Índices futuros caem em dia de divulgação da ata do Fomc; IPCA é destaque no Brasil

O consenso do mercado, projetado pela Reuters, aponta para uma alta de 0,46% na comparação mensal e de 4,43% na anual.
9 de outubro de 2024

Os índices futuros dos Estados Unidos abriram a quarta-feira (9) em baixa, com os investidores à espera da ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, banco central estadunidense) e os sinais que o documento pode trazer sobre os próximos passos da política monetária no país, após a autoridade monetária ter reduzido as taxas de juros em 0,50 ponto percentual.

A ata do Fomc é divulgada após uma rodada de dados de emprego nos EUA, com números acima do projetado, mostrando que a economia americana segue aquecida. A ata será divulgada antes da publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de setembro, nesta quinta (10).

Enquanto isso, na Europa as bolsas operam mistas, do mesmo modo como fecharam os mercados asiáticos.

Na Ásia, as bolsas chinesas reagem negativamente à ausência de mais informações sobre os estímulos extras à economia divulgados por Pequim. O pessimismo afetou também as negociações do minério de ferro, que fechou em queda, afetando inclusive mineradoras no Brasil.

Por aqui, o destaque é a divulgação da inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O consenso do mercado, projetado pela Reuters, aponta para uma alta de 0,46% na comparação mensal e de 4,43% na anual.

O indicador é especialmente relevante quando se considera a direção da política monetária brasileira, que entrou em ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, desde a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.

Além do IPCA, a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulga a primeira prévia do IGP-M de outubro.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (8) com queda de 0,38%, aos 131.511,73 pontos, uma perda de 506,11 pontos.

Mas a queda do indicador nada tem a ver com a aprovação, pelo Senado, da indicação do economista Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central de janeiro de 2025 a dezembro de 2028, no lugar de Roberto Campos Neto, cujo mandato termina este ano.

Enquanto tudo corria bem na sabatina de Galípolo, no exterior a preocupação dominou os negócios. Na volta de um longo feriado, a China não trouxe notícias alvissareiras. Pacotes de estímulos anunciados vieram aquém do esperado.

Isso levou alguns investidores a desfazerem posições compradas em minério de ferro para garantir lucros, já que as expectativas com a China não corresponderam às expectativas.

O dólar comercial subiu 0,86%, cotado a R$ 5,53.

Europa

As bolsas asiáticas operam mistas nesta quarta-feira, em reação ao sentimento na China, que teve sessão marcada por volatilidade.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,44%
DAX (Alemanha): -0,05%
CAC 40 (França): +0,19%
FTSE MIB (Itália): -0,04%
STOXX 600: +0,2%

Estados Unidos

Os futuros recuam ligeiramente hoje, após sessão forte ontem, com as ações de tecnologia superando o desempenho geral, e os preços do petróleo recuando de suas máximas.

Hoje, os investidores aguardam a divulgação da ata do Fomc e os sinais que o documento vai emitir sobre a política monetária estadunidense.

Dow Jones Futuro: -0,19%
S&P 500 Futuro: -0,21%
Nasdaq Futuro: -0,29%

Ásia

As bolsas asiáticas encerraram a sessão mistas, com destaque para a queda das bolsas chinesas, onde os investidores permanecem à espera de mais detalhes sobre o anúncio de mais estímulos à economia chinesa.

Alguns analistas consideram que a China não correspondeu às expectativas de revelar medidas de estímulo mais vigorosas em uma coletiva de imprensa.

Shanghai SE (China), -6,62%
Nikkei (Japão): +0,87%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,47%
Kospi (Coreia do Sul), fechado devido a feriado
ASX 200 (Austrália): +0,13%

Petróleo

Os preços do petróleo sobem nas primeiras negociações desta quarta-feira. Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda ontem (8), rompendo o ciclo de alta dos últimos pregões. Os preços da commodity foram limitados por notícia de que o Hezbollah buscaria um cessar-fogo para o conflito no Oriente Médio e também pelo aumento da produção do óleo na Líbia, que havia suspendido as atividades.

Petróleo WTI, +0,34%, a US$ 73,79 o barril
Petróleo Brent, +0,43%, a US$ 77,48 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, será divulgada a ata do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária sobre o consumo avançou mais uma casa no Senado e teve seu relator, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), oficialmente designado ontem, passado o primeiro turno das eleições municipais. Com a formalização de um relator, o projeto que aguarda deliberação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado poderá agora avançar na sua tramitação, ter um parecer e ser votado na comissão. A expectativa era que passada a primeira fase das eleições, senadores se debruçassem sobre a proposta. Mas ainda não há uma estimativa de prazo para sua votação. Segundo assessoria do relator, ele deve apresentar um plano de trabalho na quarta-feira da próxima semana. Na seara de indicadores, saem hoje a primeira prévia do IGP-M de outubro, pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), destaque do dia, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e Bloomberg

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