Os mercados globais operaram em baixa nesta manhã de quinta-feira (23), com os investidores cautelosos diante das perspectivas de recessão nos EUA sinalizadas em fala do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ontem, quando fez sua declaração mais contundente sobre os riscos de contração econômica dos EUA e fez disparar o sentido de alerta dos investidores. Ele reconheceu que uma recessão é “uma possibilidade” e que será “muito desafiador” engendrar um soft landing (pouso suave), o que significa desacelerar a economia de forma gradual enquanto se controla a inflação. Para hoje (23), espera-se que a fala de Powell siga no mesmo sentido.
Brasil
O principal índice da bolsa brasileira teve queda nesta quarta-feira (22), diante das notícias de que o governo estuda elevar o voucher dos caminhoneiros para R$ 1.000. O valor indicado anteriormente era de R$ 400. O Ibovespa fechou em 99.522,32 pontos, com variação de -0,16% em relação a terça (21). Já o dólar avançou frente a moeda brasileira, subindo 0,45%, e encerrou o dia cotado a R$ 5,176 na compra e a R$ 5,177 na venda.
Europa
Os mercados da Europa operam em baixa, nesta manhã, repercutindo os temores de recessão. Nos indicadores da Europa, as estimativas rápidas das leituras do PMI (índice de gerentes de compras) francês e alemão para junho vieram mais fracas do que o esperado, aumentando os temores de recessão. O PMI composto alemão caiu para 52 dos 54,8 de maio. Também na França, a leitura composta ficou em 52,8, abaixo dos 57 de maio.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,81%
DAX (Alemanha), -1,27%
CAC 40 (França), -0,79%
FTSE MIB (Itália), -1,00%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA oscilam de forma leve para baixo e para cima nesta quinta-feira (23). Os investidores aguardam novos dados de pedidos de auxílio-desemprego e a fala de Powell na Câmara dos Representantes.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,02%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,21%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,59%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam sem direção definida, com os investidores continuando a monitorar as preocupações com a recessão. Entre os dados econômicos, Cingapura anunciou que o núcleo da inflação ficou em 3,6% em maio em relação a um ano atrás.
Shanghai SE (China), +1,62%
Nikkei (Japão), +0,08%
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,26%
Kospi (Coreia do Sul), -1,22%
Petróleo
As cotações do petróleo caíram nesta manhã, ampliando as perdas de ontem. Os investidores estão preocupados que os aumentos das taxas de juros nos EUA possam desencadear uma recessão e prejudicar a demanda por combustível.
Petróleo WTI, -2,46%, a US$ 103,57 o barril
Petróleo Brent, -2,23%, a US$ 109,25 o barril
Agenda
Nos EUA, a atenção está voltada novamente para a fala de hoje do presidente do Fed na Câmara dos Represetantes. Entre os indicadores, serão divulgados os pedidos de seguro-desemprego semanal, consenso Refinitiv aponta para 227 mil solicitações; saldo conta corrente trimestral; PMI; e estoques petróleo – EIA semanal.
Por aqui no Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de coletiva de imprensa, às 11h, sobre política monetária, enquanto investidores monitoram o noticiário sobre a Petrobras (PETR3;PETR4) e as discussões sobre a política de preços de combustíveis e sobre o valor do voucher ao diesel.
Depois da reação negativa dos caminhoneiros com a proposta do governo Bolsonaro de criar um “auxílio caminheiro” de R$ 400 por mês, até o fim deste ano, a pressão é para que o repasse seja expandido para até R$ 1 mil por mês. Esse valor, ainda que não está definido, gera um temor fiscal que reflete no mercado.
Nos indicadores econômicos saem hoje o IPC-S semanal e os dados de arrecadação federal de maio.
Redação ICL Economia
Com informações das agências