IBGE: Nordeste tem o menor salário médio do país, enquanto o Centro-Oeste, o maior

Em 2022, o pessoal ocupado assalariado na região Nordeste recebeu, em média, R$ 2.809,16 por mês, enquanto a média nacional no período foi de R$ 3.542,19 — uma diferença de 26,1%. No Centro-Oeste, valor era de R$ 3.941,54.
21 de junho de 2024

Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que o salário médio do Nordeste é o menor do Brasil. Em 2022, o pessoal ocupado assalariado na região recebeu, em média, R$ 2.809,16 por mês, enquanto a média nacional no período foi de R$ 3.542,19 — uma diferença de 26,1%.

Além do Nordeste, o Norte (R$ 3.274,07) e o Sul (R$ 3.382,09) tinham o menor salário médio pago comparativamente à média nacional.

Por outro lado, a região com o maior salário médio foi a Centro-Oeste naquele período, com R$ 3.941,54, seguida pelo Sudeste, que registrou uma média de R$ 3.841,47.

O levantamento foi feito com base no CEMPRE (Cadastro Central de Empresas), que reúne dados de empresas e seus empregados, incluindo salários. Os dados não incluem os empresários enquadrados como MEI (Microempreendedor Individual).

No recorte por estados, o Distrito Federal tinha o maior salário médio em 2022, no valor de R$ 5.902,12, o equivalente a 4,9 salários mínimos da época.

Na sequência, ficou Amapá, com R$ 4.190,94 (3,5 salários mínimos), e São Paulo, com R$ 4.147,84 (3,4 salários mínimos).

Já os menores salários médios foram registrados na Paraíba, com R$ 2.636,31, e Alagoas, com R$ 2.645,65, ambos cerca de 2,2 salários mínimos.

Nordeste: embora tenha o menor salário médio, região era a terceira com maior número de empresas e organizações em 2022

Embora o Nordeste tenha o menor salário médio, é a terceira região com o maior número de unidades locais (entre empresas e outras organizações formais ativas): eram mais de 1,6 milhão até 31 de dezembro de 2022.

A região com o maior número de unidades é a Sudeste, com mais de 5,4 milhões, seguida pelo Sul, com cerca de 2,1 milhões.

Norte e Centro-Oeste, até 2022, eram as únicas regiões com menos de um milhão de unidades locais, sendo 897 mil na primeira e quase 496 mil na segunda.

Naquele ano, segundo o IBGE, o Brasil tinha 9,4 milhões de empresas e outras organizações formais ativas, que ocupavam 63 milhões de pessoas. Desse total, 6,6 milhões de empresas não tinham pessoal assalariado, mas ocupavam 8,4 milhões de pessoas que recebiam sua renda como sócios e/ou proprietários.

Outros 2,9 milhões de empresas empregavam 54,3 milhões de pessoas, dos quais 50,2 milhões eram funcionários assalariados e 4,1 milhões eram sócios e/ou proprietários.

Ainda de acordo com a pesquisa, essas organizações pagaram R$ 2,3 trilhões em salários e outras remunerações. O salário médio mensal foi de R$ 3.542,19, o que corresponde a 2,9 salários mínimos.

Em relação ao porte das empresas e o número de funcionários assalariados, 76,8% possuíam de 1 a 9 profissionais, 19,8% tinham de 10 a 49, 2,6%, 50 a 249 funcionários, e 0,8% das empresas possuíam 250 pessoas ou mais.

Apesar de serem em menor quantidade, as organizações com maior porte foram responsáveis por empregar mais da metade do pessoal ocupado assalariado (54,1%) e pegar 69,3% dos salários totais.

Quanto maior a empresa, maiores são os salários. Os dados mostram que empresas com 250 funcionários ou mais pagaram em média R$ 4.528,67 por mês. O número é 152,6% maior que o salário pago por aquelas de 1 a 9 profissionais: R$ 1.793,08.

Gênero e escolaridade

No recorte por gênero, entre as 50 milhões de pessoas assalariadas, 54,7% eram homens e 45,3%, mulheres.

A pesquisa aponta que 76,6% das pessoas ocupadas assalariadas em 2022 não tinham ensino superior, enquanto 23,4% possuíam.

As que tinham maior escolaridade receberam, em média, R$ 7.094,17 por mês. Já os trabalhadores que não tinham nível superior receberam R$ 2.441,16, cerca de três vezes menos.

Os três setores que mais empregaram pessoas com ensino superior no período eram: educação (64,3%); atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (60,6%); e administração pública, defesa e seguridade social (47,4%).

Na outra ponta, as áreas que mais possuíam funcionários de menor nível de instrução eram alojamento e alimentação (96,1%); agricultura, pecuária, produção florestal e aquicultura (94,1%); e construção (92,6%).

Maiores empregadores

Das 9,4 milhões de empresas, 29,1% são da área de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, o maior número registrado.

Esse era também o setor que obteve o maior percentual de pessoas ocupadas totais (21%) e pessoas ocupadas assalariadas (19%). Em contrapartida, ficou com a terceira colocação no ranking de salários e outras remunerações (13%).

A área de Indústrias de transformação obteve o segundo lugar em pessoas ocupadas totais (14%), assalariadas (15,8%) e salários (16,4%).

Já administração pública, defesa e seguridade social ficou na terceira colocação em pessoas assalariadas (15,7%) e foi o ramo que mais distribuiu salários em 2022 (23,3%).

Maiores salários pagos

O setor de eletricidade e gás foi o que pagou mais: R$ 8.312,01, na média mensal. Em segundo e terceiro lugar, ficaram atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (R$ 8.039,19) e organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (R$ 6.851,77), respectivamente.

Apesar dos salários altos, essas áreas empregaram menos: 1,3 milhão de pessoas, o que representa apenas 2,6% do total.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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