A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (19) corte de 5,8% no preço do diesel vendido por suas refinarias. A partir desta terça (20), o produto sairá, em média, a R$ 4,89 por litro, queda de R$ 0,30 em relação ao preço atual. A última redução havia sido em 12 de agosto, quando o preço do litro caiu de R$ 5,41 para R$ 5,19. Já o ‘pico’ do preço foi atingido em junho, quando o litro chegou R$ 5,61. Desde então, foram três reduções, contando já com a anunciada nesta segunda (19). No ano, no entanto, o diesel ainda acumula alta de 46%. Em relação ao final de 2020, a alta é de 146%.
O diesel está entre os itens que mais pressionam a inflação brasileira. Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vem tentando diminuir os preços dos combustíveis no país. A queda dos preços dos combustíveis é um dos trunfos da campanha do presidente, que teve a imagem desgastada pela escalada inflacionária do primeiro semestre. Para gerar fatos positivos, a Petrobras passou a anunciar cortes quase todas as semanas.
O economista do ICL André Campedelli afirma que a atual queda nos preços já não tem a ver com as medidas eleitoreiras – como a redução do ICMS dos combustíveis – de Bolsonaro, mas que o presidente ainda quer levar os louros por isso. “O mundo está entrando em colapso. Alemanha está com problemas econômicos terríveis, os Estados Unidos estão à beira da recessão, a China está desacelerando. Isso está fazendo com que o preço do barril do petróleo no mundo caia”, explicou o economista.
Segundo a estatal, considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,67, em média, para R$ 4,40 a cada litro vendido na bomba.
Em nota, a Petrobras diz que a decisão “acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio.”
Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras estava R$ 0,47 por litro acima da paridade de importação, conceito usado pela Petrobras em sua política de preços.
O preço tem ficado acima da média internacional desde o fim de agosto, embora em valores menores do que o atual durante a maior parte do período.
Preço do diesel foi menos impactado pelos cortes de impostos aprovados pelo Congresso em junho e caiu bem menos do que gasolina e etanol nos postos
Fundamental para o transporte de cargas no país, o diesel foi menos impactado pelos cortes de impostos aprovados pelo Congresso no fim de junho e caiu bem menos do que a gasolina e do que o etanol nos postos.
Na semana passada, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) custava em média R$ 6,84 por litro, queda de apenas 9,6% desde a aprovação da lei. A gasolina, que tinha impostos mais altos, caiu 32,% no mesmo período.
Bolsonaro tem aparecido em postos de gasolina e promete que o Brasil terá uma das gasolinas mais baratas do mundo. Na semana passada, o país estava na 34ª colocação das gasolinas mais baratas, segundo o site Global Petrol Prices. É um avanço de 15 posições em relação ao verificado um mês antes.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias