A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou nesta quarta-feira (27) que vai assinar o documento intitulado “Em Defesa da Democracia e da Justiça”. A elaboração do manifesto pró-democracia é capitaneada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva. Os bancos públicos – Caixa e Banco do Brasil – se posicionaram contra a adesão ao manifesto, mas foram votos vencidos na reunião da Febraban que decidiu, “por maioria”, subscrever o documento
O manifesto dos grandes empresários dos setores industrial e financeiro deve vir a público no dia 11 de agosto em uma cerimônia na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Na ocasião, será apresentada também a nova edição da “Carta aos Brasileiros”, igualmente um manifesto em defesa da democracia, que já reuniu mais 100 mil adesões nas últimas 24 horas.
A presidenta da Academia Brasileira de Letras, Nélida Piñon, e a atriz Fernanda Montenegro, também da ABL, endossam a carta. Além deles, outros banqueiros e ex-banqueiros já assinaram a “Carta aos Brasileiros”. O apoio desses últimos causou a ira do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Ele utilizou argumentos infundados para tentar justificar a perda de apoio do presidente Jair Bolsonaro perante a elite financeira do país.
Isolando o golpismo com manifesto
Tanto a iniciativa dos juristas como a dos empresários são respostas da sociedade civil às ameaças do presidente Jair Bolsonaro à realização das eleições no país e às instituições democráticas. Ele ampliou o tom golpista na semana passada, quando reuniu embaixadores de diversos países para proferir ataques contra o sistema eleitoral – as urnas eletrônicas, em especial.
O presidente também investiu contra ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desde então, as reações em defesa da democracia partem dos mais diversos segmentos. Até mesmo embaixadas estrangeiras emitiram notas para reafirmar a confiança no processo eleitoral brasileiro.