Há muitas coisas acontecendo por aqui e no exterior. Se vivêssemos em tempos normais, era para ser comemorado o fato de o Brasil ter registrado uma taxa de desocupação de 6,4% no trimestre encerrado em setembro. É a segunda menor taxa de desemprego da série histórica da Pnad Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 2012. Porém, não houve comemoração.
O mês de outubro terminou, nesta quinta-feira (31), com clima de apreensão. O Ibovespa encerrou o último dia do mês com queda de 0,71%, aos 129.713,33 pontos, uma perda de 926,00 pontos. Com isso, outubro terminou negativo em 1,60%. É o sexto mês negativo de 2024. Os outros foram janeiro, março, abril, maio e setembro.
Nos EUA, foi divulgado o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), o favorito do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) para balizar a política monetária. O indicador acelerou 0,3% em setembro ante agosto, após ter avançado 0,2% no mês anterior. Já o núcleo em 12 meses avançou para 2,7% no mês passado, ante os 2,6% observados em agosto, com a projeção do consenso LSEG também de alta de 2,6%, ou seja, ainda acima da meta de 2% do Fed.
Na semana que vem, o Fed faz sua reunião para definir o futuro dos juros. Resta saber agora como os últimos dados macroeconômicos – do mercado de trabalho e inflação – vão influenciar a decisão. Lembrando que, nesta sexta-feira (1º), será divulgado o payroll (relatório de folha de pagamentos).
Fora isso, tem a temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre, com destaque para as big techs.
Por aqui, os balanços também seguem no radar. O mais importante do dia foi do Bradesco (BBDC4). O banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,225 bilhões no terceiro trimestre deste ano, resultado 13,1% maior que o do mesmo intervalo do ano passado, e 10,8% superior ao do segundo trimestre deste ano. Ainda assim, decepcionou os agentes.
A ação da instituição fechou com baixa ampla de 4,39% após a divulgação dos dados. Na esteira, as outras instituições também caíram: BB (BBAS3) perdeu 0,15%, Itaú Unibanco (ITUB4) desceu 0,65% e Santander (SANB11) cedeu 2,68%.
Dólar
O dólar comercial chega à quinta alta seguida, com mais 0,31%, cotado a R$ 5,78; e os DIs voltam a acelerar por toda a curva, com os títulos para 28 e 29 se aproximando dos 13%.
Mercado externo
Os ativos de Nova York reagiram aos balanços da Microsoft, cuja orientação de receita decepcionou e ofuscou uma superação dos lucros trimestrais; e da Meta, que não atingiu as expectativas para o crescimento de usuários e alertou que as despesas de capital aumentarão significativamente em 2025.
O Dow Jones caiu -0,90% no dia e -0,93% na semana; o S&P 500, -1,86% e -0,65%, respectivamente; e o Nasdaq, -2,76% e -0,57%, respectivamente.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias