86,73 o barril
Agenda
A agenda de hoje tem como destaque pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana, pode chegar a um acordo sobre a taxação de super-ricos até novembro, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem (17). Em viagem aos Estados Unidos, o ministro disse que o governo do presidente Joe Biden apoia a medida, proposta pelo Brasil, que exerce a presidência do G20 até novembro deste ano. Na seara de indicadores, sai hoje o IGP-M (2ª prévia) de abril.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg