A Vale registrou lucro líquido de US$ 2,76 bilhões (cerca de R$ 15,65 bilhões) no segundo trimestre, resultado 210% maior que no mesmo período de 2023. Na comparação com o 1º trimestre, o lucro cresceu 65%. Os dados foram divulgados ontem (25), após o fechamento do mercado financeiro.
A receita líquida somou R$ 51,7 bilhões, alta de 8,3% na mesma base de comparação.
A mineradora é uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo. O resultado foi acima da expectativa de analistas consultados pela LSEG, que esperavam lucro de US$ 1,7 bilhão.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado da companhia somou US$ 3,99 bilhões de abril a junho, enquanto os analistas estimavam US$ 4,06 bilhões.
Com base nos resultados do período, o conselho de administração da Vale aprovou o pagamento de R$ 8,9 bilhões em juros sobre capital próprio aos acionistas, o que representa R$ 2,0937 por ação.
A remuneração a acionistas da B3 será em 4 de setembro, com data de corte em 2 de agosto. Para acionistas detentores de recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) negociados na Bolsa de Nova York, o pagamento será a partir de 11 de setembro.
As ações da Vale fecharam em alta de 0,28% no pregão regular da B3 e subiram 0,93% no after market de hoje.
Produção de minério de ferro da Vale sobe 2,4% no 2º trimestre
A produção de minério de ferro da Vale subiu 2,4% entre abril e junho ante o mesmo período de 2023. Com isso, a empresa espera atingir limite superior de sua meta para 2024, de 320 milhões de toneladas.
No período, a Vale produziu 80,598 milhões de toneladas de minério de ferro, enquanto as vendas da commodity subiram 7,3%, para 79,792 milhões de toneladas.
“O desempenho deste trimestre reforça a nossa confiança em atingir o limite superior de guidance de produção para 2024”, informou, em nota, a empresa.
O preço médio realizado de finos de minério de ferro no segundo trimestre foi de US$ 98,2 por tonelada, quase estável ante os US$ 98,5 no mesmo período de 2023, em grande parte afetado por menores preços da commodity e menores prêmios de qualidade.
A receita líquida de vendas no segundo trimestre somou US$ 9,9 bilhões, alta de 3% na comparação anual.
O custo caixa C1 da Vale (custo de produção da mina ao porto), excluindo compras de terceiros, atingiu US$ 24,9 por tonelada no segundo trimestre, alta de 6% ante o mesmo período de 2023.
A dívida líquida expandida somou US$ 14,7 bilhões, dentro da meta da Vale que permanece no intervalo entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões.
Tragédias ambientais e turbulência na mudança de gestão
A Vale ainda está lidando com as consequências do desastre da represa de rejeitos de 2015 na Samarco, uma joint venture de minério de ferro com o BHP Group. A empresa esperava chegar a um acordo no fim no mês passado, mas as negociações com as autoridades brasileiras ainda estão em andamento.
A Vale também foi responsável pelo maior desastre ambiental da história do país, em Brumadinho (MG). O rompimento de barragem da mineradora matou 272 pessoas e causou danos ambientais a 26 municípios de Minas Gerais. O acordo judicial levou mais de cinco anos para reparar as vítimas.
A Vale também tem enfrentado uma turbulenta mudança de liderança, com o CEO Eduardo Bartolomeo mantendo o cargo até dezembro, enquanto a busca por um sucessor continua. O próximo CEO será escolhido a partir de três nomes pré-selecionados que serão apresentados por uma empresa de consultoria até o final de setembro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e de O Globo