O presidente dos EUA, Joe Biden, está no Japão, onde chegou neste domingo (22) para se reunir com líderes do governo local, Índia e Austrália. O Japão é a segunda parada de sua viagem à Ásia, que tem como pano de fundo a ameaça norte-coreana, a oposição à China e a guerra na Ucrânia.
Biden vai lançar um grande plano econômico, que prevê maior participação dos Estados Unidos no Indo-Pacífico (IPEF, na sigla em inglês). O “The Quad” (ou Quadro Econômico) – EUA, Japão, Índia e Austrália – como está sendo chamado, é um pilar da estratégia norte-americana de oposição à China, de reação à influência cada vez maior dos chineses.
O presidente Biden anunciou nesta segunda-feira (23) que 12 países aderiram ao Quadro Econômico Indo-Pacífico: Austrália, Índia, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia estão entre os signatários, assim como Brunei, Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã. Junto com os Estados Unidos, essas nações representam 40% do PIB global.
Em comunicado conjunto, os países afirmaram que, após os distúrbios causados pela pandemia da covid-19 e a guerra na Ucrânia, o pacto ajudará coletivamente a preparar as “economias para o futuro”.
A ideia do plano é incentivar, com a colaboração dos EUA, padrões comuns para a cadeia de produção local e para o comércio de energia limpa, infraestrutura e comércio digital.
Ao chegar, Biden foi alvo de um protesto de centenas de japoneses nas ruas do centro de Tóquio, que criticaram os Estados Unidos e o Japão e os acusaram de se unir para iniciar uma guerra devido a essa estratégia de oposição à China.
Além de oposição à China, EUA estão dispostos a usar a força para defender Taiwan
Nesta manhã (23), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou que o governo dos EUA empregaria força militar para defender Taiwan se a ilha fosse atacada pela China. Logo depois, sua equipe tentou voltar atrás e disse que a política americana para a ilha não mudou.
“Como o presidente disse, nossa política não mudou”, afirmou a Casa Branca em comunicado enviado às pressas aos repórteres. “Ele reiterou nossa política de Uma China e nosso compromisso com a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan. Ele também reiterou nosso compromisso sob a Lei de Relações de Taiwan de fornecer a Taiwan os meios militares para se defender”.
A fala de Biden ocorreu em uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, onde o presidente dos EUA sugeriu estar disposto a ir mais longe para ajudar Taiwan do que no caso da Ucrânia. No caso do país europeu, o governo dos EUA já destinou bilhões de dólares em armas, bem como assistência de inteligência para ajudar a derrotar o exército russo, mas não aceitou enviar tropas norte-americanas para participarem de um confronto direto com a Rússia.
Os comentários de Biden foram além de simplesmente reiterar que os Estados Unidos forneceriam armas a Taiwan, porque a pergunta foi feita por um repórter em contraste com o que ele havia feito com a Ucrânia. O presidente disse: “a ideia de que se pode tirar à força, apenas tirar à força, simplesmente não é apropriado. Isso abalaria toda a região e seria mais uma ação semelhante ao que aconteceu na Ucrânia. E por isso é um peso ainda mais forte”.
A fala de Biden surpreendeu os membros de seu próprio governo que assistiam à entrevista coletiva e que não esperavam que ele prometesse esse tipo de compromisso, sem esclarecer condições.
Historicamente, os EUA fazem alertas à China contra o uso da força contra Taiwan, no entanto, permanecem vagos sobre até que ponto ajudaria a ilha em tal circunstância.
Redação ICL Economia
Com informações das agências