Bolsas internacionais operam no vermelho diante da iminência de recessão global e dados negativos da China

Boa parte dos mercados encerrou agosto no negativo e começam setembro dessa forma, com projeções de mais aperto monetário pela frente
1 de setembro de 2022

As bolsas internacionais estão em trajetória de baixa nesta manhã (1º). Os índices futuros dos EUA estão operando no negativo nesta quinta-feira, diante da expectativa de que deve vir mais aperto monetário pela frente para controlar a inflação, que está em patamares recordes em quatro décadas. O mesmo humor também embala os negócios na bolsas europeias, que operam em baixa hoje. Também contribuiu para esse movimento dos mercados a decisão de algumas localidades chinesas, de instituir lockdown para controlar novos casos de Covid-19.

Boa parte dos mercados encerrou agosto no negativo e começam setembro dessa forma, como consequência das previsões de que uma recessão mundial é iminente. Tanto Europa como Estados Unidos estão com seus índices inflacionários se mantendo em níveis altos, o que deve forçar as autoridades monetárias a aumentarem as taxas de juros na tentativa de controlá-las. Assim como dirigentes do Fed (Federal Reserve), representantes do Banco Central Europeu (BCE) sinalizaram nessa mesma direção.

Ontem (31), a presidente do Fed (Federal Reserve) de Cleveland, Loretta Mester, disse que é muito cedo ainda para concluir que a inflação nos EUA já atingiu o pico, numa sinalização de que a autoridade monetária deve mesmo manter o aperto para controlar os preços. Na expectativa de Mester, as taxas de juros devem subir acima de 4% antes que o Fed possa começar a recuar.

Ainda na China, foi divulgado ontem (31) o Índice de Gerentes de Compras (PMI) Caixin industrial, contraindo de 50,4 em julho para 49,5 em agosto.

Brasil

O Ibovespa caiu novamente no pregão de quarta-feira (31), apesar da recuperação das ações da Petrobras. O principal índice da Bolsa brasileira teve queda de 0,82%, a 109.523 pontos.

No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o desemprego ficou em 9,1% em julho. A população ocupada chegou a 98,7 milhões de pessoas, o maior nível da série histórica da pesquisa desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%. Segundo analistas do mercado, os dados do IBGE mostram, no entanto, a fragilidade desse crescimento: o número de trabalhadores informais foi o maior da série, ficando em 39,3 milhões, 559 mil a mais que no trimestre encerrado em abril. A taxa de informalidade ficou em 39,8% da população ocupada.

O dólar subiu 1,73% frente ao real, cotado  a R$ 5,201 na compra e R$ 5,202 na venda.

Europa

Os mercados europeus também operam em baixa após um agosto negativo e com contração da atividade fabril da zona do euro. O PMI recuou para 49,6 em agosto, de 49,8 em julho, e ficou abaixo de uma leitura inicial de 49,7. A região enfrenta uma crise de custo de vida devido aos custos de alimentos e energia, que estão forçando cada vez mais os consumidores a reduzir os gastos.

FTSE 100 (Reino Unido), -1,60%
DAX (Alemanha), -1,67%
CAC 40 (França), -1,47%
FTSE MIB (Itália), -1,45%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã, após terminar o mês agosto no vermelho, devido a preocupações com uma desaceleração econômica e aumento das taxas de juros. Nesta sexta-feira (2), serão divulgados os dados do mercado de trabalho de agosto, que podem dar mais sinais para o Fed determinar a trajetória de juros.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,69%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,89%
Nasdaq Futuro (EUA), -1,31%

Ásia

Os mercados asiáticos também fecharam no negativo após a atividade fabril da China estender os declínios em agosto devido a novas infecções por Covid, a pior onda de calor em décadas e um setor imobiliário em apuros. Juntos, esses dados mostram que o país deve enfrentar dificuldades econômicas pela frente.

O Índice de Gerentes de Compras de manufatura Caixin/Markit da China para agosto, divulgado ontem, mostrou que o setor está entrando em contração este mês. O PMI/Caixin industrial caiu de 50,4 em julho para 49,5 em agosto.

Shanghai SE (China), -0,54%
Nikkei (Japão), -1,53%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,79%
Kospi (Coreia do Sul), -2,28%

Petróleo

Tanto contrato do petróleo tipo WTI quanto o Brent operam em baixa no primeiro pregão de setembro, impactados pelo aumento da oferta e pelas preocupações de que a economia mundial possa desacelerar ainda mais com novas restrições para conter o Covid-19 na China.

Petróleo WTI, -2,42%, a US$ 87,38 o barril
Petróleo Brent, -2,44%, a US$ 93,31 o barril

Agenda

Nos EUA, serão divulgados os dados de pedidos de seguro-desemprego semanal. O consenso Refinitiv aponta para 249 mil solicitações.

Por aqui, no Brasil, o Congresso recebeu ontem (31) o projeto de Orçamento de 2023, que só deve ser apreciado depois das eleições, muito provavelmente em novembro. Na economia, as atenções se voltam para divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre nesta quinta-feira (1). O consenso Refinitiv prevê um crescimento de 0,9%. Além do PIB, a agenda local conta com a divulgação do PMI da indústria e dados da balança comercial.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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