Índices futuros dos EUA sobem nesta 6ª; discurso de Powell em Jackson Hole é destaque do dia

Na Ásia, o iene se fortaleceu em relação ao dólar após comentários do governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, de que pode elevar os juros se necessário.
23 de agosto de 2024

Os índices futuros dos EUA operam com leve alta, nesta manhã de sexta-feira (23), com os investidores à espera do discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, Wyoming.

A fala de Powell pode sedimentar ou não o sentimento de que haverá corte nos juros na reunião de setembro do Fed.

De acordo com a ferramenta CME Fed Watch, a expectativa maior é de corte de 0,25 ponto percentual (75% de probabilidade). A previsão se tornou um pouco mais forte hoje (ontem, era de 62% de chance), após novos dados econômicos dos Estados Unidos. As apostas por um corte maior (de 0,50 p.p.), que se elevaram nos próximos dias, se acomodaram em 25% de chances na ferramenta do CME.

O recuo tem relação com os dados do mercado de trabalho divulgados ontem, que reforçaram o argumento de que há um esfriamento do mercado de trabalho norte-americano.

Em outra frente, a vice-presidente Kamala Harris aceitou formalmente a indicação de seu partido no último dia da Convenção Nacional Democrata. Harris alertou eleitores sobre um possível risco à democracia caso Donald Trump seja eleito e pregou união entre o povo americano.

A democrata prometeu reduzir o custo de vida, cortar impostos para a classe média, tornar a moradia mais acessível para os americanos, aprovar a lei de fronteira, assegurar que os EUA tenham a mais poderosa força militar, que o país lidere nas questões do século 21, como espaço e inteligência artificial.

Na Ásia, o iene se fortaleceu em relação ao dólar após comentários do governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda. Em respostas aos legisladores, Ueda sinalizou que o banco central japonês ainda está no caminho para aumentar as taxas de juros, desde que a inflação e os dados econômicos continuem em linha com suas previsões.

As falas de Ueda no parlamento colocaram fim à especulação de que o BC japonês poderia recuar em elevar juros novamente devido à turbulência registrada.

Por aqui, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto estará presente no simpósio de Jackson Hole, mas não deve discursar nesta sexta-feira, apenas amanhã (24), último dia do evento.

Brasil

O Ibovespa reverteu ontem (22) o movimento de bonança recente, quando o indicador renovou as máximas por três dias seguidos.

O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,95%, aos 135.173,39 pontos, uma perda de 1.290,26 pontos. Foi a maior desde o fechamento de 2 de agosto último, quando encerrou 1,21% negativo. Ainda assim, ao longo do mês, o Ibovespa soma três dias de perdas e 11 de ganhos.

Os negócios ontem foram influenciados por novos dados nos EUA e pela precaução dos investidores, que aguardam a fala do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense), Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, que reúne a nata do mercado financeiro mundial.

Por sua vez, o dólar comercial teve alta de 2,02%, a R$ 5,59, a maior desde os 2,09% de 3 de outubro de 2023.

Europa

As bolsas europeias operam no campo positivo também, enquanto investidores aguardam as falas do presidente do Fed (o BC dos EUA), Jerome Powell, e do governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, no simpósio de Jackson Hole.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,20%
DAX (Alemanha): +0,38%
CAC 40 (França): +0,25%
FTSE MIB (Itália): +0,72%
STOXX 600: +0,13%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã, após os pedidos de seguro-desemprego, divulgados ontem (22), mostrarem que o mercado de trabalho está desacelerando gradualmente — em vez de desacelerar rapidamente em meio a juros elevados. Já a atividade industrial encolheu no ritmo mais rápido este ano. As vendas de casas usadas também aumentaram pela primeira vez em cinco meses.

Dow Jones Futuro: +0,25%
S&P 500 Futuro: +0,38%
Nasdaq Futuro: +0,61%

Ásia

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, com investidores repercutindo falas do governador do Banco do Japão, de que pode subir os juros se houver pressões inflacionárias. Dados divulgados recentemente mostraram que a inflação básica do Japão acelerou pelo terceiro mês consecutivo, para 2,7% em julho.

Os traders ainda atribuem uma chance muito baixa de um aumento nos juros em outubro, mas um movimento em dezembro agora está precificado em 70%.

Shanghai SE (China), +0,20%
Nikkei (Japão): +0,40%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,16%
Kospi (Coreia do Sul): -0,22%
ASX 200 (Austrália): -0,04%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com ganhos, mas caminham para terminar a semana em baixa, uma vez que as revisões para baixo dos dados de emprego dos EUA aumentaram as preocupações com a demanda. As negociações de cessar-fogo em Gaza, por sua vez, aliviaram as preocupações sobre interrupções no fornecimento da commodity.

Petróleo WTI, +0,63%, a US$ 73,47 o barril
Petróleo Brent, +0,61%, a US$ 77,69 o barril

Agenda

O destaque do dia é o discurso de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole, nos EUA.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo Lula enviará ao Congresso na próxima semana um projeto de lei com ajustes em regras da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e de Juros sobre Capital Próprio (JCP). Em entrevista à imprensa, Haddad ponderou que a aprovação dessas iniciativas arrecadatórias apenas será necessária se medidas de compensação da desoneração salarial de setores da economia não gerarem receitas suficientes para neutralizar o efeito fiscal do benefício nos próximos anos. Haddad disse ainda que o projeto de reforma do Imposto de Renda deve ser enviado ao Congresso neste ano, prevendo que as discussões sobre o tema no governo estarão maduras em até 60 dias. Ele enfatizou que a medida não será arrecadatória, buscando efeito neutro nas receitas. Na agenda de hoje, a divulgação do IPC-S.

Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg

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