Mercados mundiais operam mistos, com agentes monitorando conflito no Oriente Médio e à espera do payroll

Por aqui, saem hoje os dados da balança comercial de setembro, com projeção de superávit de US$ 4,7 bilhões.
4 de outubro de 2024

Os investidores vão continuar monitorando, nesta sexta-feira (4), os impactos do conflito no Oriente Médio no setor de petróleo e o relatório de folha de pagamentos payroll, o mais importante balizador do mercado de trabalho estadunidense. Com esses temas no radar, os mercados mundiais começam em trajetória mista hoje.

A expectativa de investidores é de que a folha de pagamento não-agrícola mostre crescimento de 150 mil vagas. A taxa de desemprego deve se manter estável em 4,2%.

O payroll será o terceiro relatório de emprego divulgado na semana. O Jolts, divulgado na terça (1º) e ADP, na quarta (2), vieram acima do esperado. Ontem (3), novos pedidos de auxílio-desemprego superaram o consenso.

Os dados do mercado de trabalho são um termômetro da saúde da economia norte-americana e impactam na decisão da política monetária conduzida pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos).

Hoje, segundo a ferramenta CME FedWatch, a probabilidade de uma queda de 0,25 pontos-base na taxa de juros é vista como maior, com mais de 60% das apostas, na próxima decisão do Fed, marcada para novembro – logo após as eleições presidenciais.

Ontem, chegou ao fim um assunto que vinha trazendo preocupações nos EUA: a greve nos portos. Os estivadores decidiram encerrar a paralisação após um acordo provisório sobre salários entre a Aliança Marítima dos EUA e a Associação Internacional dos Estivadores. As partes também concordaram em estender o contrato vigente até janeiro, permitindo mais tempo para novas negociações.

Por aqui, saem hoje os dados da balança comercial de setembro, com projeção de superávit de US$ 4,7 bilhões.

Brasil

Ibovespa teve na quinta-feira (3) a primeira queda no mês de outubro. Depois do otimismo de ontem (2) gerado pela elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s, o principal indicador da Bolsa brasileira caiu 1,38%, aos 131.671,51 pontos, uma baixa de 1.843,43 pontos. Foi a maior perda do índice desde 20 de setembro, quando caiu 1,55%.

Os agentes repercutiram por aqui o aumento da tensão no Oriente Médio e seus impactos nos preços do petróleo, a exemplo dos mercados globais. Os indicadores de Nova York, por exemplo, fecharam com baixa generalizada.

Das notícias internas, o Tesouro Nacional anunciou ontem que o governo central teve déficit de R$ 100 bilhões de janeiro a agosto deste ano. No mesmo período do ano passado, foi registrado rombo de R$ 105,88 bilhões.

O dólar comercial também foi afetado pelo pessimismo geral e subiu 0,54%, a R$ 5,47.

Europa

As bolsas europeias abriram o dia majoritariamente em alta. Entre os destaques da região, está a queda de 8% nos papéis da Moller-Maersk, companhia de transporte marítimo, que acabou impactando os mercados da região ontem. Porém, as perdas foram reduzidas após acordo provisório para fim da greve dos estivadores nos Estados Unidos e a Aliança Marítima.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,21%
DAX (Alemanha): +0,03%
CAC 40 (França): +0,38%
FTSE MIB (Itália): +0,68%
STOXX 600: +0,19%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA começam a sexta-feira mistos, após acordo provisório para o fim da greve dos portos nos EUA. O anúncio foi anterior ao fechamento da sessão, marcada por perdas nos indicadores. Após início instável em outubro, os índices podem encerrar sequência de três semanas de ganhos nesta sexta.

Dow Jones Futuro: -0,03%
S&P 500 Futuro: +0,06%
Nasdaq Futuro: +0,13%

Ásia

As bolsas da Ásia-Pacífico encerraram a sessão mistos, refletindo tanto perdas de Wall Street quanto tensões no Oriente Médio. Investidores também seguiam cautelosos antes da divulgação do payroll. Os mercados chineses seguem fechados pelo feriado da Semana Dourada e reabrirão em 8 de outubro.

Shanghai SE (China), fechado devido a feriado
Nikkei (Japão): +0,22%
Hang Seng Index (Hong Kong): +2,82%
Kospi (Coreia do Sul), +0,31
ASX 200 (Austrália): -0,67%

Petróleo

Os preços do petróleo iniciam o dia em alta, pós fecharem com avanço de mais de 5% ontem diante de preocupações de que o conflito regional crescente no Oriente Médio poderia interromper fluxos globais de petróleo.

Petróleo WTI, +0,83%, a US$ 74,32 o barril
Petróleo Brent, +0,84%, a US$ 78,29 o barril

Agenda

O destaque de hoje nos EUA é o relatório payroll, com projeção de criação de mais 140 mil vagas em setembro. Já para a taxa de desemprego, a estimativa é de 4,2%.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou restrições a meios de pagamento para apostas on-line, que podem incluir o cartão do Bolsa Família. Em entrevista após reunião no Palácio do Planalto sobre as chamadas bets, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse que o governo apresentará um mecanismo próprio para evitar o uso do cartão do benefício social para os pagamentos de apostas. Na seara de dados macroeconômicos, sai o resultado da balança comercial de setembro, com projeção de superávit de US$ 4,7 bilhões.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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