A GM, uma das empresas mundiais mais importantes do setor automotivo, anunciou ontem (4) um investimento de R$ 5,5 bilhões para modernização de suas fábricas em São Paulo para desenvolver o primeiro veículo híbrido flex da marca no mundo.
As fábricas do grupo norte-americano ficam em São Caetano do Sul e em São José dos Campos. Além disso, a multinacional também tem um polo de componentes em Mogi das Cruzes.
Desde o ano passado, o setor automotivo vive um boom de investimentos no país, motivado principalmente pelos bons números da economia e pelos programas de incentivo do governo Lula 3, como o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover).
O Mover mobilizou R$ 130 bilhões de investimentos da iniciativa privada, segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
O investimento da GM trará novas tecnologias para as unidades fabris, que devem abrigar o modelo híbrido flex anunciado.
A GM não divulgou, no entanto, as especificações do lançamento, que está previsto para 2025. O que se sabe é que a marca adotará o sistema flex tanto para modelos híbridos leves (MHEV) como para o híbrido plug-in (PHEV).
Os R$ 5,5 bilhões em investimentos encaminhados para São Paulo fazem parte do pacote de R$ 7 bilhões anunciado pela montadora em janeiro deste ano, para todas as cinco fábricas no Brasil.
Meses antes, a empresa havia realizado um programa de demissão voluntária para mais de 1 mil funcionários no estado.
Setor automotivo exerce papel importante para o avanço da indústria no país
A cadeia automotiva tem sido muito importante para impulsionar os bons números do segmento no país.
As atividades da indústria dirigidas para a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias exerceram papel fundamental para os resultados apurados do desempenho geral da indústria, ao crescer 12% em julho deste ano em comparação a julho do ano passado.
“Os automóveis foram determinantes para esse resultado. As autopeças, em menor grau, mas também ajudaram o setor”, disse o gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada ontem (04) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), André Macedo.
Segundo Macedo, o desempenho negativo da produção industrial em julho, que recuou 1,4%, ocorre após um intenso crescimento verificado em junho, quando a produção cresceu 4,3%, sendo influenciada pelo retorno à produção de unidades produtivas que foram, direta ou indiretamente, afetadas pelas chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul em maio.
Indústrias automotivas como Scania e Volks, afetadas pela falta de componentes vindos de fábricas do Rio Grande do Sul, chegaram a conceder férias coletivas.
“Grande parte do recuo registrado neste mês tem resultado com o avanço visto no mês anterior, mas também se observa que importantes plantas industriais realizaram paralisações, mesmo assim estamos numa trajetória ascendente”, afirmou.
Outro dado positivo divulgado pelo IBGE, na terça-feira (3), foi o avanço de 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre, superando as expectativas de analistas. A indústria e o setor de serviços foram fundamentais para o resultado positivo.
Abaixo, os resultados do PIB dos países do G20 (fórum internacional que reúne as 19 economias mais ricas do mundo, mais União Europeia e União Africana) no segundo trimestre de 2024:
Indonésia: 3,8%;
Índia: 1,9%;
Brasil: 1,4%;
Arábia Saudita: 1,4%;
Japão: 0,8%;
Estados Unidos: 0,7%:
China: 0,7%;
Reino Unido: 0,6%;
Canadá: 0,5%;
África do Sul: 0,4%;
União Europeia: 0,3%;
Itália: 0,2%;
França: 0,2%;
México: 0,2%;
Turquia: 0,1%;
Alemanha: -0,1%;
Coreia do Sul: -0,2%
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Agência Brasil