Índices futuros operam mistos, com ata do Fed e revisão de dados do mercado de trabalho dos EUA no radar

A divulgação da revisão anual das folhas de pagamento dos EUA pelo Escritório de Estatísticas Trabalhistas (BLS) pode apontar para a necessidade de cortes mais robustos nos juros pelo Fed na reunião de setembro.
21 de agosto de 2024

Os índices futuros dos EUA operam sem direção única, nesta manhã de quarta-feira (21). Com a agenda de indicadores macroeconômicos esvaziada, os agentes aguardam a divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Também está na agenda a divulgação das revisões dos dados do mercado de trabalho norte-americano.

A divulgação da revisão anual das folhas de pagamento dos EUA pelo Escritório de Estatísticas Trabalhistas (BLS) pode apontar para a necessidade de cortes mais robustos nos juros pelo Fed na reunião de setembro. Por ora, a maioria dos agentes aposta em um corte de 0,25 ponto percentual.

O Goldman Sachs e o Wells Fargo esperam que as revisões preliminares mostrem que o crescimento das folhas de pagamento no ano até março foi pelo menos 600 mil mais fraco do que o estimado atualmente.

Em outra frente, traders de títulos de dívida dos EUA assumiram um nível recorde de risco ao apostarem alto na recuperação do mercado de treasuries, uma perspectiva alimentada pelas expectativas de que o Federal Reserve embarcará em seu primeiro corte de juros em mais de quatro anos.

Amanhã (22), começa o Simpósio Econômico de Jackson Hole, Wyoming, que reunirá representantes de bancos centrais de todo o mundo, com a participação de Jerome Powell, presidente do Fed, na sexta-feira (23). O discurso dele é muito aguardado.

Por aqui, em reunião entre os presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados e do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro da Casa Civil, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, realizada na Presidência do Supremo Tribunal Federal ontem, com a presença de todos os ministros da Corte, firmou-se o consenso de que as emendas parlamentares deverão respeitar critérios de transparência, rastreabilidade e correção.

Brasil

O Ibovespa manteve ontem (20) a trajetória positiva, indo na contramão das bolsas pelo mundo, que fazem correção de rota. O principal indicador da Bolsa brasileira subiu 0,23%, registrando nova máxima aos 136.087,41 pontos, superando, portanto, os 135.777,98 pontos de anteontem (19).

Por aqui, as ações continuam se beneficiando da perspectiva de corte das taxas de juros nos Estados Unidos na reunião de setembro. Juros menores por lá significa mais dinheiro circulando por outros países, como o Brasil.

Com a agenda de indicadores esvaziada, os destaques do dia foram mais na esfera política. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apontou uma melhora no cenário externo, dada a expectativa de início de cortes de juros nos EUA.

Na contramão da desvalorização dos últimos dias, o dólar teve alta de 1,35%, cotado a R$ 5,48.

Europa

As bolsas europeias operam ligeiramente em alta, recuperando-se cautelosamente após interromper uma longa sequência de vitórias na véspera, com foco voltado para ata do Fed nos EUA.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,05%
DAX (Alemanha): +0,26%
CAC 40 (França): +0,32%
FTSE MIB (Itália): +0,27%
STOXX 600: +0,17%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam mistos hoje, com os investidores aguardando a divulgação da ata da última reunião do Fed e a revisão dos dados do mercado de trabalho, que poderão dar mais subsídios para o esperado corte nas taxas de juros dos EUA na reunião do Fed em setembro. De acordo com a ferramenta FedWatch da CME, a probabilidade é de 67,5% para um corte de 25 pontos-base e 32,5% para 50 pontos-base.

Dow Jones Futuro: +0,08%
S&P 500 Futuro: +0,03%
Nasdaq Futuro: -0,02%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em baixa, repercutindo os indicadores de Wall Street ontem, que interromperam uma sequência de altas.

O Japão divulgou que suas exportações aumentaram 10,3% ano a ano e as importações cresceram 16,6%. Com as exportações abaixo do esperado por analistas e as importações aumentando mais do que o esperado, o Japão teve um déficit comercial de 621,84 bilhões de ienes (US$ 4,28 bilhões), um valor maior do que os 330,7 bilhões de ienes esperados pelos economistas.

Shanghai SE (China), -0,35%
Nikkei (Japão): -0,29%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,69%
Kospi (Coreia do Sul): +0,17%
ASX 200 (Austrália): +0,16%

Petróleo

Os preços do petróleo operam perto da estabilidade, devido a um aumento nos estoques de petróleo bruto dos EUA e expectativas de que as tensões no Oriente Médio estão diminuindo após uma visita de mediadores à região.

Petróleo WTI, -0,10%, a US$ 73,10 o barril
Petróleo Brent, +0,03%, a US$ 77,22 o barril

Agenda

Nos EUA, o destaque é a divulgação da ata da última reunião do Fed.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o Senado aprovou ontem projeto que prevê a retirada gradual da desoneração da folha de pagamentos de setores da economia e alguns municípios e também aponta fontes de recursos para servirem de compensação para o período de vigência do benefício. Não há indicadores previstos na agenda de hoje.

Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg

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