Nos três últimos dias, investidores de Bitcoin (BTC) saíram de suas posições, avaliadas em US$ 7,3 bilhões, de acordo com dados da casa de análise Glassnode. Alguns dos investidores de BTC compraram as moedas a US$ 69 mil, pico histórico do Bitcoin, e venderam por US$ 18 mil, tendo uma perda de quase 75%. É a maior perda, em dólar, da história do ativo.
A casa de análise disse que cerca de 555 mil BTC foram negociados com preços entre US$ 18 mil e US$ 23 mil, fortes níveis de suporte e de resistência para o ativo nos últimos dias. Dados mostram que as perdas ficaram entre US$ 1,3 bilhão e US$ 2 bilhões por dia.
Detentores de longo prazo ou aqueles que tinham BTC há mais de 155 dias liquidaram mais de 178 mil BTC com preços menores do que US$ 23 mil. No entanto, essas liquidações foram apenas 1,31% do total.
As liquidações podem ter contribuído para a queda abaixo de US$ 20 mil do Bitcoin no fim de semana, em 18 e 19 de junho. O BTC chegou a US$ 18.319 e sua capitalização do mercado despencou para cerca de US$ 350 bilhões, uma queda de 73% do pico registrado em novembro.
Segundo o economista e sócio-fundador do ICL, Eduardo Moreira, com o aumento recente da taxa de juro nos Estados Unidos, no Banco Central Europeu, no Brasil, os investidores que buscam dinheiro fácil começaram a se retirar das criptomoedas. Com isso, novamente, veio o efeito manada do preço do bitcoin. Já ocorreram outros movimentos de saída do ativo recentemente. “Quando o primeiro começa a tirar o seu dinheiro, há um círculo vicioso que, cada vez mais, alimenta o estouro dessa bolha”, explica.
Mundo está atento aos investidores de Bitcoin e atividades de mineração por conta de alto consumo de energia
No Brasil, o projeto que regula o mercado de criptomoedas (PL 2303/2015), conhecido como “Lei Bitcoin”, foi aprovado pela Câmara dos Deputados e encaminhado para ser apreciado pelo Senado, com a numeração alterada para PL 4401/2021. Os senadores aprovaram o projeto, com mudanças no texto vindo da Câmara. Com isso, o PL agora deve ser novamente apreciado pelos deputados.
Uma das preocupações na Lei Bitcoin é em relação ao consumo energético. Segundo a avaliação do economista do ICL Economia André Campedelli uma possível concessão de isenção às chamadas fazendas de mineração de criptomoedas no Brasil poderia acarretar um aumento substancial do consumo energético no País.
“A mineração mundial de criptomoedas atualmente consome a mesma quantidade de energia do que a utilizada no território argentino. Isso gera um enorme impacto ambiental, com aumento da emissão de CO2, além de poder acarretar num aumento substancial do consumo energético no Brasil”, explica André Campedelli.
No Irã, o governo concedeu mais de 1.000 licenças de mineração de criptomoedas a várias empresas desde que autorizou a mineração como uma atividade econômica. Agora, as autoridades do Irã anunciaram que os mineradores de criptomoedas que operam no país terão a eletricidade cortada, pois a demanda ultrapassou 60.000 megawatts. O governo quer garantir que os cidadãos tenham eletricidade.
Além das operações licenciadas, o país tem um grande número de mineradores de criptomoedas não licenciados que estão colocando pressão adicional na rede nacional. Em vários períodos, o governo tentou reprimir esses mineradores sem muito sucesso.
No ano passado, o governo iraniano proibiu a mineração de criptomoedas para economizar energia no país. Foi registrado que as mineradoras ilegais consumiram cerca de 600 megawatts da fonte de energia naquela época.
O Irã vem lidando com a mineração ilegal há muito tempo. Em 2019, o governo autorizou as mineradoras de criptomoedas no Irã. No início do ano de 2020, cerca de 1.000 empresas foram autorizadas. No entanto, algumas mineradoras ilegais começaram a usar o abastecimento de energia doméstico para minerar criptomoedas.
Em 2021, o ministro iraniano alertou os mineradores ilegais sobre multas pesadas pelos danos causados aos recursos de eletricidade do país. A mineração de criptomoedas aumentou os problemas para a indústria elétrica do Irã e seus recursos, que já sofrem com problemas climáticos como seca e escassez de chuva. O país então decidiu reprimir a atividade de mineração ilegal, apreendendo equipamentos de mineração de criptomoedas.
O Irã tomou medidas para fechar fazendas de mineração de criptomoedas ilegais, desconectando-as da rede elétrica nacional e processando os mineradores. Também impôs uma proibição em seus centros licenciados de mineração de criptomoedas em dezembro de 2021 devido a medidas de economia de energia.
Tais políticas tiveram um impacto na indústria de mineração no Irã. A empresa de análise de blockchain Elliptic estimou em maio do ano passado que 4,5% de toda a mineração de Bitcoin ocorreu no país. Agora, no entanto, caiu para 0,12% em janeiro, de acordo com o Cambridge Centre Alternative Finance (CCAF).
Nos últimos dois anos, as autoridades iranianas fecharam quase 7 mil mineradoras de criptomoedas que operavam sem licença. Desde 2020, quando a administração da rede elétrica nacional começou a culpar a mineração de criptomoedas pela interrupção do fornecimento de eletricidade do Irã, as autoridades locais vêm reprimindo empresas de mineração de criptomoedas.
Da Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias