Os mercados mundiais começam esta sexta-feira (19), último dia de uma semana bastante turbulenta tanto lá fora quanto no Brasil, em trajetória negativa. Permanece pesando no humor do mercado financeiro global mais do mesmo: a incerteza sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos, que afugenta recursos de emergentes em busca de uma economia mais sólida, e o aumento das tensões no Oriente Médio, que traz volatilidade para os preços do petróleo.
A propósito disso, os preços do petróleo chegaram a subir mais de 3% hoje, depois de Israel ter realizado um ataque ao Irã, provocando receios de uma guerra em expansão na região.
Israel lançou um ataque retaliatório contra o Irã menos de uma semana após o bombardeio de foguetes e drones de Teerã, de acordo com dois oficiais dos Estados Unidos.
Uma explosão foi ouvida na madrugada desta sexta na cidade de Isfahan, no Irã, conforme relatado pela agência de notícias semi-oficial Fars do país. O jornal New York Times relatou que dois oficiais de defesa israelenses confirmaram que a nação esteve por trás do ataque.
Nos Estados Unidos, membros do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) têm falado nos últimos dias sobre o rumo esperado dos juros. Enquanto John Williams, do Fed de NY, disse ser possível até mesmo um aumento de taxa, se justificado, seu colega de Atlanta, Raphael Bostic, não acha que será apropriado afrouxar a política monetária até o final de 2024.
Por aqui, as atenções seguem voltadas para reunião do conselho da Petrobras desta sexta-feira e à sondagem industrial de abril.
O encontro, porém, não deve deliberar sobre os dividendos extraordinários, conforme disse na véspera o presidente da estatal, Jean Paul Prates.
Brasil
Após seis pregões no negativo, o Ibovespa fechou a quinta-feira (18) com leve alta de 0,02%, aos 124.196 pontos. Em quatro pregões da semana, o principal indicador da bolsa acumula 1,39% de queda. No mês, 3,05%. No ano, 7,44%.
As razões por detrás do movimento são basicamente as mesmas: incertezas sobre os juros dos Estados Unidos e a questão fiscal no Brasil.
O movimento do Ibovespa ontem (18) acompanhou o das bolsas dos Estados Unidos, que fecharam mistas repercutindo declarações de dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos).
O dólar á vista fechou em leve alta de 0,12%, a R$ 5,2502.
Europa
As bolsas europeias operam em forte baixa, encerrando uma semana com as tensões no Oriente Médio e a reavaliação das expectativas das taxas de juros nos Estados Unidos no radar dos investidores.
Os agentes dos mercados acompanham uma série de comentários sobre a trajetória das taxas de juros resultantes das reuniões de primavera do FMI (Fundo Monetário Internacional).
FTSE 100 (Reino Unido): -0,53%
DAX (Alemanha): -0,65%
CAC 40 (França): -0,45%
FTSE MIB (Itália): -0,46%
STOXX 600: -0,48%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam no campo negativo, em meio à escalada das tensões entre Israel e Irã e às incertezas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos.
O S&P 500 caminha para a pior semana em quase seis meses. O indicador caiu por cinco sessões consecutivas, elevando as perdas acumuladas na semana para 2,2%.
Seria a terceira semana negativa consecutiva do benchmark de grande capitalização e a maior semana de perdas desde 27 de outubro de 2023.
Dow Jones Futuro: -0,31%
S&P 500 Futuro: -0,35%
Nasdaq Futuro: -0,58%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam em baixa, também repercutindo o aumento das tensões no Oriente Médio e a política monetária dos Estados Unidos.
Shanghai SE (China), -0,29%
Nikkei (Japão): -2,66%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,99%
Kospi (Coreia do Sul): -1,63%
ASX 200 (Austrália): -0,98%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com ganhos, enquanto investidores aguardam mais detalhes sobre a dimensão do ataque de Israel ao Irã realizado na noite passada.
Petróleo WTI, +0,57%, a US$ 83,20 o barril
Petróleo Brent, +0,37%, a US$ 87,43 o barril
Agenda
Agenda internacional de indicadores esvaziada hoje.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a incerteza econômica internacional agravou-se nas últimas semanas e, por enquanto, comprometeu a capacidade de o Banco Central (BC) antever os desdobramentos da crise, disse ontem (18) o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Ele concedeu entrevista coletiva ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e disse que a autoridade monetária só intervirá no câmbio em caso de mau funcionamento dos mercados. A semana termina com a divulgação da sondagem Industrial de abril no Brasil e a reunião do Conselho da Petrobras no radar.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg