Bolsas em queda nesta segunda-feira (22) refletem temor de aumentos mais agressivos na taxa de juros dos EUA

A partir de quinta-feira (25), dirigentes do banco central americana se reúnem no simpósio econômico anual, em Jackson Hole (Wyoming), para discutirem os próximos passos da política monetária americana
22 de agosto de 2022

Diante do temor de que o Fed (Federal Reserve) mantenha uma postura mais agressiva no aumento da taxa básica de juros dos EUA para controlar a inflação alta, as bolsas internacionais estão operando em queda nesta segunda-feira (22). Mas, enquanto há bolsas em queda do lado ocidental do mundo, os mercados chineses fecharam em alta depois que a China reduziu as taxas de empréstimo de referência.

Um evento importante acontece nos EUA nesta semana. A partir de quinta-feira (25), dirigentes do banco central americano se reúnem no simpósio econômico anual, em Jackson Hole (Wyoming), para discutirem os próximos passos da política monetária do país. Na ocasião, o presidente do Fed, Jerome Powell, fará uma apresentação na sexta-feira (26), segundo dia do evento, e os investidores estão na expectativa de seu discurso, o qual poderá ser um importante termômetro para o mercado.

Outro dado importante na semana será a divulgação do índice de preços de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), referente ao mês de julho, também na sexta-feira.

De seu lado, as bolsas europeias também estão operando no vermelho nesta manhã, como reflexo diante da expectativa de uma política de juros mais agressiva por parte do Fed e, também, do Banco Central Europeu (BCE).

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (19) em queda, em dia que juntou realização de lucros, sinais de inflação forte na Europa e reforço de que o Fed (Federal Reserve) manterá o passo do aperto monetário nos EUA. O principal índice da bolsa brasileira teve queda de 2,04%, a 111.496 pontos, e acumulou baixa de 1,11% na semana – após três semanas de altas consecutivas.

Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores estão bastante cautelosos com a taxa de juros estadunidense, após responsáveis do Banco Central local terem dito que será preciso continuar a aumentá-la para controlar a inflação, enquanto delibera quão rápido e quão alto eles devem subir.

O dólar fechou estável, com leve queda de 0,08%, cotado a R$ 5,168 na compra e na venda. Na semana, porém, a moeda americana avançou 1,87%.

Europa

As bolsas europeias também estão operando no negativo nesta manhã de segunda-feira, diante das preocupações de investidores em relação a uma política de juros mais agressiva por parte do Fed e do Banco Central Europeu (BCE).

Uma recente declaração do presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, de que o BCE deve continuar elevando as taxas de juros, mesmo com os riscos de recessão na Alemanha crescendo, trouxe preocupação a investidores em relação ao futuro da economia da região.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,61%
DAX (Alemanha), -1,94%
CAC 40 (França), -1,62%
FTSE MIB (Itália), -1,70%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA também estão em movimento de queda nesta segunda-feira (22), diante dos temores de uma política de juros mais agressiva do Fed para controlar a inflação americana. Os investidores aguardam com bastante expectativa o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre a inflação, na sexta-feira, durante o simpósio econômico anual do banco central, em Jackson Hole (Wyoming).

Além disso, o euro voltou à paridade com o dólar americano nesta segunda-feira pela primeira vez desde meados de julho, com o ressurgimento dos temores de recessão na zona do euro.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,88%
S&P 500 Futuro (EUA), -1,14%
Nasdaq Futuro (EUA), -1,54%

Ásia

Do outro lado do mundo, os mercados asiáticos, com algumas exceções, encerraram esta segunda-feira em baixa, com o ressurgimento de preocupações com os aumentos agressivos do Fed. Por outro lado, a bolsa de Shangai, da China, subiu depois que o governo chinês cortou suas taxas de empréstimo de referência.

O banco central da China cortou sua taxa de empréstimo de referência de um ano em 5 pontos-base para 3,65%, enquanto sua taxa de cinco anos sofreu corte de 15 pontos-base, para 4,3%.

Shanghai SE (China), +0,61%
Nikkei (Japão), -0,41%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,59%
Kospi (Coreia do Sul), -1,21%

Petróleo

As cotações do petróleo também estão em queda diante dos temores de que a desaceleração econômica global pode prejudicar a demanda por combustível. O recuo de hoje interrompe uma sequência de três altas consecutivas.

Petróleo WTI, -1,43%, a US$ 89,47 o barril
Petróleo Brent, -1,71%, a US$ 95,07 o barril

Agenda

A segunda-feira está esvaziada de indicadores econômicos no exterior, mas, para terça-feira (23), está prevista a divulgação dos índices de gerentes de compras (PMIs). No mesmo dia também saem os números de vendas de imóveis novos, indicador que tem se deteriorado nos últimos meses. Já na quinta-feira (25) sai a segunda estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) americano no segundo trimestre.

Por aqui, no Brasil, no campo político, os holofotes estão voltados para a entrevista do presidente Jair Bolsonaro para o Jornal Nacional, da TV Globo, à noite. Já no campo econômico, o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central ainda de manhã, dará indicações sobre o encaminhamento da política monetária no Brasil. Já à tarde, sai o resultado da balança comercial semanal.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

 

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