A indústria de transformação brasileira apresentou um salto significativo no cenário global, alcançando a 40ª posição no ranking mundial de crescimento da produção, conforme relatório do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). A informação foi obtida pelo Estadão/Broadcast. O Brasil, que ocupava a 70ª posição em 2023, avançou 30 colocações em um ranking que inclui 116 países, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido).
No segundo trimestre de 2024, a produção industrial do Brasil cresceu 2,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Segundo Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi, esse desempenho positivo é resultado de um conjunto de fatores, entre eles, o impacto defasado da redução da taxa básica de juros (Selic), que facilitou o acesso ao crédito, especialmente para o consumo de bens duráveis.
“A indústria de bens duráveis é a principal responsável por esse dinamismo. Além disso, houve fatores como a criação de empregos com melhores salários, o aumento do rendimento real, a acomodação da inflação e programas públicos como o reajuste do salário mínimo e a ampliação do Bolsa Família”, explicou Cagnin.
O ciclo de queda da Selic, iniciado em agosto de 2023, teve um papel fundamental nesse cenário. A taxa passou de 13,75% para 13,25% e, ao final de maio de 2024, estava em 10,50%. Essa redução impulsionou o consumo e a produção industrial, mesmo com o recente aumento para 10,75% em setembro, já fora do período analisado.
Políticas públicas e financiamento impulsionam a indústria
Cagnin destacou, ainda, outras iniciativas que contribuíram para o bom desempenho industrial do Brasil. Entre elas, a sinalização de políticas estruturantes, como o retorno dos financiamentos de longo prazo para investimentos por meio do BNDES e a redução de impostos para veículos. Esses fatores, combinados, ajudaram a injetar demanda na economia e fortaleceram o setor produtivo.
No acumulado do primeiro semestre de 2024, a indústria de transformação brasileira cresceu 2,3%, enquanto o crescimento global foi de 2,0%, segundo o Iedi. O economista também enfatizou que o crescimento da indústria tende a gerar um “encadeamento positivo” em vários setores, contribuindo para uma recuperação mais ampla da economia nacional. Os resultados foram comemorados pelo presidente Lula:
Do Brasil 247