Foi realizado nesta quinta-feira (6) o leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a importação de arroz. Foram 263 mil toneladas das 300 mil previstas.
Os lotes arrematados foram de produtores locais, do Ceará, Bahia e Maranhão. O preço médio atingido foi de R$ 24,98 a R$ 25.
“Nós sempre dissemos que não faltaria arroz, mas houve quem especulasse em cima da tragédia. Depois das cheias, o preço do arroz saltou e teve gente vendendo a R$ 40 um saco de cinco quilos. Esse leilão não só reforça que não haverá desabastecimento, como prova o valor justo do produto: R$ 25”, afirmou o ministro da agricultura, Carlos Fávaro, ao g1.
Nesta quinta, presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Fernando Quadros da Silva, acatou pedido da Advocacia-Geral da União e liberou a realização do leilão para compra de arroz. A medida era uma reivindicação do governo federal, para garantir estoque e impedir uma escalada nos preços do produto.
Entenda a polêmica do leilão do arroz
O leilão do arroz havia sido suspenso na noite de ontem (5), após decisão, em caráter liminar, do juiz federal substituto Bruno Risch Fagundes de Oliveira. O magistrado alegou que seria prematuro agendar o leilão para esta semana, já que, segundo ele, há ausência de comprovação de que o mercado nacional de arroz será impactado negativamente pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por cerca de 70% da produção nacional do cereal.
O objetivo do governo federal ao realizar o leilão é inibir a alta do preço do arroz, evitando, assim, pressão sobre a inflação. Contudo, o agronegócio gaúcho tem agido para evitar o leilão, alegando que não faltará arroz no mercado, uma vez que a maior parte da safra já havia sido colhida.
“O plano do agro acabou dando errado, que era fingir que estava dando problema na safra do arroz para cobrar o arroz com um preço lá em cima e pôr a culpa no governo pela inflação do arroz”, disse o economista do ICL André Campedelli, na edição de ontem do ICL Mercado e Investimentos. “É impressionante como a gente tem o agro querendo fazer o que quiser na economia brasileira, falando que não tinha e agora falando que tem (…), pois, com escassez, eles vendem mais”, completou.
Na decisão desta quinta, o desembargador alegou que os argumentos do governo para realizar o leilão são “existentes e juridicamente adequados à situação excepcional vivenciada pelo Estado do Rio Grande do Sul, responsável pela produção de cerca de 71% do arroz plantado no Brasil”.
No despacho, o magistrado ainda argumentou que não há como fazer uma estimativa concreta dos danos causados à colheita de arroz no Sul.
“No entanto, por óbvio tais prejuízos afetam todos os setores, com evidente repercussão negativa na área agrícola do Estado, sobretudo considerando a perda de lavouras e de outras atividades afetas ao setor, bem como as dificuldades de transporte do produto”, alegou o desembargador.
Redação ICL Economia
Com informações do G1